O Brasil conseguiu no fim de março a liberação oficial para exportar milho à China, mas as vendas ao país asiático ainda não engrenaram. Questões de mercado, especialmente a ampla oferta global e a perspectiva de que o preço do grão caia ainda mais no segundo semestre, travaram - ainda que momentaneamente - um mercado que o Brasil levou mais de dois anos para ter acesso. E também sinais de que uma cultivar de milho transgênico plantada no país e proibida pelos chineses seja um obstáculo adicional aos negócios.
O Brasil conseguiu no fim de março a liberação oficial para exportar milho à China, mas as vendas ao país asiático ainda não engrenaram.
Questões de mercado, especialmente a ampla oferta global e a perspectiva de que o preço do grão caia ainda mais no segundo semestre, travaram – ainda que momentaneamente – um mercado que o Brasil levou mais de dois anos para ter acesso. E também sinais de que uma cultivar de milho transgênico plantada no país e proibida pelos chineses seja um obstáculo adicional aos negócios.
Nos últimos seis anos, a China passou de exportadora a importadora de milho, consequência da crescente demanda doméstica puxada pelo consumo de carnes – o grão é matéria-prima para ração animal. O atual volume de compras do país é baixo (em torno de 3 milhões de toneladas anuais).
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) indicam que o Brasil não embarcou um único quilo de milho para a China desde março.
O fato é que o mercado global de milho está “folgado”, na avaliação de Sérgio Mendes, diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). “Temos excedentes do grão no Brasil e previsão de safra abundante nos EUA. Então, não há porque os chineses se preocuparem nesse momento”, afirma.
A expectativa é que o mercado mundial seja “inundado” por mais 300 milhões de toneladas de milho entre outubro e novembro, o que tende a empurrar os preços ainda mais para baixo – o grão já acumula queda de quase 14% em 2014.
Fonte: Jornal Valor Econômico.