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Gustavo Loyola (ex BC): dólar pode chegar a R$ 1,60

Diante das perspectivas de retomada da economia, o real deve continuar se valorizando ante o dólar e contra isso há pouco o que o Banco Central possa fazer, acredita o ex-presidente do BC, Gustavo Loyola. "O BC tem feito o possível no câmbio, mas a tendência é de apreciação e não há como remar contra essa corrente", afirmou. De acordo com Loyola, a moeda deve cair logo para R$ 1,70 e buscar nos próximos meses a cotação de R$ 1,65 ou mesmo R$ 1,60.

Diante das perspectivas de retomada forte da economia, o real deve continuar se valorizando ante o dólar e contra isso há pouco o que o Banco Central (BC) possa fazer, acredita o ex-presidente do BC e sócio-diretor da Tendências Consultoria, Gustavo Loyola. “O BC tem feito o possível no câmbio, praticamente raspando o tacho todos os dias. Mas a tendência é de apreciação e não há como remar contra essa corrente”, afirmou.

De acordo com Loyola, a moeda pode cair logo abaixo de R$ 1,70 e buscar nos próximos meses a cotação de R$ 1,65 ou mesmo R$ 1,60. O ex-presidente do BC disse ainda que não vê pressões inflacionárias no Brasil nos próximos meses e que se o Banco Central vier a subir os juros será mais para o final de 2010, preocupado com 2011, aponta.

Em 2009, a moeda já enfraqueceu 25,78% ante o real, apesar de o BC estar agindo mais agressivamente para absorver os dólares que entram no país. Loyola não acredita que o Fundo Soberano do Brasil (FSB) possa ser usado para reforçar o processo de compra de dólares no mercado, como defendem alguns, e com isso estancar o processo de queda da moeda americana. “Continuo muito crítico em relação ao fundo. Pegar dólares das reservas e colocar em outra caixinha não é fundo soberano estrito senso”, afirmou. “Até agora o fundo não serviu para nada”, acrescentou.

O ex-presidente do BC notou, inclusive, que talvez nem seja mais preciso continuar acumulando reservas internacionais, pois isso “tem certo custo marginal na taxa Selic”. “O benefício do acúmulo de reservas é decrescente. Cada vez precisamos menos de ter mais reservas”. Teoricamente, afirmou Loyola, a continuidade desse aumento do colchão de reservas poderia pressionar o BC a subir juros no futuro. “Acredito que no regime de metas de inflação, o BC não deve se importar com o que acontece no câmbio. Só que no mundo real não é bem assim”, disse.

PIB

O ex-presidente do BC acredita que o Brasil tem condições de crescer 5% no ano que vem e que esse crescimento será balizado no consumo interno. “O Brasil é visto como a bola da vez pelo potencial de crescimento doméstico”, disse. Isso deve significar, segundo ele, uma forte entrada de recursos no País daqui para frente de investidores apostando no Brasil não para especular, mas para fazer investimentos de médio e longo prazo.

A reportagem é de Luciana Xavier e Cristina Canas, da Agência Estado, resumida pela Equipe AgriPoint.

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