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Furlan: consolidação não deve acabar no curto prazo

O copresidente do conselho de administração da BRF Brasil Foods, Luiz Fernando Furlan, acredita que o movimento de consolidação do mercado de carnes no Brasil não deve se encerrar no curto prazo. Para ele, esse processo "deve durar mais algum tempo", até que marcas mundiais do setor comecem a ser criadas. "Na área de carnes ainda não existe uma marca mundial, e a BRF é uma candidata a ter essa marca", disse.

O copresidente do conselho de administração da BRF Brasil Foods, Luiz Fernando Furlan, acredita que o movimento de consolidação do mercado de carnes no Brasil não deve se encerrar no curto prazo. Para ele, esse processo “deve durar mais algum tempo”, até que marcas mundiais do setor comecem a ser criadas. “Na área de carnes ainda não existe uma marca mundial, e a BRF é uma candidata a ter essa marca”, disse.

Ele lembra que a Sadia já é uma das marcas de maior prestígio no Oriente Médio, e que a BRF terá uma política bastante agressiva no mercado externo, tanto na consolidação das marcas quanto na abertura de mercados. Entre os mercados na mira da empresa estão os Estados Unidos, onde a presença das carnes in natura do Brasil ainda não é permitida e depende de acordos sanitários. “Esse é um mercado praticamente virgem”, disse o empresário.

Sobre a presença no mercado americano, que é o maior do mundo no caso de carne de frango, Furlan considera que existem duas maneiras de ter acesso. A primeira, mais demorada, é por meio de um acordo sanitário entre os dois países. A segunda alternativa, que não é descartada, é por meio de aquisições. “Pode ser por aquisição ou abertura de mercado. A abertura, no entanto, é um processo mais lento”, disse. Questionado se a companhia estava em processo de análise de ativos nos EUA para uma eventual aquisição, ele respondeu: “Não posso antecipar. É uma possibilidade.”

Segundo Furlan, que foi ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as discussões sobre a consolidação de empresas no Brasil e o desenvolvimento de marcas não é algo recente, como parece. “Desde que eu era do governo já falávamos que o Brasil poderia entrar em uma nova fase, já que um país de Primeiro Mundo não existe sem empresas de Primeiro Mundo”, disse.

O diretor-presidente da BRF, José Antonio do Prado Fay, comentou declarações do presidente da JBS, Joesley Batista, de que a empresa não pretende atuar no mercado de aves e suínos no Brasil, setor liderado pela BRF. “Acho que faz sentido. As duas empresas têm estratégias bem diferentes. O JBS atua mais do lado de commodity, nós temos estratégia focada em marca. Não estou dizendo o que está certo ou errado, são apenas diferentes.”

Segundo Fay, a BRF pediu ao Cade que autorizasse a coordenação entre Sadia e Perdigão no setor externo, para elevar a competitividade, principalmente neste momento em que o real valorizado aperta as margens da empresa nas exportações.

Na segunda-feira, a Brasil Foods anunciou que conseguiu autorização do Cade para a coordenação das atividades da Sadia e da antiga Perdigão no segmento de carnes in natura, voltadas ao mercado externo. A aprovação de mais essa operação conjunta já aponta para o início de uma cooperação e união de estratégias das empresas, pelo menos no mercado internacional.

“Nossas operações conjuntas serão do porto para frente e envolverão logística, política comercial e construção da marca no exterior”, explicou Fay, destacando que, assim, a BRF não agride as preocupações do Cade com relação à competitividade no mercado interno.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

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