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Genética para um sistema de produção de ciclo curto1

Eliminar desperdícios, reduzir ociosidade e custos, e otimizar benefícios e tempos de execução de tarefas constituem os pré-requisitos para cumprir os fundamentos de um sistema de produção que queira competir no ambiente globalizado. Cada um destes pontos precisa ser contemplado num plano de produção de carne bovina de uma determinada região e para um determinado mercado. Felizmente, nas últimas décadas, uma razoável experiência acadêmica e empresarial foi acumulada e permite um substrato seguro para a programação dos sistemas pecuários de ciclo curto.

Introdução

Eliminar desperdícios, reduzir ociosidade e custos, e otimizar benefícios e tempos de execução de tarefas constituem os pré-requisitos para cumprir os fundamentos de um sistema de produção que queira competir no ambiente globalizado. Cada um destes pontos precisa ser contemplado num plano de produção de carne bovina de uma determinada região e para um determinado mercado. Felizmente, nas últimas décadas, uma razoável experiência acadêmica e empresarial foi acumulada e permite um substrato seguro para a programação dos sistemas pecuários de ciclo curto.

Resolver os problemas sanitários (enfermidades e parasitas) e carenciais pode ser considerada como uma etapa prévia. Sintonizar e sincronizar os aspectos ecológicos, reprodutivos, nutricionais e genéticos de maneira a obter um alto nível de parição aos 2 anos e de repetição de cria nesta idade crítica representam desafios não triviais aos envolvidos academicamente com o manejo deste sistema e aos administradores destes processos. Dentro do componente ecológico, talvez o fator mais importante seja o ambiente econômico de produção, onde os custos de produção e o valor de venda do produto determinam o nível de sofisticação possível de se empregar no processo.

As últimas décadas mostraram exemplos de que a genética quantitativa pode ser aplicada diretamente em procedimentos de seleção em grandes rebanhos comerciais, trazendo benefícios econômicos. A ultima década também mostrou que cruzamentos em gado de corte entram em nova fase, agora com maiores contribuições científicas. O presente trabalho se concentra na discussão do processo genético de seleção, seus critérios, e sua contribuição para a eficácia do sistema um ano de produção. Trabalhos fundamentais sobre este assunto iniciaram-se na UFRGS, e algumas das revisões mais abrangentes são as de POTTER (1997), ROCHA (1997) e SEMMELMANN (1998). Estes trabalhos devem ser consultados e nenhuma tentativa foi feita aqui de condensar aqueles resultados.

O componente econômico

É necessário fazer uma avaliação do panorama econômico de produção onde se pretende desenvolver um processo genético que deve perdurar, em esforços, tempo de maturação e resultados, por décadas.

Diferentes fontes de dados mostram que, somando-se o rebanho de vacas vazias às categorias de fêmeas “jovens” ou novilhas de 1 a 3 anos, chega-se a um total de fêmeas improdutivas mantidas quase igual ao de vacas prenhes mantidas ou à capacidade de suporte dos dois maiores estados pecuários juntos. Mais significante ainda, muitos países de grande tradição pecuária não possuem este número de ventres em produção. A simples eliminação destas vacas falhadas/improdutivas, que aumentam o problema da superlotação, permitiria mais que duplicar o nível alimentar das novilhas de 1 a 2 anos, tornando possível o entoure total das fêmeas até os 27 meses, produzindo um aumento de produção de cerca de 15 milhões de bezerros, na taxa de desfrute e na lucratividade da pecuária de corte. Estes benefícios todos poderiam ocorrer sem qualquer custo adicional.

BWIRE e WIKTORSSON (1996) mostram várias alternativas nutricionais com resultados econômicos para reduzir a idade ao primeiro entoure de 2 ou 3 anos para 19 meses, em novilhas Mpwapwa. SEMMELMANN (1998), trabalhando com grandes lotes de novilhas Nelore, em Valparaíso, SP, com diferentes sistemas de suplementação observou que, em retrospectiva, o desempenho das novilhas que emprenharam aos 17-18 meses versus as que falharam foi de: 187 vs 177 kg de peso a desmama; 275 vs 259 kg de peso ao inicio do acasalamento; 511 vs 497 dias de idade no inicio do acasalamento; 3,90 vs 3,81 para condição corporal no inicio do acasalamento; 4,12 vs 4,01 para condição corporal no final do acasalamento; escores visuais ao sobreano de 3,42 vs 2,96 para conformação; 3,58 vs 3,16 para precocidade de terminação e 3,17 vs 2,79 para musculosidade; e um ganho médio diário do nascimento até o inicio do acasalamento de 0,483 vs 0,461 kg/dia, respectivamente.

Estes dados mostram duas coisas: (1) não é apenas uma a característica que determina se um animal vai emprenhar ou não; (2) as diferenças necessárias para que isto aconteça são muito pequenas (menos de 5% em termos de ganho médio diário por dia de vida, por exemplo) e indicam que é mais importante uma alta sintonia entre todos os componentes do que altos investimentos.

Depois de alcançar a meta de primeiro parto aos 36 meses, ou para os criadores que já atingiram este patamar, um outro incremento similar em produtividade pode ser alcançado pela redução da idade ao primeiro parto para 24 meses. Ou, em algumas situações, um primeiro parto aos 30 meses seguido de um segundo parto aos 48 meses. A precocidade sexual, necessária para alterar a estratificação e a lucratividade do rebanho nacional, é simplesmente ignorada como critério direto de seleção em gado de corte. Talvez o maior desperdício que ocorre hoje no Brasil pecuário central seja, justamente, o elevadíssimo porcentual de novilhas que são destinadas à engorda/abate.

Os ajustes impostos por uma economia estabilizada e globalizada, a tendência de queda em valores absolutos do componente terra e do seu uso como proteção contra a inflação, a competição de outras culturas pelo uso da terra e de carne de outras espécies pelo mercado consumidor, devem forçar os criadores a serem mais eficientes. A pecuária de ciclo longo tende a ser cada vez menos atrativa e acentuar a sua marginalização para áreas de fronteira agrícola.

Uma grande parte dos criadores de gado elite retêm as 20-30% novilhas maiores e mais pesadas para fazer a reposição do seu rebanho. Isto só aumenta a distância entre o segmento responsável pela genética nacional e o sistema de produção médio empregado no país. Selecionadores e pesquisadores encontram-se numa encruzilhada: como melhorar a lucratividade, selecionando por precocidade de crescimento sem aumentar o tamanho adulto?

Para conseguir obter um genótipo bovino adequado a um sistema de produção de ciclo curto e sem aumentar as exigências nutricionais, é necessário alterar as formas das curvas de crescimento corporal e de desenvolvimento/maturação sexual, reduzindo ou mantendo constantes os tamanhos adultos (e necessidades de mantença) e a idade e peso de terminação ou acabamento de carcaça. Ou seja, é necessário alterar geneticamente as três precocidades em conjunto (sexual, de crescimento, de terminação), adequando-as ao sistema de produção, utilizando e aproveitando a estrutura de correlações entre elas. Alterar e/ou maximizar apenas uma delas pode criar desequilíbrios.

Precocidade sexual

Em geral, a decisão do criador de colocar uma novilha em reprodução, baseia-se em um determinado peso e/ou idade padrão. Quando o sistema produtivo está dado por uma primeira parição aos quatro anos de idade, o nível de desfrute do rebanho fica em torno de 10%. Este índice de desfrute pode ser quase duplicado, se a primeira parição ocorrer aos 3 anos de idade e atingirá 40% com o primeiro parto aos 24 meses de idade e abate dos machos aos 12-13 meses. Fica claro que a decisão/oportunidade de utilização de fêmeas sexualmente mais precoces terá reflexo direto na eficiência, rentabilidade e competitividade da pecuária bovina nacional. Estudos de simulação (TEIXEIRA, 1997; POTTER, 1997), têm mostrado os incrementos no desfrute e na receita que podem ser obtidos pela antecipação da idade ao primeiro parto.

MORRIS (1980), em um trabalho de revisão, conclui que fêmeas que entram em reprodução com um ano de idade desmamam 0,7 bezerros a mais nas suas vidas do que as que são servidas pela primeira vez aos dois anos de idade.

DeROUEN e FRANKE (1989) estudaram três sistemas com novilhas parindo aos 24; 30 ou 36 meses de idade, utilizando animais de diferentes raças e cruzamentos. As novilhas Brahman tiveram taxas de parição bem inferiores e pariram mais tarde e esta diferença ocorreu devido ao seu menor potencial reprodutivo aos 24 e 30 meses de idade. Os cruzamentos de Brahman com raças taurinas removeram grande parte da depressão no potencial reprodutivo. Comentando este trabalho, SHORT et al. (1994) acrescentaram que a reprodução no Brahman foi alta o suficiente para permitir seleção para precocidade sexual.

A idade à puberdade é uma função do genótipo e do nível de nutrição até a idade de reprodução. SHORT e BELLOWS (1971) encontraram que altas taxas de ganho em peso, obtidas através de altos níveis de alimentação, propiciaram maior precocidade sexual e pesos à puberdade.

Entretanto, segundo GREER et al. (1983), do ponto de vista biológico, a idade à puberdade não é determinada pelo peso e sim por um conjunto de condições fisiológicas que também resultam em um determinado peso. WOLFE et al. (1990), observaram que a seleção para taxa de ganho em peso, não influenciou a idade à puberdade de fêmeas da raça Hereford. Parece que, após um certo peso crítico ser atingido, as diferenças em ganho em peso tem pouca influencia sobre a idade à puberdade (WILTBANK et al., 1966). Estes autores observaram que, quando o ganho pós-desmama foi pequeno, pequenas diferenças em ganho em peso tinham um efeito importante sobre a idade à puberdade. Por outro lado, quando o ganho pós-desmama era maior, diferenças em ganho médio diário não afetaram a idade à puberdade.

Outro aspecto a considerar é a condição corporal da vaca ao parto. Diversos trabalhos tem mostrado uma associação entre a condição corporal da vaca (avaliação visual) ao parto e características reprodutivas como, taxa de retorno ao cio, taxa de prenhez, intervalo de partos, etc. (WILTBANK et al., 1962; RICHARDS et al., 1986; MAGALHÃES, 1992 e KUNKLE et al. 1994 e 1998, entre outros). Isto pode ser extremamente importante em novilhas, principalmente para aumentar a taxa de retorno ao cio, após o primeiro parto.

OLSON (1994), trabalhando com novilhas Brahman na Flórida, estabeleceu três rebanhos de cria, de acordo o tamanho (frame size) das vacas (pequenas, médias e grandes), para verificar o efeito das diferenças em tamanho sobre características reprodutivas. As novilhas foram cobertas aos 2 anos de idade, sendo que as taxas de prenhez a esta idade foram de 93,7; 89,7 e 86,9% para as novilhas pequenas, médias e grandes, respectivamente. Maiores diferenças poderiam ser esperadas se a idade à cobertura não tivesse sido previamente fixada. Nesta idade (dois anos), já foram observadas diferenças na condição corporal das novilhas, com melhor condição apresentada pelas de menor tamanho. Quando da segunda cobertura, maiores diferenças nas taxas de prenhez entre as três classes foram observadas, sendo de: 74,9% para as pequenas; 51,8% para as médias e 34,5% para as grandes. O mesmo acontecendo com as diferenças em condição corporal, que corresponderam, diretamente, às taxas de prenhez.

Além da melhor condição corporal, a maior taxa de prenhez das novilhas pequenas, também deve ter sido devido ao fato das mesmas terem parido mais cedo na estação que as médias e grandes, como foi evidenciado pela idade de seus bezerros à desmama. O autor concluiu que o tamanho da vaca afeta a taxa de prenhez de novilhas e vacas jovens quando o nível de nutrição não é suficiente para permitir a ocorrência de puberdade antes da estação de monta, ou para permitir que a fêmea lactante mantenha condição corporal adequada para conceber durante o período em que a mesma está crescendo e amamentando. Resultados semelhantes têm sido descritos por outros autores, para diferentes raças. Ajustes de lotação e/ou suplementação alimentar, poderiam diminuir as diferenças descritas por OLSON (1994), devido ao tamanho das vacas.

Decisões de manejo a respeito de quando expor as novilhas à reprodução são complexas, uma vez que são determinadas, não só por fatores biológicos mas também econômicos e suas interações (SHORT et al., 1994). Os autores apresentam as principais vantagens e desvantagens de acasalar-se novilhas mais jovens. Como vantagens foram relacionadas: (1) menor intervalo para obter-se um retorno do investimento; (2) aumento da vida produtiva de cada vaca; (3) aumento do número de bezerros por ano; (4) menor demanda de pastos para fêmeas de reposição, que passam a ser manejadas junto com o rebanho de reprodução. As desvantagens seriam: (1) aumento dos custos (manejo e alimentação) para que a novilha possa entrar em reprodução mais jovem; (2) aumento da perda de bezerros devido a partos distócicos (dificuldade de parto) e outros problemas relacionados, incluindo custos/investimentos em manejo para lidar com problemas de parto; (3) as vacas de 2 anos de idade teriam uma menor taxa de retorno ao cio, quando comparadas com vacas mais velhas; (4) as fêmeas de dois anos produziriam um menor número de bezerros que seriam desmamados com menor peso. Esta última desvantagem citada por SHORT et al., 1994, é ainda mais séria quando se quer entourar fêmeas aos 14-15 meses e sabe-se que o peso/condição corporal quando a bezerra é desmamada responde por 2/3 a 3/4 do peso/condição necessários para a concepção.

Estimativas de herdabilidade da idade à puberdade estão em torno de 0,43, indicando que esta característica deverá responder favoravelmente à seleção ( BRINKS, 1989). A idade à puberdade é uma característica de difícil mensuração, principalmente em condições extensivas. Entretanto, a idade ao primeiro parto é tão herdável quanto aquela e pode ser, facilmente, medida. LOBO (1998), no Ceará, estimou uma herdabilidade de 0,290±09 para idade ao primeiro parto. DIAS e ALBUQUERQUE (2002), trabalhando com dados de um grande rebanho Nelore, encontraram uma herdabilidade de 0,00 para idade ao primeiro parto no período em que as novilhas eram expostas à reprodução aos 27 meses (1984-1989) e uma herdabilidade de 0,20 no período em que as novilhas eram expostas à reprodução aos 17-18 meses (1990-1996). ELER et al. (2002), trabalhando com dados de um grande rebanho Nelore cujas novilhas foram expostas à reprodução a partir dos 14 meses, relataram uma herdabilidade de 0,57 para idade ao primeiro parto. Assim, é possível a avaliação genética dos animais para esta característica, desde que seja dada oportunidade às novilhas para mostrarem o seu potencial, isto é, desde que a mesma não seja pré determinada pelo criador.

Uma outra forma de selecionar por precocidade sexual é através da circunferência escrotal (seleção indireta). Diversos autores, como BRINKS et al. (1978) citado por BRINKS (1994); KING et al. (1983); TOELLE e ROBINSON (1985); encontraram correlações genéticas variando de -0,55 a -1,00 entre a circunferência escrotal dos touros e idade à puberdade de suas meio-irmãs. No Brasil, MARTINS e LÔBO (1991), utilizando 3.393 dados de touros jovens e 703 novilhas da raça Nelore, encontraram correlação genética entre circunferência escrotal e idade à primeira cria de -0,44. Estas correlações genéticas indicam que selecionando-se touros com maior circunferência escrotal, estaremos selecionando também para uma menor idade à puberdade nas fêmeas. Em uma revisão de literatura, BRINKS (1994) encontrou herdabilidades da circunferência escrotal variando de 0,36 a 0,68 e, quando ajustada para peso, de 0,44 a 0,69. No Brasil, em trabalhos com Nelore, herdabilidades de 0,36 (MARTINS e LÔBO, 1991); 0,43 (LÔBO et al. 1995) e 0,52 (ELER et al. 1995), são descritas para esta característica. Assim, esta é uma característica de fácil mensuração e que deve responder à seleção.

Parece indicada a utilização de perímetro escrotal ajustado para a idade e para o peso como critério de seleção, já que procura-se, não só uma outra medida do tamanho geral do animal, mas uma medida da precocidade sexual dos machos (DAL FARRA, 1996; BRITO, 1997; ORTIZ PEÑA, 1998).

Alguns autores como BRINKS (1994), em um trabalho de revisão, relatam que as estimativas de herdabilidade de perímetro escrotal ajustada para peso ou idade, praticamente, não variam, enquanto outros têm encontrado estimativas inferiores de herdabilidade para perímetro escrotal ajustado para peso corporal (QUIRINO e BERGMAN, 1997). Entretanto, independente da estimativa de herdabilidade, o que se procura é a obtenção de progresso genético em precocidade sexual, sem levar necessariamente a um aumento do tamanho adulto (BRITO, 1997; ORTIZ PEÑA, 1998).

Precocidade de crescimento

A taxa/velocidade de crescimento, expressa como ganho médio diário (GMD) em diferentes períodos ou como peso ajustado para determinadas idades, vêm sendo utilizada como critério de seleção em gado de corte há décadas. As herdabilidades apresentam valores médio-altos e as correlações genéticas são positivas; portanto, as respostas diretas e correlacionadas têm sido expressivas. Em diferentes sistemas de produção, o resultado deste critério de seleção sobre o peso maduro já causou um desequilíbrio entre a produção forrageira e as necessidades de mantença e reprodução/lactação/ crescimento.

McMILLAN et al. (1992) modelaram a eficiência de um rebanho experimental selecionado por peso aos 13 meses durante 15 anos, em comparação com um rebanho controle, mantidos a pasto, na Nova Zelândia. Os autores observaram que, neste período, ocorreu um aumento de 17% no peso ao ano e 12% no peso maduro, em relação ao rebanho controle. O consumo diário de alimento foi maior nos selecionados numa base por animal e similar quando o consumo era ajustado para peso vivo. O índice de eficiência utilizado foi “peso de bezerro desmamado por unidade de suplemento alimentar fornecido durante o inverno”. Os resultados mostraram que, para um mesmo consumo de alimento durante o inverno, o rebanho selecionado, em comparação com o controle, conseguiria manter 88 ao invés de 100 vacas; obteria 65 ao invés de 72 bezerros desmamados e o peso médio à desmama seria de 174 vs 158 kg. A eficiência foi estimada em 99,8% vs 100% no controle. A seleção produziu bezerros e vacas mais pesados e as maiores necessidades de alimento deste rebanho mais pesado não o tornou mais eficiente que o controle. Para que o rebanho selecionado fosse mais eficiente, uma superioridade reprodutiva bem além dos 3% observados seria necessária, ou a eficiência metabólica das vacas selecionadas precisaria aumentar. Os autores ainda comentam que, em termos econômicos, o rebanho selecionado poderia ser mais eficiente que o controle por duas razões: (1) como o tamanho do rebanho selecionado é menor (88 vs 100 vacas), os custos totais do rebanho seriam menores; e (2) se existir um prêmio para maiores pesos à desmama.

JENKINS e WILLIAMS (1994), mediram o desempenho de diferentes tipos biológicos em diferentes níveis de disponibilidade de alimento. Nove raças taurinas com diferentes méritos genéticos para peso maduro, taxa de ganho pós-desmame, produção de leite e relação músculo/gordura na carcaça foram avaliadas durante o seu ciclo de produção (cinco anos) no Clay Center, Nebraska. Dados de consumo, de natalidade, de sobrevivência dos produtos, de pesos ao nascer e ao desmame foram colhidos e permitiram calcular a eficiência biológica, expressa como “grama de bezerro desmamado por kg de consumo de matéria seca por vaca exposta por ano”. Os autores observaram que ocorreu uma interação genótipo-ambiente marcante, pois a classificação das raças por eficiência se alterou com o aumento do consumo alimentar. Com consumos baixos de alimento, as raças caracterizadas como moderadas em tamanho e produção leiteira foram mais eficientes. A medida que o nível alimentar aumentou, as raças se tornaram mais semelhantes em eficiência. Em níveis elevados de disponibilidade alimentar, as raças com maior potencial para tamanho maduro e produção de leite foram mais eficientes.

ARCHER et al. (1998b) relataram o efeito de seleção divergente durante dez anos em gado Angus, em Trangie, na Austrália, num clima temperado, por ganho de peso do nascimento à um ano de idade sobre a performance reprodutiva em fêmeas. Eles observaram que a linha selecionada por altos ganhos foi mais jovem a puberdade (324 dias) do que as novilhas da linha controle (336 dias) e do que a linha selecionada por baixos ganhos de peso (355 dias). Os autores concluíram que a seleção por alta taxa de ganho de peso não comprometeu a performance reprodutiva. Contudo, o ambiente, a idade dos animais e a forma como a seleção foi praticada neste experimento indicam que houve uma seleção por animais mais precoces, na verdade.

Num outro trabalho, este mesmo grupo (ARCHER et al., 1998a) relata que “depois da remoção das diferenças genéticas em tamanho maduro, fica claro que a linha selecionada por altos pesos apresentou uma taxa de maturidade superior à selecionada por baixos pesos; maturidade esta medida em termos de peso, altura, comprimento e perímetro torácico. Estes resultados indicam que a seleção para peso ao sobreano conduz a uma mudança em tamanho em todas as idades mas o padrão temporal de maturação não é alterado.” Não se pode perder de vista que o contraponto de discussão deste importante grupo de pesquisadores é a linhagem selecionada por baixos pesos e que esta opção dificilmente poderia ser considerada numa situação comercial. Também, o período deste experimento ainda está em 10 anos enquanto que situações comerciais no RS começaram a apresentar distorções após cerca de 15 anos de intensa seleção. Conseqüências sobre a eficiência reprodutiva e a lucratividade podem ser inferidos, a partir destes resultados da Nova Zelândia e do Clay Center, e ocorrerão sempre que o processo seletivo for exercido por tempo suficiente e o sistema produtivo se mantiver constante.

Algumas vezes o melhorista pode optar entre maximizar ou otimizar uma função biológica de importância econômica. Quando uma função biológica, através de um processo genético de maximização, chega ao ponto de entrar em desequilíbrio com o suporte alimentar, permite a interpretação de que, talvez, seja necessário redirecionar o processo seletivo para uma função que otimize resultados econômicos. Se possível, esta nova função deverá reestabelecer o equilíbrio entre as várias características e com o sistema produtivo, ou, pelo menos, não continuar a aumentar distâncias.

Precocidade de terminação

Na prática, o produtor consegue identificar os animais que apresentam a terminação necessária para ser levado ao frigorífico. Os que não estão bem acabados serão mantidos na propriedade por semanas, meses ou mesmo até a próxima safra, o que significa um custo extra na produção e queda na liquidez da propriedade; o animal com boa terminação nem sempre é o mais pesado.

No Brasil, em algumas regiões, estão ocorrendo estímulos de mercado (cota Hilton) e fiscais (Programas de Novilho Precoce das várias Secretarias Estaduais da Agricultura e da Fazenda) para produção de animais com idade, peso e terminação dentro de certos padrões.

Um outro aspecto a considerar é que, provavelmente, os mesmos touros que produzem novilhos com precocidade de terminação também devem produzir as vacas que se mantêm em melhor condição ou estado corporal. Esta precocidade de terminação, aliada a um peso maduro intermediário, permite que as vacas possam acumular algumas reservas no final do outono (final das águas) passando assim o inverno/seca para, após a parição, voltarem a ciclar mais rapidamente, como observado em vários trabalhos descritos em revisão apresentada por KUNKLE et al. (1994).

A forma de medir esta precocidade de terminação ainda não está bem definida e várias alternativas podem ser utilizadas. FRIES (1995) apresenta algumas possibilidades para medir esta característica:

(1) a data e/ou idade ao embarque para o frigorífico – considerando que os produtores tendem a manter os animais ainda não acabados;
(2) a classificação no frigorífico – esta é uma medida que pode ser facilmente obtida pois grande parte dos frigoríficos faz uma classificação da carcaça com vistas à cota Hilton;
(3) avaliação da condição corporal das vacas no desmame outonal;
(4) avaliação visual para precocidade de terminação em animais jovens, ao desmame e sobreano – é uma medida de precisão mediana e fácil de ser obtida em um grande volume de dados;
(5) utilização de avaliação por ultra-som – poderia aumentar a precisão, quando manejado por técnicos treinados, mas deve merecer considerações com relação ao benefício/custo;
(6) várias medidas podem ser reexpressas em dias para chegar a um determinado estado, grau de acabamento ou espessura mínima de cobertura.

Avaliações visuais, aliadas às medidas de peso, para avaliação genética de touros tem sido utilizadas no país desde a década de 70 com a implantação do PROMEBO pela Associação nacional de Criadores “Herd Book Collares”. Existem diversos métodos de avaliação visual, sendo que a maioria deles é uma modificação do sistema Ankony (LONG, 1973). As avaliações do PROMEBO, originalmente, seguiam os métodos recomendados pelo USDA e pela Ankony. Hoje, vários programas de melhoramento em bovinos de corte também estão utilizando estas características, além de circunferência escrotal, para a classificação de touros.

Na raça Nelore, um sistema derivado do Ankony, o chamado “CPMU” é utilizado nos programas da Agropecuária CFM Ltda, da Agropecuária Jacarezinho Ltda, da Fazenda Paredão e no programa PAINT da Lagoa da Serra Ltda. Após a inclusão de outras características ao CPMU, e outros aperfeiçoamentos (KOURY FILHO & ALBUQUERQUE, 2002), o “EPMURAS” está sendo implantado no PMGZ da ABCZ.

Estimativas de parâmetros genéticos para características avaliadas visualmente existem em abundância na literatura internacional, mostrando que estas são passíveis de seleção. No Brasil, PONS (1988), trabalhando com bovinos da raça Hereford, encontrou estimativas de herdabilidade para escores de conformação de 0,52±0,19 à desmama e de 0,46±0,19 e 0,34±0,13 de acordo com dois modelos de análise, ao sobreano. Também para a raça Hereford, ROSO e FRIES (1995) encontraram estimativas de herdabilidade de 0,27±0,03; 0,28±0,03; 0,18±0,03 e 0,24±0,03 para conformação; ausência de gordura excessiva; musculatura e tamanho do esqueleto ao desmame, respectivamente, e de 0,39±0,06; 0,50±0,12; 0,04±0,03 e 0,03±0,03 ao sobreano.

Na raça Nelore, ELER et al. (1995), descreveram herdabilidades de 0,34; 0,29 e 0,33 para conformação; precocidade e musculatura. Estes resultados indicam que estas características, avaliadas visualmente, apresentam variabilidade genética similar às descritas para características de crescimento, e devem responder à seleção.

Direcionamento da seleção

Mudar todo o enfoque de seleção em gado de corte de “mais peso e tamanho a qualquer custo” para critérios de precocidade, que em última instância significam obter uma unidade de produto com qualidade constante o mais rápido possível, representam um questionamento conceitual importante. A proposta do “mais peso” é interessante e pode funcionar por algum tempo, mas os criadores que iniciaram este processo há algumas décadas encontram-se numa encruzilhada muito difícil; o desconforto de grande número de técnicos e criadores indica que a população Nelore, como um todo, aproxima-se rapidamente deste ponto.

Dentro da abordagem do “mais peso”, tradicionalmente, o processo seletivo avançou à medida que mais e mais características foram sendo utilizadas e agregadas. Em diferentes situações, uma característica era dirigida numa direção e, noutro momento, na direção contrária, como aconteceu com o próprio tamanho/peso, num movimento pendular a cada período de poucas décadas. Mas os processos eram sempre dirigidos para extremos e olhando para as características isoladamente.

A presente proposta parte do pressuposto que é necessário querer mudar o todo para conseguir mudar alguma coisa e, por isto, nunca se pode perder de vista o todo. Por exemplo, se um procedimento seletivo, como resposta correlata, aumenta taxas de distocia e mortes perinatais, então, este procedimento precisa ser revisto ou abandonado pois, ele trará mais prejuízos totais imediatos do que benefícios particulares (com relação a uma característica isolada) no futuro.

Neste sentido, vale a pena atentar para a explicação biológica fornecida por RAUW et al. (1998), para a ocorrência de efeitos correlacionados negativos de seleção para altos níveis de produção em espécies exploradas intensivamente. A seleção genética pode conduzir a uma perda de balanço homeostático nos animais, resultando na ocorrência de patologias e, consequentemente, numa menor qualidade de vida animal. Aplicações futuras de técnicas reprodutivas e de manipulação do DNA poderão aumentar ainda mais a taxa de progresso nos níveis de produção, os quais poderão resultar em conseqüências ainda mais dramáticas em características de comportamento, fisiológicas e imunológicas. Seleção para além de apenas características de produção podem prevenir isto. Sem o conhecimento dos processos fisiológicos subjacentes sobre os quais a seleção genética opera, a seleção é, essencialmente, uma técnica que opera no modo “caixa negra”. Uma reavaliação e valorização do conhecimento dos fundamentos biológicos oferecerá uma oportunidade para compreender, antecipar e prevenir efeitos correlatos negativos da seleção.

Um exemplo de procedimentos combinatórios na busca de animais equilibrados, seria a utilização conjunta de dias para ganhar 160 kg até a desmama, com dias para ganhar 240 kg no pós-desmama e com os escores de conformação, precocidade e musculatura, para determinar com que idade um novilho poderia ser remetido para o abate com especificações de carcaça suficientes para alcançar a cota Hilton. Procedimentos de regressão múltipla podem ser utilizados com este fim. Reexpressões de funções do perímetro escrotal podem melhorar o valor preditivo de tal índice. Os resultados de SEMMELMANN (1998) mostram que é necessário observar um conjunto apreciável de características para conseguir alguma segurança na predição de que animais irão emprenhar jovens e de quais não.

Como as diferentes características indicativas de precocidade podem ser expressas numa mesma unidade (em dias), pode ser relativamente fácil encontrar um índice biológico que combine características mensuradas nas progênies machos e fêmeas e que apresente uma medida final do valor genético e econômico dos touros. Intuitivamente, a precocidade sexual nas fêmeas possui mais variabilidade genética e mais importância econômica que a precocidade de terminação dos produtos machos, mas isto precisa ser verificado e devidamente ponderado.

Índices quadráticos, ao invés de índices lineares, podem ser utilizados em, pelo menos, duas formas distintas: (1) ao compor DEP´s para diferentes características, além de ponderá-las diferentemente, estas ponderações podem ser alteradas conforme a faixa de valores ou o sinal das DEP´s, e (2) combinar as características de uma forma não linear gerando índices/estimadores/preditores não-lineares a serem analisados.

A primeira destas formas de utilização de índices quadráticos é recomendável quando busca-se animais equilibrados, com DEP´s balanceadas, não permitindo-se que animais extremamente negativos e não-funcionais numa característica tenham esta deficiência absoluta encoberta por pequenas superioridades em várias outras.

A segunda destas formas pode ser sugerida após uma análise de componentes principais, que pode indicar a combinação de várias medidas num outro índice fenotípico que já utiliza a estrutura de correlações entre as várias características. Cada uma dessas pode representar aproximações diferentes do mesmo conceito real para a qual se deseja selecionar.

Várias estratégias não ortodoxas devem ser pesquisadas dentro do objetivo de otimizar o ganho genético para o conjunto de características que interferem com a produtividade do gado Nelore numa situação de manutenção ou redução de custos de produção. Aliar estas estratégias aos procedimentos usuais em melhoramento, compor várias metodologias estatísticas e de avaliação genética, agregar ganhos obtidos com aperfeiçoamentos no sistema de manejo e de métodos reprodutivos, podem compor um caminho mais eficaz para chegar ao objetivo final do que estudar efeitos parciais sobre os componentes isolados do sistema.

Características Associadas à Precocidade

A procura de animais equilibrados e produtivos dentro de um determinado sistema de produção passa pela utilização de um índice de seleção adequado a este sistema. Para compor este índice diversas características podem ser utilizadas; algumas de fácil mensuração seriam:
• Dias para ganhar 160 kg até a desmama (D160);
• Dias para ganhar 240 kg no pós-desmama (D240);
• Dias para ganhar 400 kg (D400).
• Perímetro escrotal ajustado para idade.
• Perímetro escrotal ajustado para idade e para peso.
• Dias para atingir um determinado perímetro ajustado para determinado peso.
• Quando viável, pode-se pensar em seleção direta dos machos para precocidade sexual através da coleta de sêmen em idades jovens;
• Seleção direta das fêmeas por precocidade sexual, com exposição aos touros a partir de 12- 14 meses;
• Medidas de ultra-som;
• Avaliações visuais para Conformação, Precocidade e Musculatura (CPM) ou DERAS ou EPMURAS, ou similares;
• Classificação das carcaças pelo Sistema Brasileiro de Classificação de Carcaças, identificando os animais que produzem para a Cota Hilton (ou outra classificação) e o valor comercial de cada carcaça (ROCHA, 1999).

Explorando heterose e complementariedade

ROCHA (1997), em pastagens melhoradas e com diferentes níveis de suplementação, no RS, observou que à medida que a proporção de Nelore nas várias composições de Braford utilizadas ultrapassava 50% havia uma tendência de queda na precocidade sexual. Parte disto pode ser devido à menor heterose na mãe e/ou no indivíduo e parte ao efeito aditivo do Nelore, que possui menor precocidade sexual do que as raças britânicas. Este resultado corrobora o que é observado em larga escala, de forma empírica, entre criadores do RS: à medida que se ultrapassa a marca dos 50% de gens de zebuínos, problemas começam a aparecer.

De forma contundente, CUNDIFF et al. (1997) concluem que “… as vacas produtos dos cruzamentos de Bos taurus com Bos indicus foram excepcionalmente produtivas e eficientes, especialmente em ambientes subtropicais. … Entretanto, à medida que a proporção de Bos indicus aumentava, as vantagens das suas cruzas eram contidas pela maior idade à puberdade e menor maciez de carne.”

Com certeza precocidade sexual é uma das grandes contribuições que os taurinos (britânicos ou com precocidade sexual acentuada) podem oferecer como “profit heterosis” para o cruzamento com zebuínos; mas, no Brasil Central, um fenômeno semelhante ao observado no RS também acontece. Quando se ultrapassa os 50% de gens de taurinos, no Brasil Central, a falta de adaptação, a queda na resistência e/ou a redução na heterose faz com que os desempenhos dos animais, inclusive em precocidade sexual, caia.

O máximo biológico e o ótimo econômico

SEMMELMANN e LOBATO (1997), baseados em HILL (1995) e TEIXEIRA (1997), apresentaram as seguintes vantagens para o serviço de fêmeas Nelore aos 18 meses vs. 24-26 meses:
(1)maior número de bezerros desmamados na vida produtiva;
(2)desfrute deste bezerro desmamado 200 dias antes (meados de outubro);
(3)comercialização do bezerro desmamado com preço de arroba de entressafra;
(4)evita-se a etapa crítica de reconcepção da vaca primípara;
(5)segunda concepção, que ocorre após o desmame do primeiro produto, permite 95% de prenhez;
(6)obtém-se uma safra extra e diferenciada do produto;
(7)otimização do uso de mão de obra e de um estoque menor de touros (duas estações de monta por ano); estes, possivelmente de valor genético superior;
(8)redução de área/custos de recria de fêmeas de reposição;
(9)grande incorporação de ventres precoces no rebanho de cria, com seu impacto sobre o melhoramento por precocidade do rebanho e permitindo que mais cedo se atinjam níveis de prenhez que permitam descarte por precocidade; e
(10) incremento da receita bruta da atividade através da antecipação do primeiro parto e intensificação do processo produtivo.

Os resultados econômicos de HILL (1995), as respostas biológicas obtidas por SEMMELMANN e LOBATO (1997) e as simulações de TEIXEIRA (1997) mostram que, para o Nelore de hoje, dados os atuais custos de produção e valores de comercialização, um primeiro parto aos 27/30 meses pode compatibilizar:
(1)a maior parte das vantagens relacionadas por SHORT et al. (1994) (ver o tópico Precocidade sexual acima);
(2)com uma redução das desvantagens (op. cit.); e
(3)a obtenção de um ponto ótimo de lucro com redução de riscos.

Um dos possíveis problemas nas análises de características de precocidade sexual pode ser devido ao uso exclusivo de modelo lineares. Talvez um modelo multiplicativo (à semelhança do desenvolvido para explicar taxa de prenhez em um rebanho) precise ser desenvolvido ou avaliado. Este modelo conteria termos (fatores) com limiares (tresholds) para efeitos aditivos, heteróticos e epistáticos específicos para características indicadoras de:
(1)peso,
(2)condição corporal (um gatilho para gordura) e/ou nível hormonal;
(3)perímetro escrotal;
(4)escores de conformação, precocidade e musculatura.

A idéia subjacente a estes modelos é que a falha em atingir o limiar em cada um dos pontos essenciais determina a falha reprodutiva. Num modelo linear, existe a previsão de que uma falta de LH pode ser compensada por um pouco mais de peso, o que seguramente não é o caso para precocidade sexual em bovinos. Na revisão feita por WEBB & ARMSTRONG (1998) fica evidente que o hormônio do crescimento (GH) trabalha associado às gonadotrofinas que controlam a função ovariana. Além disto, o GH e tratamentos nutricionais podem alterar os padrões de crescimento folicular e influenciar respostas super-ovulatórias. Isto tudo apenas acentua a importância de fatores extra-ovarianos e fornecem uma avenida por onde investigar as influências nutricionais.

Estes autores completam sua discussão dizendo: “somente um entendimento completo dos mecanismos complexos envolvidos no controle do crescimento dos folículos e maturação dos oócitos permitirão que o potencial reprodutivo de gado bovino seja maximizado.” Com certeza, temos sido bastante pretensiosos ao querer explicar e modelar precocidade sexual com modelos lineares.

Os resultados obtidos por PITA et al. (1998a, 1998b), indicando que características fenotípicas pré-púberes, na melhor das situações quanto a quantidade e qualidade de informações, permitem explicar apenas 10 a 12% das diferenças em precocidade sexual de novilhas Nelore podem estar refletindo esta inadequação dos modelos lineares.

Considerações finais

1.Precocidade sexual em fêmeas não é uma característica simples a ser selecionada e melhorada. Da mesma forma, não se pode pensar em intensificar o processo produtivo através da redução da idade ao primeiro parto apenas através de incrementos em sanidade, ou de correções nos procedimentos reprodutivos ou de uma melhor nutrição. Um “manejo holístico” desta característica dentro do sistema completo é que precisa ser equacionado. A abordagem aqui feita tenta ressaltar que pode ser mais eficaz e fácil mudar várias características, levando-as em conjunto a um novo patamar, do que alterar, significativamente, apenas uma delas.

2.Não se pode apregoar uma receita redentora da pecuária nem uma recomendação única para todas as regiões e sistemas pecuários e menos ainda entrar em espirais à procura de tecnologias de ponta. Não é heresia considerar a possibilidade de que parições aos 27/30 meses podem ser mais factíveis e/ou apresentar melhores resultados líquidos do que parições aos 24 meses.

3.Sistemas de cruzamentos adequados permitem introduzir no sistema de produção os componentes heterose, epistasia e complementariedade. Sistemas básicos e não complicados permitem um ganho líquido de 25% na receita. Cada vez menor é o número de criadores que pode ignorar estes componentes e manter-se competitivo. Várias composições genéticas para diferentes regiões permitem aproximar, sem custos adicionais, a precocidade sexual ao seu limite biológico dentro de um sistema de produção a pasto.

4.O uso combinado de cruzamentos e seleção permite duplicar a taxa de desfrute dos rebanhos, sem necessidade de investimentos em infra-estrutura. A maior parte deste ganho em desfrute provém da eliminação de categorias etárias ociosas.

5.Nenhuma outra característica apresenta tantas possibilidades e alternativas para ser alterada como a precocidade sexual e, ao mesmo tempo, nenhuma apresenta tal potencial e capacidade de impacto econômico sobre o sistema produtivo. Por outro lado, nada é mais simples do que a seleção direta por precocidade sexual. E só permitir aos touros encontrar/identificar/cobrir as precoces.

6.Não existe desperdício maior na pecuária brasileira do que o trabalho perverso em duas mãos contra a precocidade sexual em fêmeas:

Por uma via, elas são recriadas durante uma, duas ou mais estações secas, em altas lotações e em sistemas de mera sobrevivência ou manutenção cíclica do seu peso corporal e sem oportunidade de conceberem; e, por outra via, um alto porcentual das fêmeas nascidas são destinadas ao abate (talvez por serem de porte médio) sem nenhuma chance de demonstrar ou identificar as de maior precocidade sexual.

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1Versão do trabalho apresentado no I Simpósio da carne bovina: da produção ao mercado consumidor, São Borja, 28-30/05/2003, UFRGS/Cooperativa Tritícola Samborjense Ltda.

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