Goiás é o principal comprador de vacinas antiaftosa do País, segundo levantamento do Sindicato das Indústrias de Produtos para Defesa Agrícola (Sindan). No primeiro semestre deste ano, o estado adquiriu 21,9 milhões de doses de vacina, número 6% superior às compras do mesmo período do ano passado. Em todo o País foram comercializados 153,3 milhões de doses entre janeiro e junho de 2002, uma queda de 1,7% em relação ao primeiro semestre de 2001.
A menor venda deve-se ao fato de, sem focos de aftosa este ano, o Rio Grande do Sul não demandar tanta vacina. No ano passado, o estado consumiu 29,5 milhões de vacinas e, para 2002, estima-se que serão necessários 14,3 milhões de doses. “Excluindo-se o Rio Grande do Sul, o mercado cresceu 9%”, afirma o consultor do Sindan, Sebastião Guedes. A previsão, segundo ele, é que o setor feche o ano com a produção de 450 milhões de doses.
O consultor diz que, ao contrário do segundo semestre de 2001 e da primeira etapa de vacinação deste ano, na imunização de novembro não deverá haver problemas de falta de vacinas. Em 2001, além da maior demanda no Rio Grande do Sul, o Brasil exportou vacinas para a Argentina e para o Paraguai. Neste ano a comercialização com o exterior está em 675 mil doses, “a prioridade é o mercado brasileiro”, afirma. Até o momento, o estoque nacional é de 22,9 milhões de doses.
Guedes explica que a liderança de Goiás nas vendas, apesar de o estado não ter o maior rebanho do País, são 19,5 milhões de reses, contra 25 milhões em Mato Grosso do Sul, deve-se ao fato de muitos fazendeiros terem propriedades em outros estados. Além disso, a média de preço no estado estava em R$ 0,82 a dose, frente aos R$ 0,90 pagos pelos pecuaristas do Distrito Federal.
Cobertura vacinal
Em todo o País, o maior crescimento no número de doses comercializadas foi no estado de Roraima, cujas vendas no primeiro semestre passaram de 157 mil para 300 mil doses. No Centro-Oeste, o destaque é Mato Grosso: houve variação de 40% nas vendas de vacinas, totalizando 14,6 milhões de doses.
O secretário-executivo do Fundo Emergencial para Febre Aftosa (Fefa/MT), Antônio Carlos Carvalho de Sousa, diz que houve maior venda de doses no estado porque este ano a primeira etapa, de fevereiro, foi obrigatória. Na ocasião, foram imunizados três milhões de animais, de zero a 12 meses. O rebanho total do estado é de 22,5 milhões de reses. Em Mato Grosso do Sul o crescimento foi de 10%, com a comercialização de 16,2 milhões de doses.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Neila Baldi), adaptado por Equipe BeefPoint