A França determinou na quinta-feira que os restaurantes que servem carne bovina precisarão incluir a origem da carne em seus menus. A nova lei, publicada no Diário Oficial da França, determina que os restaurantes e as lanchonetes especifiquem de forma clara em seus menus, pôsteres na parede ou qualquer outra forma, onde nasceu, foi criado e abatido o animal que deu origem àquela carne que está sendo comercializada pelo estabelecimento.
Quando a França pôs um fim na barreira de seis anos à carne bovina britânica, em outubro deste ano, após a crise gerada pelo surgimento de um grande número de casos de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) ou doença da “vaca louca” no Reino Unido, o ministro da Agricultura francês, Herve Gaymard, disse que iria determinar uma lei requerendo que os restaurantes do país informassem a origem de suas carnes para tranqüilizar o público preocupado com a doença, e sua variante humana – Doença de Creutzfeldt-Jakob (CJD).
O Reino Unido, cuja carne foi proibida pela União Européia (UE) em 1996, após o surgimento do medo da disseminação da forma humana da doença, somente recentemente retomou as exportações de carne bovina para a Europa, após os focos de febre aftosa surgidos no ano passado terem novamente prejudicado estas exportações.
Toda carne bovina da UE vendida em estabelecimentos de varejo precisa, agora, ser rotulada com seu país de origem.
A nova lei da França entrará em vigor enquanto dois gerentes de uma companhia que fornece carne bovina para a rede Buffalo Grill do país estão sob investigação oficial, acusados de terem importado ilegalmente carne bovina britânica entre 1996 e 2000.
A Buffalo Grill, cujas ações permanecem suspensas, nega que tenha importado carne bovina potencialmente contaminada com EEB, mas confirma que o chefe executivo, Christian Picart e três gerentes da unidade de Districoupe, foram questionados. Dois gerentes desta unidade foram colocados sob investigação oficial na quarta-feira após questionamentos iniciais. Os demais gerentes ainda serão questionados. Na França, ser colocado sob investigação oficial não necessariamente leva a uma acusação formal.
A Buffalo Grill, que tem mais de 200 restaurantes na Europa, incluindo 150 na França, cancelou uma conferência de imprensa marcada para quarta-feira passada. Um porta-voz da companhia disse que importar carne bovina britânica durante o período de proibição teria sido um “suicídio” para a companhia.
A investigação da Buffalo Grill faz parte de um inquérito maior centrado nas possíveis causas das quatro mortes ocorridas na França em decorrência da CJD. Os veículos de mídia da França informaram que duas das vítimas da doença costumavam comer no Buffalo Grill. Porém, o advogado das famílias das quatro vítimas disse que não deve haver ligação entre as mortes e a importação ilegal de carnes porque os cinco anos de incubação da doença indicam que as vítimas provavelmente se contaminaram antes da proibição, em 1996.
Fonte: Reuters, adaptado por Equipe BeefPoint