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EUA: USDA estende período para comentários públicos na lei de rastreabilidade

Comentário BeefPoint: Em nossos contatos com exportadores de carne bovina dos EUA, em especial o USMEF (uma entidade similar a Abiec), fica claro o grande interesse deles em implantar um sistema de rastreabilidade.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estendeu em 30 dias o prazo final para os comentários públicos em sua lei proposta para rastreabilidade animal obrigatória. Agora, o prazo final é dia 9 de dezembro.

A lei proposta – que requereria a rastreabilidade animal mesmo sem ameaças claras e documentadas de doenças – está sendo alvo de ataques de pequenos produtores devido aos custos, que beneficiariam grandes corporações.

Ao invés de pedir que os produtores registrem seus estabelecimentos, como fez o mal-sucedido Sistema Nacional de Identificação Animal, a nova lei foca na identificação de animais ou grupos de animais através de dispositivos aprovados pelo Governo federal, como brincos, durante o movimento interestadual.

A Austrália foi um país que aproveitou o caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) registrado nos Estados Unidos em 2003 – e as barreiras impostas em mercados lucrativos, como o Japão – para aumentar a participação de mercado na Ásia instalando um programa efetivo de rastreabilidade.

A indústria de carne bovina dos Estados Unidos vem, desde então, apresentando grande recuperação nas exportações à Ásia, mas a falta de um sistema organizado de rastreabilidade tem limitado ganhos potenciais.

Comentário BeefPoint: Em nossos contatos com exportadores de carne bovina dos EUA, em especial o USMEF (uma entidade similar a Abiec), fica claro o grande interesse deles em implantar um sistema de rastreabilidade. Há alguns anos eles vem estudando outros países, seus erros e acertos e tentam criar seu próprio programa. No entanto, lá nos EUA, pequenos grupos de produtores conseguem se movimentar e agir com eficiência, travando mudanças que na opinião deles é prejudicial aos produtores.

A reportagem é do MeatingPlace.com, traduzida e adaptada pelo BeefPoint.

0 Comments

  1. José Manuel de Mesquita disse:

    Pois é… cada cabeça uma sentença, e dependendo dos interesses envolvidos o apoio será sempre incondicional…  O problema é quem ganhará realmente com isso.
    Até o momento  Industrias de processamento da carne, Industrias de insumos para identificação e  certificadoras tem levado vantagem, que dificilmente chega até o produtor.

    Quanto a pequenos grupos de criadores que se opuseram ao sistema anteriormente existente (NAIS), não é exatamente tão pequeno como mencionado no artigo acima,  podem ser pequenos, mas em quantidade  suficiente para  movimentar a opinião pública e o congresso, em defesa de sua sobrevivência contra os abusos da lei, que em geral é feita para proteger os interesses dos grandes grupos…  
    Veja o desabafo de um deles transcrito em um artigo publicado em https://beefpoint.com.br/mypoint/jmm/p_sisbov_ainda_um_prato_de_dificil_digestao_113.aspx

    No momento as reclamações vem de quem ganha com exportação, ganho este que dificilmente chega as mãos de quem produz… Ou o negócio é bom para toda a cadeia, ou continuaremos a testemunhar reclamações, ora de uns ora de outros…

    Os grandes grupos se movimentando para tentar manter as vantagens de sempre, sobre os mesmos… também de sempre!

  2. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Sou obrigado a concordar com o José Manuel de Mesquita que um programa de rastreabilidade deve ser bom para ambas as partes, pecuaristas e frigoríficos, para ter sucesso. O problema de programas obrigatórios é que o custo inicial acaba ficando apenas com o pecuarista. E neste caso para o pecuarista poder transferir este custo ao frigorífico e para o consumidor em última instância  depende de que a exigência / obrigatoriedade imposta seja extensível as outras partes. Que frigoríficos só possam comprar animais rastreados e que só possam comercializar carne oruinda destes animais. E que o mesmo se aplique aos distribuidores e varejistas. Senão começa uma concorrência desleal. Por isto acho mais racional o modelo brasileiro, de adesão voluntária. Nele, se não houver compensação econômica, o produtor simplesmente deixa de fornecer animais rastreados, que demanda maiores custos de produção. Em um processo de ajuste permanente de demanda e oferta.

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