Sem recursos do Ministério da Agricultura, a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal do Mato Grosso do Sul (Iagro) terá que entrar numa autêntica economia de guerra para conseguir se manter funcionando. Será necessário cortar 31,5% os gastos de custeio para que o órgão continue funcionando com os R$ 260 mil que dispõe de receita mensal. A operação de vigilância continuará, mas serão suspensas barreiras volantes nas divisas com os Estados de São Paulo, Goiás e Mato Grosso.
O Iagro que tem previsão de despesas fixas de R$ 302.703,57 por mês cortará os gastos para R$ 207.211,10, economizando uma quantia de R$ 95.492,47. As informações foram divulgadas na quarta-feira passada (29) pelo gerente administrativo e de finanças, Sebastião de Freitas, durante reunião com todos os funcionários do Iagro.
Segundo ele, os cortes poderão ser superiores a mais de 50% em algumas áreas, como no caso das diárias pagas aos funcionários do órgão (veterinários e outros servidores que atuam em operações volantes de fiscalização), 80% em passagens e locomoção e 30% nos combustíveis. Somente com as diárias o órgão gasta R$ 98.882,13. Contudo com a adequação, o volume cairá para R$ 49.441,07. Além disso, segundo o gerente de administração, a meta é reduzir em 30% as contas de energia e telefone, serviços de limpeza e conservação e até suprimento de fundos.
Até mesmo as compras em andamento de produtos como material de expediente, confecção de GTA (Guias de Trânsito Animal) e alimentação terão maior controle por parte da gestão financeira. O corte nos gastos será em média de 17,22%.
Causas da crise
Os motivos para o corte rígido nas contas são o baixo volume de arrecadação própria e a falta de recursos federais que deveriam ser enviados para garantir os serviços de inspeção e defesa animal no Estado. Desde novembro do ano passado, o Iagro espera por R$ 5 milhões do Ministério da Agricultura, que em função de dívidas pendentes do Estado com a União, até agora não foram liberados.
Com isso a receita prevista é de apenas R$ 260 mil, oriunda de recursos próprios do Iagro, como a cobrança de trabalhos de classificação vegetal, análise de solos e de sementes feitas pelos laboratórios do órgão no Estado.
De acordo com o diretor-presidente do Iagro, Loacir da Silva, o órgão não vai paralisar as ações de fiscalização sanitária animal e vegetal em andamento no Estado, mas fará restrições. “Vamos continuar atendendo à fiscalização da sanidade na fronteira, mas seremos obrigados a desativar algumas barreiras volantes”, destacou.
Fonte: Campo Grande News (por Flávio Paes), adaptado por Equipe BeefPoint