A Federação de Exportação de Carnes dos Estados Unidos (USMEF) está tentando levantar um fundo de mais de US$ 8 milhões – tanto dos produtores de carne, como das indústrias – para conduzir uma campanha personalizada entre os consumidores de carne do Japão, com o objetivo de resgatar a confiança dos consumidores japoneses na segurança da carne dos EUA. O projeto foi votado na semana passada pelos diretores do USMEF.
O Japão apresentou recentemente dois casos comprovados de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), ou doença da ‘vaca louca’, em 2 vacas da raça holandesa.
O Japão é o maior mercado de exportação de carnes dos EUA, tendo importado no ano passado mais de 526 mil toneladas de carne bovina e de derivados de carne bovina, no valor de quase US$ 1,8 bilhão, segundo dados do USMEF. As exportações para este país representam 43% do volume total de carnes exportado pelos EUA, e 50% do valor das exportações de carne bovina norte-americana. Cerca de 70% da carne consumida no Japão é importada.
Uma pesquisa recente mostrou que 89% dos consumidores japoneses estão “muito ou um pouco preocupados” com o aparecimento da doença da ‘vaca louca’ no país; 34% dos consumidores disseram que estão consumindo carne bovina com menos freqüência ou que estão consumindo menos carne bovina; e 25% dos consumidores disseram que pararam totalmente de consumir este produto, devido ao aparecimento da doença. Desde a confirmação do primeiro caso da doença da ‘vaca louca’ em um rebanho japonês – em 10 de setembro – estima-se que o consumo de carne bovina no Japão caiu cerca de 80%.
“O impacto disso na indústria de carnes dos EUA está sendo devastador”, disse o presidente da USMEF, Philip Seng. “Nós estimamos que as perdas nas exportações dos EUA até agora foram de mais de US$ 80 milhões por mês. Isso significa uma perda de cerca de US$ 36 por cabeça de gado.”
Desde o início de setembro, o USMEF vem trabalhando com a indústria japonesa e com a mídia para certificar-se de que a mensagem sobre a segurança da carne bovina norte-americana estava sendo passada clara e consistentemente. Através do desvio imediato de cerca de US$ 1,7 milhão – que seria aplicado em outros projetos – o USMEF conduziu seminários sobre segurança alimentar, além de conferências na mídia; criou campanhas de publicidade visando mais de 26 milhões de consumidores japoneses e forneceu material nos postos de venda de produtos no varejo.
Agora, o USMEF está trabalhando junto ao Foreign Agriculture Service, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), para desenvolver uma declaração de “carne livre de EEB” nos documentos de exportação do produto.
Além disso, o USMEF está trabalhando com os outros principais importadores, como a Austrália, a Nova Zelândia e o Canadá, para que seja desenvolvido um centro de pesquisa, troca de informações e coordenação da resposta dos consumidores no setor de segurança alimentar.
O plano proposto e aprovado pelos diretores do USMEF inclui 3 elementos principais:
* Uma campanha publicitária, incluindo simpósio nutricional, divulgação na mídia e educação do consumidor;
* Uma campanha de segurança, incluindo um simpósio internacional sobre EEB, reuniões, e outras atividades neste sentido;
* Uma campanha para promover a carne bovina dos EUA, incluindo promoções no varejo.
Para financiar esta iniciativa, o USMEF deverá solicitar pelo menos US$ 8 milhões, que deverão ser provenientes de fundos arrecadados pelos produtores de carne do país; de indústrias de carne ou outras relacionadas que fazem negócios com o Japão; e com o governo federal, através de esforços de organizações afiliadas que podem promover o “lobby” diretamente.
Segundo as últimas estatísticas feitas pelo USDA, no ano 2000 as exportações totais de carne bovina dos EUA cresceram 12%, atingindo o volume de mais de 1,24 milhões de toneladas, enquanto que em valor, houve crescimento de 13%, atingindo a quantia de US$ 3,6 bilhões. As exportações de carne suína cresceram 12% em volume, passando para 568 mil toneladas, enquanto que em valor, houve um crescimento de 18% – US$ 1,3 bilhão. As exportações contam agora com cerca de 13% da produção de carne bovina dos EUA e com mais de 8% da produção de carne suína do país.
Fonte: Meating Place, adaptado por Equipe BeefPoint