O ABC News sofre processo de difamação de US$ 1,2 bilhão na quinta-feira (13) pela processadora de carnes de South Dakota, Beef Products Inc, que acusou a rede de enganar os espectadores levando-os a acreditar que o produto que os críticos chamaram de “lodo rosa” era inseguro. A Beef Products Inc processou a ABC por reportagens que foram ao ar em março e abril sobre o maior produtor de “carne bovina magra de textura fina”- LFTB.
Em documentos no tribunal, a companhia disse que a ABC falsamente disse aos espectadores que seu produto de carne bovina não era seguro, não era saudável e nem mesmo era carne, resultando em uma perda de centenas de milhões de dólares para a companhia de 31 anos e a perda de aproximadamente metade de seus funcionários.
A ABC conduziu uma “campanha sustentada e viciosa de desinformação”, disse o advogado da Beef Products, Dan Webb, presidente da Winston & Strawn. Os outros réus são Gerald Zirnstein, microbiologista que antes era do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que cunhou o termo “lodo rosa”; o ex-funcionario do USDA, Carl Custer, e a ex-funcionária da Beef Products, Kit Foshee. Todos apareceram ou foram citados nas reportagens da ABC.
A LFTB é um produto feito com retalhos de gordura, usado como um recheio, no qual é espirrado amônia para matar bactérias. O USDA aprovou seu uso em carne moída em 1993 e afirmou sua segurança em março. Porém, isso não conseguiu silenciar os críticos, que incluíram ativistas de segurança alimentar, bem como organizações de direitos dos animais. Grandes clientes também foram afetados, com companhias como McDonald’s Corp.,Taco Bell e a rede de supermercados, Safeway Inc., parando de comprar o produto.
A Beef Products registrou sua queixa de 263 páginas na Corte de Dakota do Sul. A empresa disse que a ABC incluiu quase 200 afirmações falsas, difamatórias e depreciativas em reportagens de televisão, de internet e em postagens em mídias sociais. A empresa também acusou a ABC de interferir com seus negócios com redes de varejo e processadores de carne moída.
A empresa disse que a “campanha” da ABC contra ela começou em abril de 2011, quando um programa da rede trazendo o chefe de cozinha britânico, Jamie Oliver, incluiu informações falsas sobre o tipo de retalhos de carne que era usado. A Beef Products disse que o furor da mídia forcou o fechamento de três de suas quatro plantas e eliminou mais de 700 empregos, custando mais de US$ 20 milhões de receita por mês. A empresa disse que as vendas desse produto caíram para menos 870 mil quilos, de quase 2,2 milhões de quilos.
A Beef Products disse que está buscando US$ 400 milhões em danos compensatórios representando perdas nos lucros, que poderiam triplicar sob o Ato de Depreciação de Produtos Alimentícios Agrícolas de Dakota do Sul, mais danos punitivos.
A reportagem é da Reuters, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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