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IGP-DI indica “trégua” na inflação dos alimentos

Após cair 0,55% em setembro, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu 1,60% em outubro, a mais elevada taxa desde maio (3,40%), e causada por altas de preço de minério de ferro (4,29%) e de óleo diesel (10,24%) no atacado, anunciou ontem a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com a alta, o indicador acumula elevações de 16,96% no ano e de 20,95% em 12 meses. Mas o indicador mostrou preços menos elevados em alimentos – o que indica alívio inflacionário no setor de alimentação em novembro, segundo André Braz, economista da FGV e responsável pelo indicador.

O técnico detalhou que as altas de preço em minério e em óleo diesel levaram a uma mudança de trajetória no Índice de Preços ao Produtor Amplo – Disponibilidade Interna (IPA-DI) entre setembro e outubro. O indicador, que representa inflação atacadista e tem peso de 60% no cálculo do IGP-DI, saiu de -1,17% para 1,90%. “O minério, sozinho, representa 7,56% do IPA; já o óleo diesel tem peso de 2,58% no indicador”, explicou ele.

Braz comentou que, no caso do minério, o recuo tem a ver com menor demanda por parte da China, maior comprador global do produto – que elevou oferta no mercado doméstico. Já diesel sofreu reajustes de preços, pela Petrobras, no mercado doméstico, influenciados por petróleo no mercado externo.

No entanto, mesmo com altas expressivas, em produtos importantes, o IGP-DI mostrou sinais de alivio inflacionário em itens básicos na cesta do brasileiro, tanto no atacado quanto no varejo. Das cinco principais quedas de preço dentro do atacado, todos são alimentos, no IGP-DI de outubro. São os casos de bovinos (-7,71%); milho em grão (-4,45%); soja em grão (-0,38%); feijão em grão (-4,79%) e leite industrializado (-4,01%), que foram influenciados por melhor oferta no mercado doméstico.

O impacto dos alimentos mais baratos no atacado, principalmente de bovinos, teve forte influência nos preços do varejo. O Índice de Preços ao Consumidor – Disponibilidade Interna (IPC-DI), 30% do IGP-DI, desacelerou de 1,43% para 0,77% entre setembro e outubro. Além de menor impacto de reajuste de tarifa de energia elétrica, cujo aumento já tinha sido captado em setembro, bem como de passagem aérea, os alimentos ficaram mais baratos. A taxa de inflação do setor diminuiu de 1,09% para 0,88% entre setembro e outubro.

Braz comentou que o comportamento de alimentos, no IGP-DI de outubro, indica sinais favoráveis para alimentação em novembro. Isso porque as razões das desacelerações de preços, nesses itens, não devem desaparecer neste mês. “A boa notícia do IGP-DI é que ele antecipa trégua na inflação dos alimentos em novembro.”

O comportamento mais favorável de preços no varejo levou, ainda, a uma desaceleração no núcleo de inflação varejista, usado para medir tendências inflacionárias, e que diminuiu de 0,46% para 0,44%, entre setembro e outubro.

No entanto, Braz preferiu não dar previsões específicas para como vão ficar as taxas dos IGPs, completas neste mês. O economista comentou que o preço do minério de ferro, atualmente, opera com muita volatilidade. Caso o preço desse item volte a cair, observou ele, pode influenciar novamente o resultado dos IGPs, devido ao forte peso que detêm no cálculo total do indicador, explicou ele.

Fonte: Valor Econômico.

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