No Brasil, menos de 1% dos proprietários agrícolas possui 45% da área rural do país. Os homens estão à frente de 87% dos estabelecimentos, representando quase 95% das propriedades rurais. As grandes fazendas, com mais de mil hectares, concentram 43% do crédito agrícola. Mas são os pequenos que respondem por mais de 70% da produção de alimentos.
Batizado de “Terra, Poder e Desigualdade na América Latina”, o relatório compara o cenário da concentração de terra em 15 países da região e foi assinado pela Oxfam.
No Brasil, o estudo foi feito por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) e levou em conta o Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2006, o sistema de cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), informações da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, entre outros.
Pelo estudo, as propriedades de até 10 hectares ficam com 39,8% dos contratos de financiamento, que significam menos de 7% do volume de dinheiro. As propriedades acima desta linha de corte tem 0,9% dos contratos de financiamento e 43,6% dos recursos.
Dados do Incra e da Procuradoria-Geral da Fazenda indicam que, em 2015, havia 4.013 propriedades com dívidas acima de R$ 50 milhões cada. Um universo de 729 proprietários tinha 4.057 imóveis rurais.
O Brasil está em quinto lugar em termos de concentração de terras da região. Ainda pior é a situação do Paraguai, Chile, Venezuela e Colômbia. O país com melhor cenário é a Costa Rica.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.