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EUA: USDA triplica testes de EEB

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) mais que triplicou o número de bovinos testados para encefalopatia espongiforme bovina (EEB) ou doença da “vaca louca”, durante o ano fiscal de 2002 e deu passos significativos ao tomar outras medidas de prevenção que visavam evitar que a doença entrasse no país, de acordo com informações recentemente divulgadas.

“Nós nos mantemos vigilantes no fortalecimento de programas para manter a EEB fora do país”, disse a secretária da Agricultura dos EUA, Ann Veneman. “Nosso nível de vigilância excedeu de longe os padrões internacionais de testes e é somente um dos componentes da regulamentação multifacetada do sistema que está mantendo os EUA livres da EEB”.

No ano fiscal de 2002, o USDA testou 19,99 mil bovinos para EEB utilizando medidas de vigilância direcionadas, designadas a testar os animais de alto risco, incluindo os animais deprimidos, os animais que morreram na fazenda, os animais velhos e os animais que exibiam sinais de distúrbios neurológicos. Durante o ano fiscal de 2001, o USDA testou 5,272 mil bovinos.

Ambos os dados são significativamente maiores do que os padrões determinados pela Organização Internacional de Epizootias (OIE), entidade que regulamenta os padrões de saúde animal para mais de 162 nações. Sob os padrões internacionais, um país livre de EEB, como os EUA, poderia realizar o teste de EEB em somente 433 cabeças de gado por ano.

Além da vigilância, as regras da OIE também requerem análises de risco e estratégias de gerenciamento, um programa de educação e conscientização e requerimentos de notificação compulsória regular para os países que reivindicam o status de livres de EEB. Os EUA excedem este critério em todas as categorias.

Em novembro de 2001, a Universidade de Harvard publicou uma análise de risco de EEB de três anos, a mais abrangente avaliação deste tipo já feita. A avaliação detalhada mostrou que a ocorrência de EEB nos EUA é altamente improvável. Em resposta ao relatório, o USDA anunciou uma série de ações, em cooperação com o Departamento de Saúde e Serviços Humanos do país, para fortalecer o programa de prevenção da EEB, incluindo:

– Uma revisão da Avaliação de Riscos de Harvard para garantir sua integridade científica. Após a publicação do estudo de Harvard, o USDA identificou vários cientistas independentes para analisar o relatório até junho de 2003;

– Dobrar o número de testes de EBB: o USDA excedeu esta meta ao conduzir quase 20 mil testes no ano fiscal de 2002, triplicando o número de testes com relação a 2001;

– Publicar o chamado “Current Thinking Paper” sobre a política da EEB (janeiro de 2002) para guiar a regulamentação futura e as recomendações políticas, incluindo ações em sistemas de recuperação avançada de carnes (sistemas AMR) e a proibição do uso de coluna vertebral para certas categorias de bovinos;

– Em dezembro de 2002, os inspetores de fábricas de carne bovina que utilizavam coluna vertebral como fonte de material em sistemas AMR foram obrigados a coletar amostras de rotina para verificar se a medula espinhal não estava presente, a fim de se adequar aos requerimentos de inspeção de rotulagem do Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar do USDA (FSIS);

– O FSIS divulgará uma Nota no Registro Federal até agosto de 2003 sobre uma proposta de lei para carnes derivadas do sistema AMR de forma a esclarecer que a coluna vertebral não deverá ser utilizada como uma fonte de material a não ser que a fábrica tenha medidas de controle efetivas colocadas em prática para garantir que tecidos do sistema nervoso central não estão presentes em nenhuma carne derivada deste sistema (a lei final deverá estar publicada até dezembro de 2003);

– Desenvolver uma lei que proíba o uso de certos aparelhos de insensibilização dos animais que possam inadvertidamente forçar que partes do tecido do cérebro e da medula espinhal entrem no sistema circulatório (macro-êmbolos) dos animais a serem abatidos;

– Publicar um Aviso Prévio das Regras Propostas em Fevereiro de 2003 das opções reguladoras para a disposição de estoques mortos em propriedades rurais assistidas com rastreabilidade se a EEB for detectada e prestar assistência à Food and Drug Administration (FDA) no reforço de sua proibição de alimentos dos animais.

“Nós excedemos os padrões de vigilância da OIE nos últimos sete anos e estamos dobrando nossa vigilância a cada ano desde 1999. Nós continuamos a examinar nossos programas de EEB, bem como a avaliar medidas adicionais para garantir uma forte regulamentação e sistemas adequados”, disse Veneman.

Desde 1989, o USDA proibiu a importação de ruminantes vivos e da maioria dos produtos derivados de ruminantes de países considerados de risco para EEB. Em 1997, o FDA proibiu o uso da maioria das proteínas de mamíferos na alimentação de ruminantes. O USDA também distribui amplamente folhetos informativos, vídeos sobre a EEB e pacotes de informações para veterinários, escritórios de extensão, universidades e grupos de indústrias. O USDA também mantém um extensivo site na Internet no endereço: www.aphis.usda.gov

Fonte: MeatingPlace.com (por Dan Murphy), adaptado por Equipe BeefPoint

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