A revista Beef Magazine, uma das mais conceituadas dos EUA, publicou em sua última edição um artigo assinado por seu editor sênior, Clint Peck, comentando sobre o Brasil. Segundo Peck, o Brasil não é uma ameaça para os EUA no curto prazo.
De acordo com Clint Peck, os custos brasileiros são muito inferiores aos americanos e australianos. No entanto, ele acredita que o produto brasileiro é muito diferente do produzido nos EUA e Austrália, o que impedirá a rápida substituição do produto americano.
Peck cita o Nelore, com 85% do rebanho brasileiro sob influência dessa raça, que apresenta longo ciclo de produção médio e criação a pasto. Tudo isso leva a um produto menos macio e com sabor muito mais acentuado do que o norte-americano está acostumado. Na média, o bovino brasileiro é abatido com uma idade mais avançada que o dos EUA. Peck faz questão de frisar que não é uma questão de qualidade superior ou inferior, mas de hábito de consumo.
O editor da Beef Magazine afirma que o Brasil se encontra em uma encruzilhada. Se mantiver o sistema de produção como está, não consegue (ou terá dificuldades para) atingir o mercado dos EUA. Se modificar o sistema, para uma produção mais intensiva, baseada em confinamentos e cruzamento, terá um aumento de custos.
Outro interessante ponto de vista de Clint Peck é que a agricultura brasileira está pressionando a pecuária à migrar para o norte do país, onde será mais difícil intensificar a produção, segundo ele, devido a problemas agrários, falta de infra-estrutura e corrupção.
Clint termina seu artigo tranqüilizando os norte-americanos e dizendo que se fosse um produtor australiano, estaria morrendo de medo. No entanto, diz que mesmo não acreditando numa ameaça no curto prazo, no médio-longo prazo é bom ficar de olhos abertos.
Fonte: Equipe BeefPoint, baseado em Beef Magazine