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Febre aftosa: vigilância sanitária e vacinação, uma alternativa para o controle

A febre aftosa é uma doença infecto-contagiosa de grande importância na pecuária de corte por ser de disseminação rápida e de eliminação dos animais contaminados com perda total da produção. É causada por um vírus do gênero Aphthovirus. São bem estabelecidas sete estirpes desse vírus: O, A, C, Asia 1, SAT1, SAT2, e SAT3, com até 80 subtipos divididos entre esses grupos. Na América do Sul até o memento foram identificados apenas os subtipos A, O e C.

A febre aftosa é uma doença infecto-contagiosa de grande importância na pecuária de corte por ser de disseminação rápida e de eliminação dos animais contaminados com perda total da produção. É causada por um vírus do gênero Aphthovirus. São bem estabelecidas sete estirpes desse vírus: O, A, C, Asia 1, SAT1, SAT2, e SAT3, com até 80 subtipos divididos entre esses grupos. Na América do Sul até o memento foram identificados apenas os subtipos A, O e C. De modo geral, são susceptíveis a infecção animais que possuem o casco partido, como bovinos, suínos, ovinos e caprinos.

O rebanho bovino infectado manifesta os seguintes sintomas: febre, geralmente não percebida, porém com salivação excessiva e formação de vesículas na mucosa bucal e entre os cascos, que interferem na alimentação e locomoção e que são os sintomas mais facilmente observados clinicamente. As vesículas se rompem, formam úlceras nas regiões descritas e nas mamas tornando-se porta de entrada para infecções por outros agentes. É importante destacar que no aparecimento destes sintomas no rebanho bovino deve ser considerada no diagnóstico diferencial, outra doença vesicular com sintomas muito semelhantes, a estomatite vesicular.

As principais fontes de infecção são a saliva dos animais doentes e conseqüente disseminação do vírus na pastagem e no solo; esse problema pode ser agravado pela possibilidade de disseminação do vírus através da entrada no rebanho livre de novos animais sem vacinação ou controle, pessoas ou veículos que estiveram em propriedades de focos, camas, forragens, aves migratórias ou até mesmo, o vento, capaz de transportar o vírus por distâncias de até 60 km, levando o problema para outras regiões.

Os danos, causados por essa doença, não se relacionam a saúde pública, mas as grandes perdas econômicas determinadas pelo sacrifício de todo um rebanho a partir de um único animal considerado infectado na propriedade. O impacto da presença da doença compromete a exportação de carnes que fica imediatamente impedida mesmo em propriedades sem a presença da doença, além da repercussão internacional que determina imediatamente a redução de valores do produto nacional, como ocorreram nos surtos já sofridos pelo Brasil.

São várias as suposições para o surgimento de focos como os últimos ocorridos em 2005 no Mato Grosso do Sul e Paraná. Uma delas rapidamente descartada após identificação do subtipo foi à variação do vírus; o manejo inadequado da vacina é uma hipótese bastante provável, assim como a vacinação parcial, ou seja, a vacinação a partir da seleção de um grupo de animais, deixando o restante do rebanho susceptível. A suspeita de maior repercussão nacional e internacional foi à possibilidade de entrada do vírus por animais provenientes do Paraguai através de uma região não fiscalizada ou de fiscalização deficiente no Brasil.

Independentemente da forma de entrada desses animais e/ou do vírus no país, o que deve ser destacado é a amplitude do território nacional e a dificuldade de fiscalização das fronteiras brasileiras, devendo ser cobrado não somente pelos produtores, mas por toda população brasileira que sofre as conseqüências das oscilações na economia nacional, providências no sentido de melhorar, com o novo governo que se inicia, as fiscalizações sanitárias tanto em número de profissionais quanto na garantia de segurança dos mesmos para realização de um trabalho eficiente no controle da entrada de doenças como a febre aftosa no país.

Outra alternativa comprovadamente importante na prevenção da aftosa e que poderá ter grande impacto no controle da doença no Brasil é a vacinação maciça e sistemática dos rebanhos, associada à conservação adequada das vacinas utilizadas que devem ser mantidas em temperaturas variando de 4ºC a 8ºC. Para isso é importante a participação dos produtores na adesão ao programa de controle que surge como a alternativa mais eficaz na busca por um país livre da febre aftosa.

Referências bibliográficas
Moutou, F. Epidemiological basis useful for the control of foot-and-mouth disease. Comp Immunol Microbiol Infect Dis. 2002 Oct;25(5-6):321-30.
Davies, G. Foot-and-mouth disease control measures. Vet Rec. 1994 Jul 16;135(3):53-7.
T.M.P. Lyra; J.A. Silva. A febre aftosa no Brasil, 1960-2002 . Arq. Bras. Med. Vet. Zootec. v. 56, n. 5, 2004

1 Comment

  1. José Francisco Ghignatti Warth disse:

    O mais intrigante em relação a ocorrência da Febre Aftosa no Brasil, é a constante preocupação com o surgimento de focos da doença nos estados brasileiros. Lembrando que a doença foi erradicada nos EUA em 1929, hoje estamos em 2015 e não é concebível ou aceitável que somente Santa Catarina seja considerado o único estado brasileiro considerado Livre de F.Aftosa sem vacinação!
    Prof. José Francisco G. Warth