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Fertilizantes: Brasil quer parceria com a Rússia

O governo brasileiro prepara as bases de um acordo estratégico para criar uma empresa estatal em parceria com a Rússia na área de produção de fertilizantes. A binacional de capital fechado também poderia administrar as novas concessões de exploração de jazidas no Brasil.

O governo brasileiro prepara as bases de um acordo estratégico para criar uma empresa estatal em parceria com a Rússia na área de produção de fertilizantes. A binacional de capital fechado também poderia administrar as novas concessões de exploração de jazidas no Brasil.

A proposta, ainda em negociação no governo, deve ganhar força com a assinatura de compromisso durante a visita ao país do vice-primeiro-ministro russo Igor Sechin, em outubro.

“Tivemos uma recepção extremamente positiva do governo russo”, diz o ministro interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Daniel Vargas. “Não será um memorando de entendimentos, mas algo concreto para um parceira estratégica efetiva”.

O acordo, segundo Vargas, envolveria contratos de longo prazo para a transferência de tecnologia russa de fabricação de fertilizantes e a garantia de abastecimento de produtos agropecuários pelo Brasil. Em jogo, estão negócios de US$ 10 bilhões em importações de matérias-primas para fertilizantes. Em 2008, o Brasil comprou 17 milhões de toneladas desses produtos no exterior. Apenas em potássio, foram gastos US$ 4 bilhões em 6,5 milhões de toneladas.

As discussões para o eventual acordo Brasil-Rússia avançaram após encontros do ex-ministro Mangabeira Unger com Igor Sechin no fim de maio, em Moscou, durante a reunião de cúpula dos BRICs, que reúne Brasil, Rússia, Índia e China. “Estamos determinados a entrar nesse mercado. Não queremos começar do zero e essa produção complexa exige tecnologia e tradição. Temos pressa em resolver essa questão estratégica para a agenda futura da agricultura”, afirma o ministro Daniel Vargas.

A matéria é de Mauro Zanatta, publicada no Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.

0 Comments

  1. Roney Jose da Veiga disse:

    Não sei se devemos celebrar ou lamentar a notícia da entrada do governo em um setor tão estratégico e importante como o dos fertilizantes. Será celebrada, se o governo puder quebrar os monopólios existentes nesse setor, que fazem o que bem querem e entendem dos preços dos seus produtos, sufocando as margens de lucros dos produtores. Será lamentada, se vier apenas a reforçar esses cartéis existentes, haja visto que o governo através do braço finaceiro do BNDS participa dos cartéis de frigoríficos, sem falar nas empresas de mineração (preço do aço), e a nossa tão querida Petrobrás (preço do óleo).
    È aguardar para ver, o tempo dirá.

  2. Maurício Carvalho de Oliveira disse:

    O setor de fertilizantes no Brasil, assim como o de derivados de petróleo, mesmo com a multinacional Petrobrás, sofrem as marés da lei de oferta e procura. São os piques de altos e baixo naturais do sistema econômico.
    Como um dos grandes players mundial no setor de alimentos, o País precisa se extruturar melhor, no que concerne à segurança de abastecimento desse insumo de produção, como da própria segurança alimentar em si. E, certamente, o Governo pode contribuir para a estruturação de novas empresas no setor, promovendo um ambiente de mercado mais saudável. E olha que não é apenas a mercadoria em si. Mas navios, portos, ferrovias, estradas, carga tributária etc.
    Entretanto, falar em empresa estatal, de capital fechado, em pleno seculo XXI, parece-me temerário. Por quê não se analisar uma forma de gestão privada, ações em bolsas de valores, participação do sistema cooperativismo agrícola brasileiro? O Estado moderno não pode ser onipresente, mas fazer bem o que lhe compete como missão. Regular sim, mas Estado empreendedor é temerário. Olhem à nossa volta!

  3. Julio Cezar Rebes de Azambuja Filho disse:

    Por favor, alguem pede me explicar porque essa parceria com a Russia. Será que nós brasileiros não temos competência para fazer isso sozinho?
    Obrigado.

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