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Frigorífico pressiona e indicador apresenta novo recuo

Nesta quarta-feira, o indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista foi cotado a R$ 94,26/@, queda de R$ 0,12. O indicador a prazo também recuou, com desvalorização de R$ 0,13, sendo cotado a R$ 95,41/@. Na BM&F, os contratos de boi gordo novamente atingiram o limite de baixa. No mercado físico, a indústria recuou os preços de balcão, mas em muitas praças o mercado travou e tanto pecuaristas quanto compradores aguardam melhor definição do mercado para voltar a negociar.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou ontem um foco de estomatite vesicular em um propriedade no município de Cavalcante no norte de Goiás. Um comunicado informou que está suspensa a emissão de certificados de exportação de carne bovina oriunda de animais do estado de Goiás. O caso é semelhante ao que ocorreu no Mato Grosso, em fevereiro deste ano e suspendeu temporariamente as vendas para o mercado russo. Em maio, no entanto, o governo russo normalizou a compra de carnes do Estado.

Alguns frigoríficos exportadores já se manifestaram informando que irão remanejar as exportações, para o mercado russo, para outras plantas e este episódio não deve afetar as exportações de carne bovina in natura.

A notícia pressiona ainda mais os preços, que estão em queda desde a semana passada, por conta do clima frio, enfraquecimento da demanda, ligeiro aumento da oferta de animais para abate e realização de lucros depois dos contratos para outubro, na BM&F, terem chegado a R$ 102,00/@.

Nesta quarta-feira, o indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista foi cotado a R$ 94,26/@, queda de R$ 0,12. O indicador a prazo também recuou, com desvalorização de R$ 0,13, sendo cotado a R$ 95,41/@.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio


Na BM&F, os contratos de boi gordo novamente atingiram o limite de baixa. O primeiro vencimento, junho/08, apresentou desvalorização de R$ 0,50, fechando a R$ 93,00/@. Os contratos que vencem em outubro/08 fecharam a R$ 90,84/@, registrando a maior variação do dia (-R$ 3,29), com 13.407 contratos negociados e 37.309 contratos em aberto.

Tabela 2. Fechamento do mercado futuro em 25/06/08


Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista x contrato futuro para outubro/08


No mercado físico, a indústria recuou os preços de balcão, mas em muitas praças o mercado travou e tanto pecuaristas quanto compradores aguardam melhor definição do mercado para voltar a negociar. Apesar dos preços mais baixos apregoados pelos frigoríficos, na maioria das praças, as ofertas ainda não aumentam significativamente justificando o movimento baixista e o mercado segue lento com pouco volume de negócios efetivados.

Tabela 3. Resumo das cotações do mercado físico do boi gordo em 25/06/2008



Acesse a tabela completa com as cotações de todas as praças levantadas na seção cotações.

No atacado, a demanda enfraquecida, normal para o período do mês, forçou nova desvalorização nos preços da carne. O equivalente físico recuou 0,96%, sendo calculado em R$ 80,45/@. A cotação do traseiro permaneceu estável em R$ 6,00, enquanto os preços do dianteiro (R$ 4,90) e da ponta de agulha (R$ 4,40) recuaram R$ 0,10. Com esta desvalorização, o spread (diferença) entre preço do boi gordo e valor do equivalente físico voltou a subir, ficando em R$ 13,82/@. Vale lembrar que quanto maior o spread menor será a margem bruta do frigorífico.

Na reposição, os ânimos continuam aquecidos e os preços voltaram a subir. O indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista foi cotado a R$ 743,44/cabeça, alta de R$ 2,26. Com o boi gordo recuando e o bezerro em alta a relação de troca piorou, ficando em 1:2,09.

André Camargo, Equipe BeefPoint

0 Comments

  1. Marcos Francisco Peres disse:

    A oferta de gado pronto aumentou um pouquinho devido ao frio, porém não era motivo para tentarem abaixar o preço da arroba. O negocio é o produtor sair do mercado e esperar para vender semana que vem, que já é começo de mes e o consumo de carne esta aquecido, sendo assim, os frigorificos terão que pagar o preço justo se quiserem a mercadoria. Pesa ainda o fato de que não conpensa vender o boi nesses preços com o bezerro valendo tão caro.

  2. Alexandre de Melo Lemos Neto disse:

    Nós pecuaristas devemos “empacar” as ofertas e levar a queda de braços que será travada de agora em diante com os frigorificos para a prorrogação. Não podemos ser os eternos fiés da balança.

  3. jose humberto ferreira pacheco disse:

    O produtor não deve ceder a pressão dos frigorificos em esfriar os preços e travar o mercado. O atual momento da pecuária de corte favorece o pecurista pela alta das exportações, baixa oferta de gado para abate e a crescente demanda de alimentos no mundo. É hora de ditarmos as regras do jogo, pois, temos a mercadoria que querem nas nossas mãos. Muita cautela e necessário para podermos realizar negócios cada vez mais lucrativos.

  4. jose fabio vuolo disse:

    Aqui no Pará a arroba está valendo R$ 76,00, com 35 dias de prazo e livre de impostos. Estamos no pico da safra, parou de chover, as estradas estão boas e o capim a partir de julho começa a secar, portanto houve uma “revoada” de bois para o frigorifico. Mas nada para desespero dentro de 15 a 20 dias o boi volta a subir, espero!”

  5. Rodrigo Martins Giansante Ribeiro disse:

    Esperem mais um pouquinho para vender os bois, até a semana que vem já haverá outra alta no preço da aroba com certeza!