Em reunião realizada na Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) entre diretores da indústria e da entidade, a secretária de Produção e Turismo (Seprotur), Tereza Cristina Costa, e o prefeito de Iguatemi, José Roberto Arcoverde, Tadeu Paulo Bellincanta garantiu o pagamento a todos os credores, embora admita que não há possibilidade de prever quando isso ocorrerá.
“Não vendam seus créditos com deságio, porque nós vamos conseguir pagar”. A declaração do diretor do frigorífico Frialto, Tadeu Paulo Bellincanta, deu o tom da reunião que ocorreu ontem na Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) entre diretores da indústria e da entidade, a secretária de Produção e Turismo (Seprotur), Tereza Cristina Costa, e o prefeito de Iguatemi, José Roberto Arcoverde. Com Plano de Recuperação Judicial em andamento, o Frialto suspendeu no final de maio suas atividades.
Na reunião, que também teve a participação de presidentes de sindicatos rurais de seis municípios da região, Bellincanta garantiu o pagamento a todos os credores, embora admita que não há possibilidade de prever quando isso ocorrerá. “Vou cumprir com todos os compromissos assumidos. Não terei um hectare de terra se tiver dívida para pagar. Este é um compromisso que assumo publicamente”, garantiu o diretor, pedindo aos credores que não cedam a propostas de compras de crédito que têm sido oferecidas, as quais qualificou como “imorais”.
Bellincanta relatou as tentativas da direção da indústria para não cair na necessidade de pedir plano de recuperação judicial e disse que acompanha o drama dos credores que precisam receber, embora não tenha mais gerência sobre o financeiro da empresa. O Frialto contratou a empresa Galeazzi & Associados para assessorar na elaboração do Plano de Recuperação Judicial, o qual será concluído no próximo dia 18 e, posteriormente, apresentado para aprovação dos credores em assembléia ainda sem data marcada.
O presidente da Famasul, Eduardo Riedel, ressaltou a transparência da indústria, que atendeu ao chamado de conversar com os representantes dos credores e lembrou que a entidade acompanhou recentemente duas situações semelhantes, com os frigoríficos Estrela e Independência. “A Famasul acompanha e assessora, mas o que tem feito diferença na negociação com os frigoríficos é a organização dos produtores do Estado. Vamos acompanhar até que todos os credores tenham recebido os valores devidos”, acentuou. O presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Famasul, José Lemos Monteiro, enfatizou que o Frialto não pode ceder à pressão de compra ou arrendamento da planta por parte de outros grupos frigoríficos, uma preocupação não só dos pecuaristas como do mercado externo. “A postura da diretoria do Frialto inspira confiança. A negociação dever ser mantida tendo o sistema sindical como interlocutor, o que faz com que todos ganhem”, disse.
A secretária Tereza Cristina reforçou que o Frialto tem um histórico em Mato Grosso. “Esta reunião servirá para tranquilizar em parte os credores da indústria, mas tudo dependerá do plano de recuperação”. Para o presidente do Sindicato Rural de Iguatemi, Márcio Margatto, a reunião foi importante para que os credores se inteirem da realidade acerca da indústria. “Encontramos um cenário diferente de qualquer outro, pois normalmente as empresas fogem de prestar esclarecimentos aos credores, diferente do que temos aqui”. O prefeito de Iguatemi manifestou preocupação com os 750 funcionários do frigorífico que ficaram desempregados no município, situado em uma região de fronteira, com cerca de 15 mil habitantes. “É uma empresa séria, familiar, que agregou muito para a cidade. Estamos um pouco mais tranqüilos, mas preocupados com o impacto social da suspensão das atividades da indústria”, disse. O diretor da Frialto informou que há previsão de a planta de Sinop (MT) voltar a operar no próximo dia 06 e que a indústria de Iguatemi é a terceira na retomada dos abates, mas adiantou que não há como precisar quando isso poderá ocorrer.
As informações são do Frialto, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.
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A tal RECUPERAÇÃO JUDICIAL é um verdadeiro flagelo para quem possui créditos com essas empresas. Com este comentário não estou inferindo que o Frialto não vá pagar seus credores, mas que temos aí vários exemplos de empresas que até agora não pagaram ninguem; como MArgen e Arantes por exemplo. No caso do MArgen os credores; funcionários, pecuaristas… estão com créditos vencidos desde 2008 e nada receberam até hoje e certamente não vão receber o que tem direito, uma vez que os bens da empresas vão sendo desvalorizados e até mesmo desviados, enquanto os sócios ganham tempo para esconder os bens pessoais. Infelizmente a justiça permite que isto aconteça. Vira um emaranhado de peças jurídicas, recursos, lentidão da justiça e a coisa vai se arrastando e caindo no esquecimento, levando os credores a se acomodarem o que é exatamente o que os devedores esperam.