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EUA: produção de etanol ameaça pecuária

Tanto os especialistas como os produtores de animais dos Estados Unidos estão alarmados com a taxa de crescimento da indústria de etanol e seu efeito na oferta de alimentos animais para a indústria de carnes.

Reportagem do site MeatingPlace.com informou que tanto os especialistas como os produtores de animais dos Estados Unidos estão alarmados com a taxa de crescimento da indústria de etanol e seu efeito na oferta de alimentos animais para a indústria de carnes.

O economista agrícola da Universidade de Missouri, Ron Plain, disse que o aumento nos preços do milho já adicionaram 25% aos custos de criação de suínos e a previsão é de que se os preços do milho se mantiverem neste nível, os custos na produção de suínos com ração aumentem em 31%.

O produtor de suínos especialista em nutrição de Iowa, Gene Gourley, disse que os produtores de etanol dos EUA estão recebendo pesados subsídios e créditos de impostos, resultando no aumento da produção de etanol, usando, desta forma, uma grande quantidade de milho.

O presidente da organização ambiental Earth Policy Institute (EPI), de Washington, Lester Brown, compilou dados referentes à construção de plantas de etanol e dos planejamentos de construções e disse que as projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre a quantidade de milho necessária para alimentar a indústria de etanol é insuficiente para a demanda atual. Até 2008, disse ele, os automóveis estarão consumindo a mesma quantidade de milho que o sistema de alimentos e isso põe em risco a oferta global de alimentos. Um tanque de etanol de 25 galões (94,6 litros) consome uma quantidade de milho que alimentaria, direta ou indiretamente, uma pessoa por ano.

Brown disse que os dados de construção de plantas de etanol estão deixando para trás o mundo real, onde as plantas estão indo para a produção a uma base semanal, com a taxa acelerando. Ele disse que havia 116 plantas em produção no final de 2006, consumindo 53 milhões de toneladas de milho anualmente. Ele disse que existiam 79 mais plantas em estágios de construção, enquanto a Associação de Combustíveis Renováveis tinha somente 62, e mais de 200 projetos.

Sendo assim, enquanto o USDA projeta um consumo de 60 milhões de toneladas de milho para o etanol durante a colheita de 2008, o EPI projeta um consumo de 139 milhões de toneladas, mais que o dobro das estimativas do USDA.

A sugestão do EPI é que os padrões de eficiência dos combustíveis aumente para reduzir a dependência do etanol e que os créditos de impostos para a produção de etanol sejam reduzidos ou eliminados.

0 Comments

  1. Leonardo Rodrigo Sallum Bacco disse:

    Artigo muito importante para percebermos as tendências do mercado. Resumindo tudo, o que dá para entender é que:

    – as carnes de porco e frango ficarão mais caras, dado o aumento do milho;
    – a carne de boi (produto substituto) sofrerá uma alta no mercado norte americano;

    O nosso desejo:
    – o governo americano trocar os subsídios pela abertura aos produtos brasileiros.