Fechamento – 11:55 – 20/12/01
20 de dezembro de 2001
Fechamento – 12:17 – 26/12/01
26 de dezembro de 2001

Famato critica combate à febre aftosa no MT

“Com essa desordem governamental que está aí, nós estamos brincando de acabar com a febre aftosa”, advertiu o pecuarista José Antônio de Ávila, presidente do Fundo Emergencial da Febre Aftosa (Fefa) e da Federação da Agricultura de Mato Grosso (Famato).

José Antônio d’Ávila e o vice-presidente da Famato, Homero Alves da Silva, conduziram o seminário “O agronegócio por quem faz o agronegócio”, realizado na quarta-feira com o objetivo de fazer um balanço do setor em 2001.

Segundo d’Ávila, ainda faltam 2 milhões de doses de vacina contra aftosa para que o Mato Grosso complete a imunização do rebanho, estimado em 20 milhões de cabeças. O pecuarista afirma ainda que a campanha deveria ter se encerrado no dia 30 do mês passado.

“A situação é mais crítica do que vocês pensam”, disse o presidente do Fefa, que percorreu vários municípios do Norte do Estado na semana passada e constatou que a falta da vacina contra a febre aftosa é geral. Segundo ele, o problema coloca em risco todo o trabalho que vem sendo realizado há 15 anos em Mato Grosso para erradicar a doença.

O grande temor de José d’Ávila é quanto à longa faixa de fronteira seca entre Mato Grosso e Bolívia, onde o nível de incidência da doença ainda é muito alto.

Além disso, se for preciso, o Estado não tem como sacrificar uma grande quantidade de animais – pelo simples fato de que não há rifles 22. Uma recente simulação do surgimento de um foco de febre aftosa no Mato Grosso revelou que o estado não está preparado para enfrentar uma emergência da doença.

José d’Ávila destacou o trabalho realizado na zona-tampão nos municípios da fronteira com a Bolívia e da divisa com Rondônia no controle da doença, cujo bom resultado levou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a declarar todo o Estado como área livre de febre aftosa, decisão referendada pela Organização Internacional de Epizootias (OIE). No entanto, ele conclamou os pecuaristas a irem a Brasília discutir com as autoridades a questão da sanidade bovina no Estado. Para o presidente do Fefa, a volta da doença seria um desastre para todos os segmentos da cadeia produtiva.

Prorrogação da vacinação

Somente hoje o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) decidirá se prorroga ou não, mais uma vez, a campanha de vacinação contra a febre aftosa.

A decisão depende do recebimento dos relatórios dos seus escritórios espalhados pelo interior sobre o número de animais imunizados até ontem e também informando os estoques de vacina em disponibilidade nas revendas de produtos agropecuários no Estado.

“Sem os números nas mãos, não temos como avaliar se a campanha continua ou não”, afirma o presidente do Indea, o médico veterinário Ênio José Martins de Arruda.

Ontem, Goiás e o Distrito Federal, que fazem parte do Circuito Pecuário do Centro Oeste, do qual participam ainda Paraná, São Paulo e parte de Minas Gerais, decidiram adiar para início de janeiro o prazo para encerrar a campanha de imunização.

Fonte: Diário de Cuiabá (por Nelson Severino), adaptado por Equipe BeefPoint

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