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Entrevista com Fernando Velloso, finalista do Prêmio BeefPoint Edição Sul

No dia 5 de abril, será realizado o Beef Summit Sul, em Porto Alegre – RS. O evento será organizado pelo BeefPoint, em parceria com a Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB). O Beef Summit Sul vai reunir nomes de sucesso do agronegócio para discutir e debater os rumos da pecuária de corte no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A expectativa é de um público de 400 pessoas, entre produtores e investidores, tornando o Beef Summit uma excelente oportunidade de gerar novos negócios.

No dia do evento, o BeefPoint irá homenagear as pessoas que fazem a diferença na pecuária de corte no Sul do Brasil através de um prêmio. Há vários finalistas, em 19 categorias diferentes.

Os nomes foram indicados pelo público; em uma primeira etapa, através de um formulário divulgado pelo BeefPoint. Na segunda etapa, o público irá escolher através de votação, o vencedor de cada categoria. Para conhecer melhor os indicados, o BeefPoint preparou uma entrevista com cada um deles.

Confira abaixo, a entrevista com Fernando Velloso, finalista na categoria Liderança pecuária – nova geração (até 40 anos).

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Fernando Velloso mora em Porto Alegre (mas com a origem e o coração em Santana do Livramento, RS). Médico Veterinário (UFRGS), atuou como Gerente da Associação Brasileira de Angus (ABA), Gerente do Programa Carne Angus, Gerente de Exportação de Bovinos (Minerva S.A.). Desde 2008 presta serviços através da Assessoria Agropecuária FFVelloso & Dimas Rocha, empresa dedicada ao suporte técnico e comercial a produtores de genética e à produção de carne de qualidade.

BeefPoint: Qual o maior desafio da pecuária de corte do sul do Brasil hoje?

Explorar as potencialidades das raças européias e da carne de qualidade. Valorizar e transformar em resultado econômico a história e tradição do gaúcho como produtor de carne. Contornar a menor competitividade de escala em relação ao Brasil Central com diferenciação.

BeefPoint: Qual o exemplo de pecuária do futuro no sul do Brasil hoje? Quem você admira por fazer um excelente trabalho?

São diversos bons exemplos de pecuaristas que estão fazendo mais com menos. Mais produção em menos área e mais qualidade com menos recursos humanos. Admiro indústrias como o Frigorífico Coqueiro, que apesar do pequeno porte, dedicou-se a produção de carne de qualidade através de produção própria e da remuneração diferenciada de seus fornecedores. É um exemplo de quem não esperou que a solução viesse de fora para dentro. Admiro os produtores de genética que estão empenhados em fornecer reprodutores que entreguem resultado ao produtor comercial e que qualifiquem o produto final. Fica aí o meu elogio à Reculuta Agropastoril, produzindo Hereford com volume de seleção e critério.  No Angus, para a GAP Genética, que além de fazer bem feito se arrisca sempre em inovar mais e mais.

BeefPoint: Como podemos vender a carne do sul do Brasil de forma diferente e especial, em outras regiões do Brasil e no exterior?

É necessário produzir mais volume de carne realmente diferenciada no RS. Feito isto, devemos explorar setorialmente os diferenciais de nosso produto: raças européias, sistemas à pasto, tradição e conhecimento no que se faz. O Brasil já reconhece como superior a carne gaúcha, mas nós exploramos pouco este valor. Para o exterior devemos firmar a posição de que nosso produto tem o mesmo padrão das carnes uruguaia e argentina. Com esta mensagem (que é verdadeira), iremos colher parte dos resultados da promoção bem feita da carne destes países.

BeefPoint: Qual inovação / novidade na pecuária de corte você mais gostou dos últimos anos? O que estamos precisando em inovação?

Não considero novidade, mas ações como a da Cooperaliança (PR) são exemplos de organização de produtores para melhorar a remuneração de seu negócio. Os produtores se uniram, organizaram escalas de fornecimento, buscaram clientes e acessaram o mercado de valor agregado. Diferentemente de outras ações, este grupo assumiu riscos e fez investimentos. Em inovação, precisamos avançar muito na relação comercial entre o pecuarista e a indústria. O modelo de venda que usamos hoje (desde sempre) é saturado e não permite avanços consistentes em produção de carne de qualidade. O modelo simplista de tabelas de bonificações já foi sucesso e não é mais.

BeefPoint: O que o setor poderia / deveria fazer para aumentar sua competitividade no sul do Brasil?

Desenvolver trabalhos de caráter setorial e não somente ações pontuais. O RS tem discutido nos últimos dois anos o possível Instituto Gaúcho da Carne e não tem avançado. A organização da pecuária gaúcha, o acesso a mercado diferenciados e a promoção permanente de nosso setor necessita de coordenação setorial. Voltamos sempre ao exemplo do INAC (Uruguai) que é um bom exemplo de trabalho de sucesso.

BeefPoint: O que você implementou de diferente na sua atividade em 2012?

Em 2012 intensifiquei minha dedicação na busca e compreensão de informações de mercado (boi, genética e carne). Sempre que possível fui in loco para entender o máximo possível de cada modelo de negócio. No tema específico Cruzamento Industrial, nossa empresa dedicou tempo e recursos para conhecer, compreender e identificar os pontos necessários de suporte técnico.

BeefPoint: O que você fez em 2012 que te trouxe mais resultados?

De forma geral, foi estabelecer metas claras e simples em cada projeto envolvido. A dedicação para cumprir os prazos e as metas de cada atividade nos permitiram avançar como suporte técnicos para diferentes clientes.

BeefPoint: O que você pretende fazer de diferente em 2013? E porque?

Em 2013 pretendemos entregar o melhor resultado possível aos nossos assessorados. Pretendemos levar nossos clientes a preocupação e dedicação em duas áreas que parecem opostas: 1. fazer o básico bem feito; 2. buscar continuamente algo de inovação na atividade.

BeefPoint: Qual sua mensagem para os pecuaristas?

O pecuarista do RS necessita refletir que as ações setoriais (ou a falta delas) tem alto impacto no seu negócio. A dedicação de parte de seu tempo nas diversas frentes de representatividade do setor (sindicatos rurais, etc) são a via para se construir um RS forte na pecuária. O RS tem valor único no cenário da pecuária brasileira e nos compete preservá-lo e transformá-lo em resultado.

BeefPoint: Qual sua mensagem para a industria frigorífica e varejo?

Já é vencida a fase de ranço entre o produtor, a indústria e varejo. A discussão de melhor dividir margens é inócua, pois todos buscam explorar ao máximo a sua atividade (é lógico, é humano, é racional…). Sendo a indústria e varejo setores mais concentrados e com potencial para transformar a nossa pecuária, é natural esperar destes mais empenho e ações para um novo modelo de negócio da pecuária gaúcha.

Clique aqui para se inscrever no Beef Summit Sul.

2 Comments

  1. Carlos Roberto Conti Naumann disse:

    Podemos verificar que o negócio na produção de animais de corte tem enfrentado alguns problemas no que diz respeito a sua liquidez.Concorrendo com a soja, reflorestamento,cana de açúcar etc.Verificamos também que a tendencia é miscigenar as raças Europeias com as zebuínas isso no Sul do país, e com bastante resistências as Zebuínas com as Europeias no Centro Oeste e Sudeste.Todos sabemos que o Brasil é o maior exportador de carnes bovinas,mas essa carne toda vai para o prato do consumidor de que forma,industrializada ou consumo in-natura?Não tenho dúvida que temos que investir muito em carnes de qualidade, onde o sangue europeu prevaleça se quisermos comparar nossa carne com a do Uruguai e Argentina.

  2. Jean Carlos dos Reis Soares disse:

    Parabéns Velloso pela indicação!!

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