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Estudo mostra como é possível reduzir as emissões de GEE do gado

Uma avaliação abrangente de 12 estratégias diferentes para reduzir as emissões da produção de carne bovina em todo o mundo constatou que a indústria pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em até 50% em determinadas regiões, com maior potencial nos Estados Unidos e no Brasil.

O estudo “Reducing Climate Impacts of Beef Production: A synthesis of life cycle assessments across management systems and global regions” foi publicado em 5 de abril na revista Global Change Biology.

Uma equipe de pesquisa liderada pela Colorado State University (CSU) e financiada pela Climate and Land Use Alliance descobriu que o uso generalizado de práticas aprimoradas de gestão de gado em duas áreas distintas de produção de carne bovina levaria a reduções substanciais de emissões. Isso inclui maior eficiência para produzir mais carne por unidade de GEE emitida (pela produção de vacas maiores em uma taxa mais rápida) e estratégias aprimoradas de manejo da terra para aumentar o sequestro de carbono do solo e das plantas nas fazendas.

Globalmente, a pecuária produz cerca de 78% do total de emissões de gases de efeito estufa. No entanto, existem muitas soluções de gestão conhecidas que, se amplamente adotadas, podem reduzir, mas não eliminar completamente, o impacto da indústria da carne bovina nas mudanças climáticas, de acordo com a autora principal Daniela Cusack, professora assistente do Departamento de Ciência e Sustentabilidade dos Ecossistemas do CSU.

No geral, a equipe de pesquisa descobriu que uma redução de 46% nas emissões líquidas de GEE por unidade de carne bovina foi alcançada em locais usando estratégias de gestão de sequestro de carbono de pastagens, incluindo restauração de árvores e vegetação perene em áreas arborizadas, entre outras. Além disso, os pesquisadores descobriram que uma redução geral de 8% nos GEEs líquidos foi alcançada em locais usando estratégias de crescimento eficientes. No entanto, as emissões líquidas zero foram alcançadas em apenas 2% dos estudos.

Os pesquisadores compararam 292 sistemas de produção de carne bovina “melhorados” e “convencionais” na Ásia, Austrália, Brasil, Canadá, América Latina e Estados Unidos. A análise revelou que a produção brasileira de carne bovina tem o maior potencial de redução de emissões.

Nos estudos analisados, os pesquisadores encontraram uma redução de 57% nas emissões de GEE por meio de melhores estratégias de gestão tanto para o sequestro de carbono quanto para a eficiência da produção no Brasil. Estratégias específicas incluem melhor qualidade da ração, melhores seleções de raças e melhor manejo de fertilizantes.

O maior impacto foi encontrado no manejo integrado do campo, incluindo o pastejo rotacionado intensivo, a adição de fertilizantes no solo, o reflorestamento de áreas degradadas e o plantio seletivo de forrageiras obtidas para sequestrar carbono nos solos.

Nos Estados Unidos, os pesquisadores descobriram que as estratégias de sequestro de carbono, como o gerenciamento integrado da fazenda e o pastoreio rotativo intensivo, reduziram as emissões de GEE da carne bovina em mais de 100%, ou emissões líquidas zero, em alguns sistemas de pastejo. Mas as estratégias de eficiência não tiveram tanto sucesso nos estudos norte-americanos.

Embora a pesquisa mostre uma redução significativa nas pegadas de GEE na produção de carne bovina por meio do uso de estratégias de gestão aprimoradas, os cientistas ainda não sabem todo o potencial de mudança para essas práticas de redução de emissões porque há muito poucos dados sobre os níveis de adoção de práticas em todo o mundo.

Fonte: Eurocarne, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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