Ontem, gravando uma entrevista com Alexandre Scaff Raffi, produtor no MS e ex-presidente da Novilho Precoce MS, perguntei qual o desafio que ele gostaria de passar para quem assistir o vídeo da nossa conversa. Ele mandou um recado muito bom (que você vai ver no vídeo) e disse que tinha um outro desafio. Disse que esse era para mim (Miguel), e para o BeefPoint.
Eu respondi: Opa, vamos nessa! Pode falar que eu sou todo ouvidos… É nessas horas, quando uma pessoa que você gosta e admira, e que te chama “na chincha”, que você pode se preparar, que vem alguma coisa boa, que vai te tirar da zona de conforto.
O desafio do Alexandre é que o BeefPoint aborde mais de frente dois temas que são grandes preocupações, desafios e problemas para o produtor brasileiro. São as questões: trabalhista e ambiental.
Realmente, se você perguntar para a maioria dos produtores, eles vão reclamar que esse dois pontos muito difíceis, e que em muitos casos, não sabem como proceder, não sabem o que fazer. Se sentem no mato sem cachorro.
É claro, aceitei o desafio. Vamos trabalhar firmemente nesses dois assuntos. E vamos fazer da forma que o BeefPoint faz com todos os temas.
Nosso plano daqui em diante é:
1- procurar as pessoas mais bem informadas sobre esses dois temas e conversar, ouvir, perguntar e estudar o que elas tem a nos ensinar.
2- procurar exemplos de sucesso de produtores e pecuaristas brasileiros que conseguiram se adequar e se proteger em todos os quesitos frente as questões ambiental e trabalhista.
3- ajudar a apontar soluções do que é preciso fazer, do que é necessário não fazer, de como se pode atuar junto ao governo, etc. Enfim, ajudar a mostrar quais são os melhores caminhos e ações.
O mais importante aqui é o verbo: FAZER. Vamos atrás de quem faz, de quem faz melhor, de quem faz diferente. De quem está disposto a compartilhar essas experiências.
Outro ponto importante, que acredito ser um dos valores do BeefPoint nos dias em que conseguimos gerar valor para o setor é trazer luz para os debates. É trazer profundidade, é trazer informação, é clarear a conversa, melhorar a forma como discutimos e enfrentamos as coisas. Apenas murro na mesa e discurso, não vai nos levar muito longe. Precisamos aprender com quem faz e multiplicar os bons exemplos.
Além disso, tenho certeza que também haverá muito dever de casa. E como em tudo que fazemos, nossa forma de conduzir, não será de tratar ninguém como vítima, nem passar a mão na cabeça.
O produtor precisa ser protagonista nesse assunto (e em todos os outros). Todas as pessoas que admiro, são de uma forma ou de outra protagonistas e não espectadores. É o homem na arena que tem valor, e não o crítico na platéia.
O momento para esse dasafio não poderia ser melhor, do ponto de vista da nossa capacidade de como fazer, pois temos uma surpresa.
Gostaria de anunciar que estamos iniciando uma parceria muito interessante com a Aliança da Terra, que se comprometeu a desenvolver e a divulgar no BeefPoint muito conhecimento ligado a área ambiental. Estamos muito animados com essa parceria, pois há tempos admiramos o trabalho que a Aliança desenvolve, inclusive junto a muitos produtores que reconhecemos como líderes em produção, eficiência e sustentabilidade.
O primeiro conteúdo especial da Aliança será uma palestra em vídeo sobre os cuidados, as precauções que o produtor brasileiro deve tomar antes de entrar no CAR. Há muitos detalhes, que se não observados, podem criar uma arapuca. Nessa palestra vamos nos aprofundar bastante no tema e a ideia é responder todas as dúvidas.
Vamos fazer o mesmo nas questões trabalhistas. Vamos nos aprofundar nesses dois temas.
Para fazer nosso trabalho com qualidade, precisamos da sua ajuda, respondendo as perguntas abaixo na seção de comentários.
a- Que especialista você conhece, recomenda e admira que faz um trabalho de primeira na área ambiental e/ou trabalhista no meio rural? Já temos alguns nomes, mas queremos conhecer as pessoas que podem nos ajudar a responder todas as dúvidas e explicar como fazer.
b- Que produtor (agricultor ou pecuarista) você reconhece como referência em trabalho de primeira linha na área ambiental e/ou trabalhista? Queremos ir conhecer de perto e em detalhes os relatos de quem está fazendo o certo.
E por último, a mais importante:
c- Quais problemas específicos você tem nas áreas ambiental e trabalhista? Detalhe o máximo possível suas dúvidas, problemas, dificuldades, para que possamos encontrar respostas também específicas e detalhadas.
Aceitamos o desafio e vamos trabalhar nisso. Se houver procura, podemos até organizar um curso sobre o assunto. O propósito do nosso trabalho é te ajudar a ser uma pessoa, um profissional, um produtor melhor. Se conseguirmos te impulsionar nessas duas áreas, estaremos cumprindo nosso papel.
Aguardo suas respostas abaixo. Vamos em frente. Muito obrigado e conte conosco.
Um abraço, Miguel Cavalcanti
IMPORTANTE: Para podermos te ajudar, precisamos saber quais seus problemas específicos nas áreas ambiental e trabalhista?
Detalhe o máximo possível suas dúvidas, problemas, dificuldades, para que possamos encontrar respostas também específicas e detalhadas.
Por favor informe abaixo.
13 Comments
Parabéns pela escolha dos temas.
Acho que as áreas ambientais e trabalhistas são as duas maiores “pragas” do campo atualmente e que ninguém comenta.
Principalmente pelo o que o resto do mundo pratica.
Miguel, em Porangatu, procure o produtor JOSÉ LEÃO, Ele tem uma propriedade modelo nas áreas trabalhista e ambiental.
Acrescentaria: Logistica, principalmente ferrovia e hidrovia e ainda estradas rurais municipais, pois 30% de nosso diferencial de custos em relação aos países desenvolvidos estão nestes item, isto poderia ser equacionado num prazo de 5 anos. É só contarmos com um esforço concentrado como foi jogar dinheiro fora com o legado da copa.
Na genética podemos aumentar cerca de 1% ao ano na produtividade e portanto redução de custos. Na alimentação do gado (manejo de pastagem) podemos aumentar em media uns 3% a.a. na produtividade.
Obrigado Miguel fico muito feliz pela sua escolha.
Contribuindo para o evento não deixe de chamar a Samantha Pineda advogada especialista na área ambiental. Ela é fantástica. Tem um conhecimento único.
Na área trabalhista chame o Cristiano Zaranza que também é excelente! Ambos vem pela CNA.
Não esqueça se conseguir é claro de trazer promotores do meio ambiente e trabalhistas
Abraços e Boa Sorte
Miguel, bom dia.
com especialização em Direito Ambiental, Advogado, Engº Agrônomo e Empreendedor Rural, tenho trabalhado com ênfase ao meio ambiente, que pelo advento da nova lei, esta tornou-se mais flexivel, porém as partes devam enfatizar o que a nova ordem nos emoldura, e, para isto a Embrapa Gado de Corte detém programas em que vislumbram a área ambiental bem como a área de recursos humanos com ênfase e aplicabilidade voltadas ao produtor e ao sistema produtivo, vale a pena tomar conhecimento e divulgá-las.
Atenciosamente Dr. Mauricio
Bom dia,
Miguel, sem sombra de duvida precisamos de informacoes sobre o preenchimento do CAR. Obrigado. Huneri
Bom dia Miguel
Acho estes 2 temas fundamentais, vou acompanhar, mas gostaria de expor um outro grande problema que esta ocorrendo aqui em Minas.
AS prefeituras estão fazendo uma parceria com a receita federal , onde a receita federal abre mão dos 50% da arrecadação do ITR que lhe era de direito , ficando agora o municipio com 100% da arrecadação, as prefeituras estão impondo o valor da terra nua por decreto e sem a discusão com os produtores; com a ansia arrecadatória estas estão colocando os valores altos, o que esta acarretando um tributo caro e que é base de calculo para o CNA, influenciando o custo de produção nas propriedades.
Gostaria que este tema fosse debatido junto aos produtores e Beef Point.
Saudações pecuárias
Carlos Marcio Guapo
Proprietário / Médico Veterinário
Central Terra Nova de Receptoras
Campo Florido-MG
“ Talento é 1% inspiração e 99% transpiração” – Thomas Edison
Caro Miguel:
Realmente estes dois temas são da maior importância para a atividade primária do Brasil. Talvez o ambiental melhore consideravelmente com o Cadastro Ambiental Rural, desde que, é claro, ele seja preenchido corretamente. Digamos que, a meu juízo, ele seja atualmente menos preocupante, eis que as regras previstas no Código Florestal, mesmo não sendo as ideais, são razoavelmente claras e permitirão o enquadramento legal dos produtores. Sobre a matéria destaco dois nomes com grande conhecimento sobre a matéria, e indispensáveis ao discutir-se o assunto: Samanta Pineda e Eduardo Condorelli.
A questão trabalhista entendo que seja bem mais complexa, eis que regulamentada pela CLT, legislação ordinária, normas e portarias de mais de um Ministério, tudo com interpretação absolutamente subjetiva, vaga e imprecisa, além de uma jurisprudência desencontrada e que não oferece segurança jurídica. Enquadraria neste tema, além das questões trabalhistas propriamente ditas, àquelas voltadas à segurança do trabalho, insalubridade e e denominado trabalho “escravo”. Toda esta legislação, para piorar, encontra em cada cabeça e em cada fiscal e integrante do Ministério Público, uma interpretação diferente. E o produtor fica sem saber qual a providência correta. Isto sem falar-se nas exigências divorciadas da realidade. Desde o início o assunto tem erros e problemas, que começa com legislação única para trabalho urbano e rural. Os dois temais, trabalhista e ambiental, são apaixonantes, estimulantes e estressantes e realmente precisam ser tratados prioritariamente.
Desejo êxito no empreitada e fico à disposição.
Abraço.
José Roberto Pires Weber
Santa Thereza Agricultura e Pecuária
Dom Pedrito,RS
Olá Miguel, gostaria de sugerir para esse debate o Dr. Maurício Sarto, que fez um comentário acima. Ele entende muito do assunto, e nos ajudou bastante na implantação das normas do BPA da Embrapa. Um abraço
Realmente ótima escolha dos temas. Acompanharei de perto as discussões, colaborando sempre que puder.
Abraço,
Mário Bastos
Fazendas Guaiuvira e Guarantã
Pompéia – SP
Desejo saber qual é seu entendimento do Art 68 do código florestal (“art. – 68 Os proprietários ou possuidores de imóveis rurais que realizaram supressão de vegetação nativa respeitando os percentuais de Reserva Legal previstos pela legislação em vigor à época em que ocorreu a supressão são dispensados de promover a recomposição, compensação ou regeneração para os percentuais previstos nesta lei”) A dúvida é o seguinte: este artigo aplica-se a quem desmatou antes do código florestal ou lei florestal de Vargas, isto é, quem desmatou antes de qualquer lei restritiva não precisa recompor etc?
Bom dia Miguel, parabéns a vocês pela iniciativa em abordar temas importantes na forma de debate.
Em relação a questão trabalhista e ambiental, sugiro dividi-las em varias etapas (diversos debates), pois, esses temas são muito amplos para serem abordados em 130 minutos de BeefConnection!
Outra sugestão seria vocês criarem cartilhas sobre direitos e deveres de empregador e empregado. Para as questões ambientais, poderia ser confeccionada uma cartilha sobre o passo a passo de como regularizar uma propriedade. Alguns produtores, principalmente os pequenos, carecem de informação e assistência técnica para providenciar a regularização de sua propriedade.
Bom trabalho a vocês!
Deivison Novaes Rodrigues
Suprema Nutrição Animal
Pontes e Lacerda – MT
Bom dia, Miguel. Conforme o Marcio Guapo expos, aqui em Cornélio Procópio, Paraná estamos com o mesmo problema, pois a fiscal da prefeitura e o Prefeito estão considerando o valor venal da propriedade como vlaor da terra nua, onerando demasiadamente o imposto, principalmente os atrasados e suas implicações. O conceito de terra nua para calculo do imposto precisa ser muito bem esclarecido, pois senão todos vamos pagar esse pato quando as prefeituras começarem a IMPOR preço em nosss propriedades sem considerar investimentos e melhorias.
João Ataliba de Resende Neto
Engenheiro Agronomo/ Agropecuarista
Fazendas Santa Irene e Santo Antonio
Cornélio Procópio – Paraná