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USDA: Confira previsões para o mercado de carnes dos EUA

As previsões do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para exportações líquidas (exportações menos importações) de carnes vermelhas e brancas em 2016 e 2017 mostram aumentos progressivos, em grande parte devido à recuperação no setor de carne bovina dos Estados Unidos e às expectativas de crescimento sólido nas exportações de carne de aves.

As exportações de carne bovina dos Estados Unidos deverão aumentar em quase 9% em 2016 e em quase 7% no próximo ano, à medida que a recuperação do setor de carne bovina continua e a produção dos Estados Unidos aumenta.

As importações deverão declinar em quase 10% nesse ano e 11% em 2017, à medida que as ofertas na Oceania se estreita com a reconstrução do rebanho e maiores oferta de carne bovina se tornam disponíveis a preços menores.

As exportações líquidas de carne de aves (frango e peru) deverão aumentar nesse ano (+4%) e em 2017 (+5%) devido à maior produção, direcionada pelos menores custos dos alimentos animais e pela demanda mais forte por proteína relativamente mais barata.

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O relatório de setembro chamado Cattle on Feed, sobre animais confinados, do USDA, mostra que o número de bovinos confinados nos Estados Unidos para estabelecimentos de engorda com capacidade de 1.000 ou mais cabeças totalizou 10,1 milhões de cabeças em primeiro de setembro de 2016, 1% a mais que em 2015.

As colocações de gado para engorda durante agosto totalizou 1,88 milhão de cabeças, 15% a mais que no mesmo período do ano anterior. Os pesos médios na colocação foram maiores que no ano anterior, devido ao gado ter sido mantido em pastagem por mais tempo durante a primeira metade do ano. Os animais colocados com pesos de mais de 800 libras (363 quilos) aumentaram em 28% com relação a julho e 21% com relação ao ano anterior.

A ausência de um relatório do meio do ano cria incertezas quanto às ofertas de animais para engorda fora dos confinamentos, mas as colocações deverão se manter relativamente grandes no restante do ano.

Entretanto, o declínio nos preços do boi gordo e as menores margens dos gados para engorda também podem afetar o ritmo de colocações de gado para engorda em curto prazo.

A comercialização de boi gordo em agosto totalizou 1,87 milhão de cabeças, 18% a mais que em 2015, refletindo maiores colocações durante a primeira metade do ano.

Preços em setembro menores para gado e carne bovina

O mercado pecuário continua declinando à medida que grandes ofertas de gado e os preços atacadistas fracos de forma geral pressionam o complexo pecuário.

Os novilhos de engorda de médio porte em Oklahoma City ficaram em média em US$ 295,60 por 100 quilos em setembro, 7% a menos que em agosto, e os menores níveis desde setembro de 2011.

Os preços das vacas de corte também apresentaram fortes declínios, com o equivalente vivo de 90% magro, vacas com mais de 500 libras (226,8 quilos) caíram para menos de US$ 154,32 por 100 quilos no final de setembro. As indicações são de que, dada a maior oferta de animais para abate, os preços permanecerão fracos em curto prazo.

Os preços do boi gordo também tenderam a ficar menores. O preço do novilho gordo declinou no terceiro trimestre, caindo para US$ 233,5 em setembro, o menor desde janeiro de 2011.

Dada a oferta saudável de gado em engorda nos primeiros dois trimestres de 2016, a pressão de baixa nos preços do boi gordo deverá continuar no quarto trimestre. O terceiro trimestre teve preços para novilhos em média de US$ 249,70 por 100 quilos.

Os menores preços do gado estão levemente sendo repassados ao preço da carne bovina no varejo. O preço da carne bovina Choice no varejo em agosto foi de US$ 13,05 por quilo. Os principais componentes do mercado varejisda de carne bovina continuaram declinando em setembro.

Cerca de um terço do preço da carne bovina Choice no varejo é determinado pelos preços da carne moída; esses vêm apresentando tendência de baixa desde o verão.

Exportações fortes em agosto

As exportações de carne bovina em agosto foram de 103,42 milhões de quilos, quase 30% a mais que no ano anterior. As maiores exportações nesse ano estão sendo, em grande parte, direcionadas pela maior produção e menores preços da carne bovina nos Estados Unidos e menor produção em países competidores.

Desde o ano passado, a produção de carne bovina aumentou e os preços dos produtos declinaram, à medida que a indústria de carne bovina expande-se após múltiplos anos de seca em importantes estados produtores de carne bovina.

Os menores preços da carne bovina dos Estados Unidos tornam o produto mais competitivo no exterior, em um momento em que a produção da Austrália e da Nova Zelândia declinam à medida que seu ciclo de produção alcança o período de baixa.

As exportações aos 10 maiores destinos dos Estados Unidos estão sumarizadas na tabela abaixo. Os Estados Unidos ganharam participação de mercado na Ásia, em particular, em agosto, à medires que os menores preços aumentaram a competitividade da carne bovina americana.

Os envios aos países parceiros no NAFTA foram mistos: as exportações ao Canadá foram mais de 14% menores do que no ano anterior, devido à maior produção e aos menores preços domésticos no país.

As exportações ao México em agosto foram mais de 30% maiores que no ano anterior, mas uma maior porcentagem de mudança é, em parte, reflexo da recuperação com relação as menores níveis do ano anterior.

Com a maior produção de carne bovina nos Estados Unidos e os menores preços resultantes, a demanda mexicana por carne parece estar se recuperando.

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As exportações de carne bovina deverão ser de 299,37 milhões de quilos no terceiro trimestre (+22% maior que no ano anterior), 297,10 milhões de quilos no quarto trimestre (+10% maior que no quarto trimestre de 2015) e 1,12 milhão de quilos para 2016, mais de 9% maior que em 2015.

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Importações de carne bovina continuaram menores em agosto

As importações de carne bovina pelos Estados Unidos em agosto foram de 119,29 milhões de quilos, 16% a menos que no ano anterior. A maioria do declínio foi atribuída às menores importações da Austrália e da Nova Zelândia – 51% e 23%, respectivamente. A produção em ambos os países caiu à medida que os produtores reconstruíram seus rebanhos.

Além disso, os maiores abates de vacas nos Estados Unidos e as ofertas abundantes de carne doméstica estão pressionando a demanda por carne moída importada.

As importações do Canadá e do México, por outro lado, foram maiores que no ano anterior. As importações do México foram 31% maiores que em agosto de 2015 e os envios do Canadá foram quase 15% maior que no ano anterior.

As taxas de câmbio mais fracas do Canadá e do México com relação ao dólar dos Estados Unidos e os menores preços domésticos devido à maior produção de carne bovina no NAFTA explicam a forte demanda com relação ao ano anterior nos Estados Unidos por carne bovina mexicana e canadense.

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Importações de gado vivo caíram em 21% com relação ao ano anterior

Os Estados Unidos importaram 98.209 cabeças de gado em agosto, 18% a menos que no mesmo período do ano anterior. Apesar de as importações de gado vivo do Canadá terem aumentado em 1% em agosto, declínios do México foram quase 33% menores.

As importações começaram a declinar em maio, ao mesmo tempo que os preços dos gados para engorda dos Estados Unidos começaram a declinar.

O declínio dos preços do gado para engorda e as condições boas de pastagens no México deverão continuar pesando sobre as importações.

As importações de gado vivo deverão ser de 1,750 milhão de cabeças, 12% a menos que no ano anterior.

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Fonte: USDA, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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