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Fim da estiagem favorece pecuaristas

As chuvas dos últimos dias trouxeram ânimo para os pecuaristas do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, principalmente, que frearam parte da pressa em se desfazer dos animais por falta de pasto e, assim, conseguiram reverter uma tendência de queda dos preços que vinha se verificando no período. Com isso a situação nestes mercados é de bastante procura por parte dos frigoríficos, enquanto os produtores se retraíram graças à melhoria das pastagens. Não se descartam novos aumentos no preço da arroba ao longo da semana, que devem variar entre R$ 0,50 e R$ 1,00, nestas regiões.

De acordo com os indicadores da Scot Consultoria, ontem, no Paraná, as vendas ficaram em R$ 43,00 a arroba, depois de uma longa resistência dos frigoríficos em R$ 42,00. Segundo o analista Fabiano Ribeiro Tito Rosa, a expectativa é de que o mercado continue aquecido. Ele lembra, porém, que esta situação depende do clima. “Quanto mais o frio demorar a chegar, mais o produtor continuará conservador na venda”, diz, enfatizando que isso significará preços melhores.

Para Adélio Borges, do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, o mercado deve seguir firme. Segundo ele, é preciso considerar outros fatores, como o período do pagamento dos salários, com reflexos positivos ao pecuarista.

Borges diz ainda que o mercado nacional é beneficiado pela crise econômica da Argentina, que reduziu as exportações por causa do longo feriado bancário e também por restrições sanitárias. Também o câmbio tem favorecido as exportações brasileiras que, segundo ele, devem passar das 500 mil toneladas neste ano.

Produtor reclama de preço

O pecuarista Valdir Lazarini, de Cascavel, no Oeste do Paraná, reclama dos preços ofertados pela arroba do boi gordo, pois, em sua avaliação, são suficientes apenas “para cobrir as despesas, não deixando margem de ganho”. De acordo com ele, a tendência é de que o preço continue baixo até agosto, quando, por causa da entressafra, deve haver reação do setor.

Lazarini diz que, mesmo que a chuva tenha ajudado a recuperar parte das pastagens, o inverno já está próximo, o que força o pecuarista a vender os animais gordos. “Isso leva a um aumento da pressão da oferta e, conseqüentemente, teremos preços mais baixos ainda”, avalia. Além disso, o produtor cita o aumento da oferta de frango e de suínos no mercado interno como fator de depressão no segmento de carne bovina.

Fonte: Gazeta do Povo/PR, adaptado por Equipe BeefPoint

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