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Governo prevê prejuízo de US$ 300 milhões com a aftosa

O governo federal calcula que o retorno da febre aftosa ao Rio Grande do Sul deverá representar um prejuízo de US$ 300 milhões às exportações de carne brasileira (suína, bovina e de aves), comprometendo a meta de US$ 2,5 bilhões para este ano – US$ 600 milhões superior ao realizado ano passado. Esses valores foram apresentados ontem ao presidente Fernando Henrique Cardoso pelo ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, em reunião que contou com a presença dos governadores Olívio Dutra (RS), Esperidião Amim (SC), Marconi Perillo (GO), Siqueira Campos (TO), Dante de Oliveira (MT) e Zeca do PT (MS).

Para tentar reverter o bloqueio às importações, na próxima segunda-feira, Pratini de Moraes estará em Bruxelas com o representante da União Européia, Nick Braun, apresentando as medidas adotadas pelo Brasil para conter o avanço da febre aftosa. No mesmo dia, o secretário de Defesa Agropecuária do ministério, Luiz Carlos de Oliveira, estará em Moscou para reverter o bloqueio da Rússia. Representantes do governo e da indústria de suínos de Santa Catarina também estarão presentes ao encontro.

Dados do ministério indicam que o Brasil exporta apenas 5% de sua produção de carnes suínas; 9% da produção bovina e 15% dos frangos criados e abatidos no país. No primeiro quadrimestre deste ano, países como Egito, Arábia Saudita, Emirados Árabes, França, Rússia, Países Baixos e África do Sul ampliaram fortemente as importações de carne do Brasil. São os mercados que o ministro não quer perder, devido às notícias de focos de aftosa no Rio Grande do Sul. No futuro, diz o ministro, os alvos para a carne brasileira serão EUA, Rússia e Japão.

Abate e corredor sanitário

Ontem, a Secretaria de Agricultura gaúcha concluiu o abate de animais doentes na fazenda São Pedro, em Santana do Livramento. Em dois dias foram sacrificados 208 animais infectados pela aftosa ou que tiveram contato com o vírus. Na fazenda Combate, em Alegrete, foram sacrificadas 78 reses, além das 34 do dia anterior. O próximo passo será debelar o foco na fazenda Santo Antônio do Catimbau, vizinha à Combate, onde há 910 cabeças e na fazenda Coqueiro, com 72.

Amanhã, técnicos das secretarias de Agricultura do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná e de São Paulo reúnem-se em Curitiba para avaliar a criação de um corredor sanitário para escoar a produção gaúcha a esses outros Estados, interrompida desde o último dia 9. Com os casos gaúchos da doença, Santa Catarina corre o risco de perder o status de zona livre sem vacinação obtido há 11 anos.

fonte: Gazeta Mercantil (por Ayr Aliski e Luiz Guimarães) e Valor Online (por Rodrigo Bittar), adaptado por Equipe BeefPoint

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