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Exportações de carne bovina em janeiro superam o ano anterior

As exportações de carne bovina dos EUA apresentaram tendência de alta em relação ao ano anterior em janeiro, de acordo com dados divulgados pelo USDA e compilados pela Federação de Exportação de Carne dos EUA (USMEF). Já as exportações de carne suína ficaram ligeiramente abaixo dos volumes elevados de janeiro do ano passado, apesar de outro desempenho notável no México e na América Central.

As exportações de carne bovina em janeiro atingiram 102.840 toneladas métricas ™, um aumento de 3% em relação ao ano anterior, enquanto o valor cresceu 5%, chegando a US$ 804,6 milhões. Esse crescimento foi impulsionado, em parte, pelo aumento das exportações para a China e o Canadá, enquanto as exportações para a Coreia do Sul permaneceram estáveis em volume, mas cresceram em valor. Houve também um aumento significativo no valor em outros mercados-chave, incluindo Taiwan, Caribe, América Central e ASEAN. As exportações de miúdos bovinos foram as maiores em quase dois anos, com destaque para os embarques para México, Egito, Canadá e China/Hong Kong.

“A demanda por carne bovina dos EUA ganhou força nos mercados asiáticos no final do ano passado, e esse impulso continuou em grande parte em janeiro”, disse Dan Halstrom, presidente e CEO da USMEF. “O desempenho na Coreia é particularmente encorajador, considerando a turbulência política do país e a desvalorização da moeda. Também é gratificante ver as exportações aumentando para a China, embora estejamos preocupados com o acesso ao mercado no futuro, já que muitas plantas de carne bovina e suína dos EUA aguardam uma decisão sobre sua elegibilidade após meados de março.”

A Demanda por Carne Bovina dos EUA Permanece Resiliente em Mercados-Chave

As exportações de carne bovina para o principal mercado em valor, a Coreia do Sul, permaneceram estáveis em relação ao ano passado, com 18.801 tm, enquanto o valor subiu 7%, atingindo US$ 182,4 milhões. Embora os embarques de janeiro tenham ficado abaixo dos níveis alcançados no quarto trimestre de 2024, a demanda da Coreia pela carne bovina dos EUA manteve-se firme, apesar da incerteza econômica gerada pelo impeachment do presidente Yoon Suk Yeol e da desvalorização do won coreano, que recentemente atingiu seu menor nível em relação ao dólar desde 2009.

As exportações para a China totalizaram 15.920 tm em janeiro, um aumento de 35% em relação ao volume reduzido do ano anterior, enquanto o valor subiu 34%, chegando a US$ 137,3 milhões. Assim como na Coreia, a demanda chinesa por carne bovina dos EUA se recuperou significativamente na segunda metade de 2024. No entanto, a indústria dos EUA enfrenta grande incerteza na China, pois os registros da maioria das unidades exportadoras expiram em 16 de março. Autoridades dos EUA estão trabalhando para resolver o problema, mas, caso essas plantas percam a elegibilidade após meados de março, isso poderá anular grande parte do acesso ao mercado conquistado com o Acordo Econômico e Comercial da Fase Um entre EUA e China, que desbloqueou bilhões de dólares em comércio para a indústria dos EUA. Além disso, a carne bovina dos EUA em breve estará sujeita a uma tarifa adicional de 10% na China, elevando o total para 22% a partir de 10 de março. Já as exportações para Hong Kong (que totalizaram 2.838 tm em janeiro, avaliadas em US$ 25,7 milhões) não são impactadas pela questão da elegibilidade das plantas e não estão sujeitas às tarifas retaliatórias.

As exportações para o Oriente Médio se recuperaram de forma impressionante em 2024 e continuaram em alta em janeiro. O volume totalizou 5.120 tm, um aumento de 5% em relação ao ano anterior, enquanto o valor cresceu 13%, atingindo US$ 21,5 milhões. Esse crescimento foi impulsionado, principalmente, pelos robustos embarques de miúdos bovinos para o Egito, que foram os maiores desde dezembro de 2022, aumentando 10% em volume (3.994 tm) e 25% em valor (US$ 6,9 milhões). Embora as exportações de cortes nobres para os Emirados Árabes Unidos (EAU) tenham caído 34% em volume (308 tm), o valor subiu 18%, chegando a US$ 5,9 milhões. Os embarques para os EAU desaceleraram no final de 2024 devido a questões relacionadas à certificação halal.

Outros Destaques das Exportações de Carne Bovina dos EUA em Janeiro:

  • México: As exportações diminuíram ligeiramente, caindo 2% em volume (19.724 tm) e valor (US$ 110,1 milhões). No entanto, as exportações de miúdos bovinos se destacaram, alcançando o maior volume desde 2016, com um aumento de 16% (11.871 tm), enquanto o valor subiu 15% (US$ 31,3 milhões). O México continua sendo o principal destino de exportação dos miúdos de carne bovina dos EUA, incluindo tripas, intestinos, corações e lábios.
  • Canadá: As exportações aumentaram 20% em volume (8.457 tm) e 2% em valor (US$ 65,9 milhões). O crescimento modesto no valor se deve ao aumento da participação dos miúdos na composição das exportações, que cresceram 154%, totalizando 1.300 tm, o maior volume desde 2012.
  • Caribe: Após um recorde em 2024, as exportações continuaram em alta, crescendo 3% em volume (2.757 tm) e 18% em valor (US$ 24,6 milhões). O crescimento foi impulsionado principalmente pela demanda forte na República Dominicana, Bahamas, Antilhas Holandesas e Turks e Caicos.
  • América Central: Apesar de uma leve queda no volume (1.931 tm, -1%), o valor das exportações aumentou 24%, atingindo US$ 15,7 milhões. As exportações para a Costa Rica cresceram 92% em volume (556 tm) e 125% em valor (US$ 4,5 milhões). Houve também crescimento significativo em Honduras. Já os embarques para a Guatemala caíram 5% em volume (850 tm), mas o valor subiu 13% (US$ 7,35 milhões).
  • América do Sul: O volume caiu 7% (1.371 tm), mas o valor cresceu 13%, chegando a quase US$ 10 milhões. As exportações para o Chile aumentaram 41% (380 tm), com valor subindo 53% (US$ 3,6 milhões). Para a Colômbia, o volume caiu 30% (339 tm), mas o valor subiu 12%, atingindo US$ 3,2 milhões – o mais alto desde fevereiro de 2024. A recuperação nas exportações para a Colômbia ocorreu após a reabertura total do mercado em setembro, após restrições devido ao H5N1.
  • Taiwan: O volume caiu 2% (3.140 tm), mas o valor subiu 7%, chegando a US$ 38,5 milhões. Taiwan tem um dos maiores valores unitários de exportação para a carne bovina dos EUA, e os EUA detêm 73% do mercado de carne bovina refrigerada importada do país.
  • Japão: A demanda japonesa recuou, com o volume caindo 10% (19.076 tm) e o valor diminuindo 9% (US$ 139,5 milhões). As exportações de miúdos bovinos, principalmente línguas e diafragmas, caíram 12% em volume (3.265 tm) e 24% em valor (US$ 29,6 milhões).

Apesar da queda no Japão, as exportações de miúdos bovinos dos EUA em janeiro atingiram 25.838 tm, um aumento de 11% em relação ao ano anterior, representando o maior volume desde maio de 2023.

O valor das exportações de carne bovina dos EUA em janeiro foi de US$ 371,37 por cabeça de gado abatido, um aumento de 3% em relação ao ano anterior.

Fonte: U.S. Meat Export Federation, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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