EUA: Capacidade dos frigoríficos começa a retornar; será suficiente?

Ainda existem muitos desafios para os frigoríficos de carne bovina retomarem o que passará para a produção normal na era pós-pandêmica, mas os números sugerem muito progresso nas últimas duas semanas

O abate estimado de gado sob inspeção federal começou a cair acentuadamente na semana que terminou em 10 de abril, com 536.000 cabeças abatidas, em comparação com 638.000 cabeças na mesma semana do ano anterior, uma diferença de 102.000 cabeças (-15,99%). Salvo outras complicações do COVID-19, a semana que terminou em 2 de maio pode ser o ponto mais baixo para o abate: cerca de 425.000 cabeças, 248.000 cabeças a menos (-36,85%) do que no ano anterior.

Avance para a semana que termina em 23 de maio: o abate estimado de 555.000 cabeças foi 92.000 cabeças menos (-14,22%) do que no ano anterior. As tendências são semelhantes nas semanas em que o abate real sob dados de inspeção federal está disponível.

Dependendo de quem administra o ábaco, as unidades frigoríficas individuais estão atualmente com cerca de 50% da capacidade para cerca de 90%. Isso é relativo à capacidade pré-pandêmica. A capacidade máxima pós-pandemia provavelmente será menor, devido às medidas adicionais de segurança do trabalhador para se proteger contra a infecção por COVID-19.

Trabalhando com o estoque de boi gordo

Instalados em um pasto diferente, embora maciço e oneroso, o estoque de boi gordo pronto para o mercado pode estar no limite mais baixo das estimativas iniciais

No final de abril, os economistas agrícolas Glynn Tonsor, da Kansas State University, e Lee Shulz, da Iowa State University, estimaram o transporte de gado em 1 de maio entre 485.000 a 510.000 cabeças. Para 1º de junho, eles estimaram entre 1,07 milhão e 1,34 milhão de cabeças. Isso está no Fed Cattle Flows: exemplos demonstrativos de cenário, que estimam o número de bovinos em engorda por mais de 120 dias e mais de 150 dias, a partir de 1º de abril, utilizando relatórios mensais do Cattle on Feed que respondem por confinamentos com capacidade de 1.000 cabeças ou mais .

“Muitos produtores sendo forçados a adiar os mercados de confinamento podem causar rapidamente um excesso de oferta de gado pronto para o mercado e de gado superalimentado e levar a uma eventual eliminação no mercado de gado pesado em algum momento, o que pode reduzir os preços, Tonsor e Shulz explicaram em seu relatório. “É importante lembrar que o número total de confinamentos não é oneroso; é o fornecimento de gado pronto para o mercado ou quase pronto para o mercado que é oneroso em relação à capacidade atual de abate. ”

No entanto, no episódio de 18 de maio do Agriculture Today, Tonsor explicou que era possível iniciar junho com menos de 1 milhão de cabeças de gado para transporte se os frigoríficos pudessem manter níveis de abate acima de 500.000 cabeças nas últimas duas semanas de maio. Os números finais da abate não estarão disponíveis até meados de junho.

Ainda assim, trabalhar com o atraso existente será árduo.

“Mesmo se estivéssemos com 660.000 cabeças, como estávamos há um ano, se estou certo de que temos 500.000 cabeças transportadas, você tem mais de uma semana operacional completa (processamento de carne bovina) apenas para lidar com o atraso. Então, não são apenas dias ou semanas; vai levar meses para avançar nesse processo “, explicou Tonsor.

As colocações recentes em confinamento vão ajudar

“As colocações combinadas de março e abril caíram 867.000 cabeças em relação ao ano passado. Isso sugere uma queda significativa nos mercados esperados de confinamento, começando principalmente em setembro e outubro ”, diz Derrell Peel, especialista em marketing de gado da Extension na Oklahoma State University, em seus comentários semanais no mercado.

“É claro que as colocações atrasadas ​​de março e abril aparecerão a partir de maio e serão mais pesados, mas o atraso ajudará os confinamentos a terem a chance de ficar atualizados. A indústria de confinamento passará grande parte do verão trabalhando com o estoque acumulado de gado gordo, mas o buraco das colocações de março e abril de confinamento deve fornecer uma janela de vendas para recuperar esse outono, se não antes. ”

No último relatório mensal Pecuária, laticínios e aves domésticas (LDPO), analistas do Serviço de Pesquisa Econômica (ERS) do USDA estimaram que havia 20,54 milhões de cabeças de gado fora dos confinamentos, em 1º de abril. Isso foi 657.000 cabeças a mais (+ 3,30%) do que no mesmo período. um ano antes.

“Espera-se que o acúmulo de oferta de gado gordo pronto para o mercado tenha um efeito substancial e duradouro nos preços do gado gordo”, afirmam analistas da ERS. “Os preços permanecerão baixos à medida que a oferta de gado pronto para o mercado permanecer acima da capacidade do setor de processá-los, e a questão da oferta deve durar até 2021”.

Consequentemente, a ERS reduziu a previsão de preço médio deste ano para os novilhos alimentados (direto na Five Area) para US $ 104,08 por cwt: US $ 118,32 no primeiro trimestre; US $ 99 no segundo e terceiro trimestres; US $ 100 no quarto trimestre. O preço médio anual projetado para o próximo ano é de US $ 109.

Os preços à vista recentes são significativamente mais altos que a estimativa. A questão, é claro, é: serão esses preços válidos?

Fonte: BEEF Magazine, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.