O Mato Grosso do Sul continua sendo um paraíso para atuação de “laranjas” no setor de frigoríficos, lesando pecuaristas e o próprio fisco em golpes milionários que quase sempre continuam impunes. Um estudo elaborado pelo assessor técnico da Federação da Agricultura do Estado de Mato Grosso do Sul (Famasul), Cláudio Mendonça, mostra que embora só hajam 31 plantas industriais instaladas no Estado, se constatou na Junta Comercial 272 razões sociais. Num único frigorífico foram descobertas cinco razões sociais diferentes funcionando na mesma instalação.
O golpe é relativamente simples: abre-se uma empresa, com um capital social irrisório (R$ 20 mil), insuficiente para garantir um dia de abate. Arrenda-se a instalações de um frigorífico. Como o gado é comprado para pagamento em 30 dias, a indústria tem matéria-prima para funcionar sem precisar de capital. Vencido os 30 dias, o frigorífico não paga o pecuarista que tenta executar a dívida. Aí então uma nova surpresa: nem a empresa, nem os donos têm bens que possam garantir o pagamento. Normalmente, alerta Mendonça, estes donos são “laranjas” dos reais proprietários, muitos são funcionários dos próprios donos.
Fonte: Campo Grande News (por Flávio Paes), adaptado por Equipe BeefPoint