O fazendeiro Cody Allen Easterday, de Mesa, no Estado de Washington, no noroeste dos EUA, foi condenado a passar 11 anos em uma prisão federal por vender “gado fantasma” a duas processadoras de carnes. Uma das vítimas do golpe foi a Tyson, a segunda maior do segmento no mundo, atrás apenas da JBS.
Entre 2016 e 2020, o pecuarista apresentou notas falsas para comprovar a venda de 265 mil cabeças de gado – na verdade, os animais não existiam. Ele recebeu US$ 233 milhões da Tyson e US$ 11 milhões de uma outra empresa, não-identificada.
O produtor já havia confessado seu envolvimento no esquema no ano passado, mas a Justiça americana decretou a sentença apenas na última terça-feira. “Ele acumulou uma riqueza pessoal significativa, mas queria mais, então cobrou de suas vítimas quase um quarto de bilhão de dólares por gado que nunca existiu”, disse Vanessa Waldref, a principal promotora federal no caso.
Easterday, de 51 anos, usou os US$ 244 milhões para bancar despesas pessoais e de sua empresa e para cobrir cerca de US$ 200 milhões em perdas comerciais no mercado de commodities. Ele também foi acusado de fraudar o CME Group, que controla a bolsa de Chicago, o maior mercado de futuros do mundo, ao enviar documentos falsos que isentaram sua empresa, a Easterday Ranches, de limites de posição em contratos de gado vivo.
O contrato de Easterday com a Tyson e a outra processadora de carne previa pagamento com juros quando o gado fosse abatido e vendido no mercado. A diferença era retida como lucro.
Em seu acordo com a promotoria, Easterday concordou com a confissão de culpa e também com a restituição de US$ 244 milhões às empresas.
Fonte: Bloomberg.