Algumas marcas de carne bovina já prometem aos consumidores um produto com “maciez garantida”. Agora, os resultados de cinco anos de um estudo financiado pelo fundo arrecadado pelos próprios produtores de carne bovina dos EUA (Beef Checkoff), poderá ajudar os produtores a identificar os animais que podem produzir carne macia.
O Projeto Valor da Carcaça usou tecnologia do DNA para avaliar 11 regiões em vários cromossomos do genoma bovino chamadas Locais Quantitativos de Características. Seu efeito em características herdáveis como maciez, suculência, marmorização, e outras qualidades, foi medido em 14 raças e em 8.500 animais. Com os dados coletados, será possível calcular DEPs para maciez, qualidade buscada pelos consumidores.
“Melhorando a maciez média da carne bovina disponível aos consumidores a indústria terá um aumento no valor da carne e um aumento geral nos gastos dos consumidores”, disse o membro do Comitê de Direção de Valor de Carcaça, Dave Nichols.
“O Estudo Nacional da Maciez da Carne Bovina feito em 1999 mostrou que, com exceção do filé mignon, existe uma grande variação na maciez entre os cortes de carne bovina”, disse a diretora de Pesquisa de Melhoramento de Produtos da NCBA, Elizabeth Dressler. “Se os consumidores mudarem para outra carne porque seu último bife estava muito duro, isso custará dinheiro à indústria. Nós fizemos o Projeto Valor da Carcaça para ver se podemos ajudar os produtores a desenvolver ferramentas de seleção genética que ajudem a identificar os bovinos com características de qualidade que afetam a satisfação geral de consumo”.
A pesquisa mostrou que, em graus variados, todas as raças apresentaram animais que podem passar características valiosas de qualidade da carne bovina para sua progênie. Isso também fornece uma informação útil sobre as regiões dos cromossomos dentro do genoma bovino que influenciam estas características de qualidade. Esta informação e a extensiva base de dados serão uma ferramenta valiosa para futuras identificações de genes e para o desenvolvimento de testes comercialmente disponíveis de genes para características de palatabilidade.
Como parte do estudo, pesquisadores da Universidade do Estado de Colorado estimaram o valor da maciez da carne. O impacto mais positivo da maciez da carne no preço no varejo parece ocorrer em cortes que recebem a classificação Choice e Select pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Uma melhoria de 1% na maciez poderia resultar em um aumento de 4,2% no preço para estes cortes. Além disso, os pesquisadores acham que a melhoria na maciez poderia aumentar a demanda, com os consumidores gastando mais com carne bovina.
“Embora existam tecnologias que possam identificar a maciez após a morte, existe um custo contínuo”, disse Dressler. “Fazer melhorias genéticas com os progenitores que possuem a maciez e atributos de qualidade desejados é uma forma permanente de resolver um velho problema”.
Ao desenvolver um mix de produtos que é de forma geral mais macio, a indústria de carne bovina poderia ver mais equilíbrio no mercado e melhores oportunidades de rendimento entre os cortes selecionados de carne bovina. Os pesquisadores de Colorado estimaram que uma melhora de 10% na maciez da carne bovina poderia adicionar cerca de US$ 150 a US$ 170 milhões à indústria.
Fonte: NCBA, adaptado por Equipe BeefPoint