Entrevista com Edson Ribeiro Colombo, finalista do Prêmio BeefPoint Edição Sul

No dia 5 de abril, será realizado o Beef Summit Sul, em Porto Alegre – RS. O evento será organizado pelo BeefPoint, em parceria com a Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB). O Beef Summit Sul vai reunir nomes de sucesso do agronegócio para discutir e debater os rumos da pecuária de corte no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A expectativa é de um público de 400 pessoas, entre produtores e investidores, tornando o Beef Summit uma excelente oportunidade de gerar novos negócios.

No dia do evento, o BeefPoint irá homenagear as pessoas que fazem a diferença na pecuária de corte no Sul do Brasil através de um prêmio. Há vários finalistas, em 19 categorias diferentes.

Os nomes foram indicados pelo público; em uma primeira etapa, através de um formulário divulgado pelo BeefPoint. Na segunda etapa, o público irá escolher através de votação, o vencedor de cada categoria. Para conhecer melhor os indicados, o BeefPoint preparou uma entrevista com cada um deles.

Confira abaixo, a entrevista com Edson Ribeiro Colombo, finalista na categoria Produtor de rústicos – Hereford e Braford.

Edson Ribeiro Colombo mora em Lages – SC. É advogado e sócio-administrador da Agronegócios Mãe Rainha Ltda, empresa familiar especializada na produção de touros rústicos na Coxilha Rica, região tradicional da pecuária catarinense. Também desenvolve atividades na pecuária leiteira, raça jersey, bem como desenvolve atividades na cria, recria e terminação de gado geral e enfoca muito sua atenção ao melhoramento do campo nativo.

BeefPoint: Qual o maior desafio da pecuária de corte do sul do Brasil hoje?

Indiscutivelmente , a pecuária do Sul do Brasil tem um diferencial do resto do nosso país, pois tem proporções continentais, o clima e nossas pastagens nos permitem produzir a melhor carne do mundo, contudo, isso é um nicho que pode ser muito explorado. Acredito que a pecuária tem 3 grandes desafios: primeiro, tornar mais eficiente nossa recria e terminação. Segundo, demonstrar que nossa carne, com origem nas raças britânicas, tem qualidade superior e se eqüivale as melhores carnes do mundo e pode ser consumida nos mercados mais exigentes. Terceiro, fazer com que o produtor dessa carne diferenciada seja muito bem remunerado por essa especiaria.

BeefPoint: Qual o exemplo de pecuária do futuro no sul do Brasil hoje? Quem você admira por fazer um excelente trabalho?

A pecuária deve ser conduzida com tecnologia e profissionalismo, hoje o Sul do Brasil se destaca por produzir novilhos jovens de muita qualidade a pasto, os quais estão sendo abatidos antes dos 24 meses e com excelente acabamento de carcaça, ou seja, uma pecuária eficiente e ambientalmente correta. A fazenda Meia Lua, administrada por Rafael Momm é um exemplo de total profissionalismo e controle na pecuária.

BeefPoint: Como podemos vender a carne do sul do Brasil de forma diferente e especial, em outras regiões do Brasil e no exterior?

Como já é de conhecimento dos consumidores do Brasil subtropical, temos uma carne diferenciada e de altíssima qualidade, porém essa mercadoria de luxo não é vendida com o diferencial que a caracteriza. Para quebrar o paradigma que as melhores carnes são oriundas somente do Uruguai e Argentina, acredito que além de uma ação de marketing forte, é necessário que os frigoríficos estimulem a produção dessa carne e principalmente tenham uma ação integrada com o produtor. Sem esquecer que essa realidade vem mudando, mas está longe do potencial existente.

BeefPoint: Qual inovação / novidade na pecuária de corte você mais gostou dos últimos anos? O que estamos precisando em inovação?

São inúmeras inovações. O programa de melhoramento do PAMPAPLUS está ajudando os criadores a produzir reprodutores focados na eficiência e em um constante melhoramento genético, o qual depois, com a comercializaçoes dos touros provados, se passa essa genética em progressão geométrica.

BeefPoint: O que o setor poderia / deveria fazer para aumentar sua competitividade no sul do Brasil?

Hoje a lavoura de soja está roubando espaço da pecuária tradicional. Para mudar essa realidade, temos que implementar uma pecuária eficiente associada a agricultura, para produzirmos mais carne de qualidade e com menor área utilizada. Já temos vários exemplos desse tipo de integração e com muito sucesso.

BeefPoint: O que você implementou de diferente na sua atividade em 2012?

A pecuária é um laboratório que viabiliza vários meios para se chegar ao mesmo fim, em 2012 aplicamos técnicas novas para melhorar o campo nativo.

BeefPoint: O que você fez em 2012 que te trouxe mais resultados?

Melhoramento do campo nativo.

BeefPoint: O que você pretende fazer de diferente em 2013? E porque?

Implantar pastagem com azevém perene oriundo da Nova Zelândia.

BeefPoint: Qual sua mensagem para os pecuaristas?

Nossa atividade é muito rentável e bem segura, se usarmos tecnologia, profissionalismo e não tivermos medo de quebrarmos paradigmas, podemos produzir infinitas vezes mais e chegarmos a ganhos iguais ou superiores a silvicultura e até mesmo a agricultura.

BeefPoint: Qual sua mensagem para a industria frigorífica e varejo?

No Sul do Brasil temos o mais difícil, que é o produto de qualidade. Agora, falta o engajamento de toda a cadeia para vendermos essa carne diferenciada e principalmente valorizá-la, para que todos saiam ganhando.

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