O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou na última sexta-feira um estudo feito pela Universidade de Harvard, que mostrou que o risco da encefalopatia espongiforme bovina (EEB) acometer os EUA é extremamente pequeno. O relatório mostrou que o sistema de proteção estabelecido no país pelo USDA e pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) foi bastante eficaz na manutenção da EEB fora dos EUA e irá prevenir que a doença se dissemine, caso chegue a entrar no país. Entretanto, oficiais já divulgaram que tomarão uma série de ações para reduzir ainda mais o risco da doença acometer o território norte-americano.
O estudo de riscos foi encomendado pelo USDA e conduzido pelo Centro de Análises de Riscos de Harvard. Os pesquisadores avaliaram os caminhos pelos quais a EEB poderia se disseminar, caso chegasse a entrar em território norte-americano. A proposta do relatório era dar às agências uma análise científica e avaliar as medidas preventivas que já estão em ação, além de identificar possíveis novas ações que podem ser feitas a fim de minimizar os riscos da EEB nos EUA.
“O estudo divulgado mostra claramente que as medidas tomadas muito cedo pelo governo federal para garantir a segurança dos consumidores ajudaram a manter a EEB fora dos EUA”, disse a secretária da Agricultura do país, Ann Veneman. “Mesmo que a EEB chegue a entrar no país, ela será contida, de acordo com o estudo. Entretanto, nós não podemos baixar nossa guarda e reduzir nossa vigilância. Nós precisamos manter esses programas extremamente rígidos e estamos anunciando agora uma série de novas ações para aumentar nossos sistemas de proteção.”
“Baseado nesse estudo de três anos, nós estamos muito confiantes de que a EEB não se tornará um problema de saúde pública para a América,” disse o vice-diretor do Centro de Análises de Riscos de Harvard e diretor do projeto, George Gray.
Em resposta ao relatório, Veneman anunciou uma série de medidas que o USDA pode tomar, em cooperação com o HHS, para fortalecer os programas de prevenção de EEB e manter a vigilância contra a doença no país.
Primeiro, o USDA terá a análise de riscos revisada por uma equipe de especialistas de fora do país, a fim de garantir sua integridade científica.
Segundo, o USDA irá mais que dobrar os testes para EEB que serão conduzidos no próximo ano, com mais de 12,5 mil amostras de animais analisadas em 2002 – mais que as 5 mil analisadas em 2001.
Terceiro, o USDA irá publicar um documento contendo as medidas adicionais que deverão ser tomadas para reduzir os riscos da doença e garantir que os materiais que poderão significar um risco potencial para o país ficarão fora da rede de alimentos dos EUA. Para garantir que essas decisões sejam tomadas com base em argumentos científicos, essas medidas serão testadas com o uso de um modelo computadorizado desenvolvido durante a avaliação dos riscos para determinar o impacto que eles teriam na saúde animal e saúde pública.
As opções de medidas que serão consideradas incluem: proibição do uso de cérebro e de medula espinal de algumas espécies de animais na alimentação humana; proibição do uso de tecidos do sistema nervoso central em produtos de carne bovina sem osso; e proibição do uso da coluna vertebral de algumas categorias de animais. O USDA irá solicitar comentários púbicos sobre o tema.
Em quarto, o USDA irá proibir o uso de alguns tipos de equipamentos usados para imobilizar o gado durante o abate.
Em quinto, o USDA irá publicar novas regras para o destino dos animais mortos nas propriedades rurais – que são considerados uma importante fonte potencial de risco da disseminação da EEB no país.
Os EUA nunca tiveram um caso de EEB, nem tampouco da variante humana da doença, a Doença de Creutzfeldt-Jakob (nvCVD).
O estudo completo está presente no site do USDA: www.usda.gov
Fonte: USDA, adaptado por Equipe BeefPoint