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Governo britânico investiga disseminação da aftosa

O governo do Reino Unido anunciou ontem que vai investigar as acusações de que alguns produtores rurais tenham disseminado propositalmente a febre aftosa no país, para poder elevar o valor de seus animais, ao recorrer à compensação do governo. O inquérito será conduzido por funcionários graduados do Departamento de Meio Ambiente, Alimentos e Assuntos Rurais (Defra), concentrando-se em Cumbria, sob determinação da secretária para Assuntos Rurais, Margaret Beckett. Se as acusações forem comprovadas, a polícia será chamada para proceder à tramitação normal do caso.

Uma ovelha pode valer até 90 libras (US$ 128,7) em compensação do governo, mas custa apenas 10 libras (US$ 14,3) pelos valores de mercado, segundo fontes do setor.

Uma produtora galesa, Nuala Preston, de 39 anos, de Pembrokeshire, disse ter recebido um telefonema, no final de semana, de uma pessoa que não se identificou e que pediu 2 mil libras (US$ 2.860) para não contaminar suas ovelhas e o gado, segundo informações divulgadas pela imprensa inglesa. Ela é a primeira pessoa a admitir publicamente que foi procurada.

A polícia e autoridades do setor veterinário local investigam as alegações, informou o porta-voz do governo. Há comentários também de que outros criadores teriam recebido ofertas de partes do corpo de animais infectados, tais como rabos e orelhas. Além disso, suspeita-se que alguns produtores teriam disseminado a doença ao contaminar batatas. Uma fonte do governo britânico comentou que o Ministério tem o dever “de investigar tais acusações, em defesa do dinheiro dos contribuintes.”

O inquérito vai verificar também o fato de terem sido feitas sugestões de que a movimentação ilegal de animais contribuiu para espalhar a aftosa. Existe o temor de que a doença custará milhões de libras a mais que o previsto aos contribuintes, porque os produtores e os responsáveis pela avaliação do combate à doença entraram em conluio para provocar uma drástica elevação no preços dos animais, durante a crise de cinco meses.

Uma outra fonte do governo calculou que o preço dos animais subiu 50% durante a crise. Grande parte do gado arrematado a 600 libras (US$ 858) em janeiro, quando o mercado estava tranqüilo, foi avaliado em 900 libras (US$ 1.287) quando o comércio foi suspenso.

Essa supervalorização, segundo ministros britânicos, é em parte responsável pela elevação do custo direto da doença para 1 bilhão de libras (US$ 1,43 bilhão). Existem indicações de que isso possa até mesmo dobrar até o fim do ano.

O total de casos de aftosa registrados no Reino Unido, em 29 de julho, foi de 1.902. Até 28 de julho foram abatidos 3,612 milhões de animais, mas há mais 23 mil para serem abatidos e 8 mil carcaças para serem incineradas. O total de locais com aftosa é de 8.958.

fonte: Gazeta Mercantil, adaptado por Equipe BeefPoint

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