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Greve não deve ter efeito na inflação além de julho, aponta IBGE

Os preços dos combustíveis e de alguns alimentos devolveram em julho, ao menos parcialmente, a alta registrada um mês antes, em grande parte causada pela greve dos caminhoneiros. Para Fernando Gonçalves, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a paralisação não deve mais influenciar a inflação daqui para frente. “O impacto foi realmente pontual. Se houver algum efeito defasado, será muito residual. Mas não vejo isso acontecendo”, afirma.

Segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE, a alimentação dentro do domicílio recuou 0,59%, depois de ter subido 3,09% em junho. Os preços de alguns itens chegaram a cair em torno de 30%, como cebola (-33,50%), batata-inglesa (-28,14%), tomate (-27,65%). Também houve recuo do preço das carnes (-1,27%) e dos ovos (-2,47%).

Por outro lado, leite longa vida subiu 12%, após ter tido alta de 15,63% em junho. Além de ter sido afetado pela greve dos caminhoneiros, esse é o período de entressafra do produto, o que geralmente eleva os preços.

Gonçalves afirma que a queda nos preços de alimentos, especialmente in natura, responde a uma normalização no abastecimento, mas também a questões sazonais. “Existe a questão de aumento de oferta, acompanhando a safra de alguns produtos”, diz.

Nos combustíveis, a gasolina subiu 5% em junho e recuou 1% em julho, enquanto o etanol saiu de alta de 4,22% para queda de 5,48%.

No sétimo mês de 2018, o IPCA aumentou 0,33%, após avançar 1,26% um mês antes.

Agosto

Os preços administrados, que têm caminhado acima do IPCA, devem ter mais uma rodada de aumentos em agosto. Fernando Gonçalves, do IBGE, disse que o IPCA de agosto deve ser afetado por reajustes de água e esgoto, energia elétrica e gás em várias localidades do país.

A inflação do Rio de Janeiro, a que tem o segundo maior peso no IPCA, depois de São Paulo, sentirá em agosto o efeito do reajuste de 5,94% nas tarifas de água e esgoto e de 2,52% na conta de gás, ambas válidas a partir do dia 1o.

Belo Horizonte teve reajuste de 3,41% na tarifa de água no dia 1o deste mês e Vitória terá de 3,89% a partir do dia 16.

Em agosto, os consumidores de energia elétrica continuarão a pagar R$ 0,05 por Kw/h consumido. A sinalização continua a de bandeira vermelha patamar 2 por causa da escassez hídrica no país. E haverá também reajustes regionais: em Belém, 12% a partir de 7 de agosto; em Vitória, 15,84% a partir do dia 7. O reajuste de 15,84% em 4 de julho em São Paulo ainda deve ter efeitos no mês atual.

Outro reajuste que será parcialmente captado pelo IPCA de agosto é o aumento de 10,14% nas passagens interestaduais de ônibus em 2 de julho.

Em julho, os preços administrados subiram 0,90%, após alta de 2,49% em junho.

Fonte: Valor Econômico.

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