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ILPF: Assistência técnica de qualidade ajuda a manter os jovens no campo

O uso eficiente dos resultados de pesquisas em Integração Lavoura-pecuária-floresta (ILPF) pela equipe da Cooperalfa está ajudando a manter jovens no campo. Produtores de leite no norte do Rio Grande do Sul contam como acontece a transferência de tecnologias que chegam ao campo através da assistência técnica.

Na Cooperalfa, com sede em Chapecó, SC, são 170 profissionais no departamento técnico, sendo que 45 técnicos atendem a produção leiteira, atividade que envolve mais de 15 mil cooperados. “Quando a produção de leite começou a oferecer mais renda do que a lavoura de grãos, os produtores buscaram a cooperativa para qualificar a produção, integrando lavoura e pecuária”, conta Bruno Cechett, técnico da Cooperalfa.

Em São Valentin, RS, o produtor Rodrigo Putrick já pensava em desistir da pecuária leiteira quando foi convencido pela assistência técnica da Cooperalfa a investir em sistemas integrados de produção. “Investimos nas forrageiras indicadas pela cooperativa, com manejo e adubação corretos, e aumentamos a produção em quase dois litros de leite por vaca/dia. Também ajustamos a produção na lavoura com aveia/trigo e soja/milho, direcionando para o melhor uso, conforme o mercado mais rentável, seja na alimentação dos animais ou na colheita de grãos”, conta Rodrigo.

O acompanhamento mensal do técnico da Cooperalfa na propriedade ganhou a ajuda de um aplicativo para celular, o “Mais Leite”, que ajuda na gestão da produção. “A interação é quase imediata, quando conseguimos ajudar o produtor na tomada de decisão sem atrasos à produção”, avalia Alexandre Ramos, do departamento técnico da Cooperalfa, lembrando que a estratégia da cooperativa é investir em tecnologias de informação para atender esse produtor mais jovem, que trabalha conectado, num ritmo diferente dos pais: “Somos desafiados a encontrar alternativas que mantenham os jovens no campo. Com um novo perfil de produtor, que busca as respostas na internet, nós técnicos precisamos estar sempre atualizados para eliminar as dúvidas e acertar nos resultados. Isso é possível a partir da interação com a pesquisa, com o acesso a informações seguras já validadas”.

Retorno para o campo

Após trabalhar como engenheiro agrícola na indústria, o produtor Marcos Balbinotti voltou a tocar a propriedade leiteira em Ponte Preta, RS. Quando ele chegou, eram 15 vacas em lactação; quatro anos depois já tinha 40 vacas em lactação. O segredo foi buscar conhecimento e novas tecnologias para dinamizar a propriedade: “Novidades no mercado nós temos todos os dias. Precisamos filtrar e experimentar para saber o que serve para a propriedade”, afirma Marcos. 

Ele lembra que o suporte da Cooperalfa nas decisões permitiu utilizar as áreas da propriedade o ano todo, fazendo a rotação entre pastagens e lavouras, e otimizando o uso do inverno para reduzir custos na alimentação do plantel. “Nem sempre as respostas para o produtor estão prontas. Sentamos e discutimos as melhores alternativas para atender aquelas necessidades que estão postas no momento”, explica Lucas Dal Agnol, técnico da Cooperalfa.

ILPF

O módulo de Integração Lavoura-pecuária-floresta (ILPF) faz parte da série de capacitações na cadeia produtiva de cereais de inverno, promovidas por meio da parceria da Embrapa com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). “Durante três dias, na extensa programação do módulo de ILPF, os técnicos das cooperativas atualizam conhecimentos, discutem os resultados gerados pela pesquisa, visitam produtores modelo e aproximam o relacionamento pessoal com os principais profissionais ligado ao tema”, conta Renato Fontaneli, pesquisador da Embrapa Trigo. 

Ele destaca que, neste processo, o resultado saiu da pesquisa com os técnicos capacitados e passou pela estação experimental da cooperativa onde o aprendizado foi compartilhado com outros técnicos até chegar “sob medida” no produtor de cada região. “O modelo de transferência de tecnologia em ILPF utilizado nesta parceria Embrapa e OCB permite verificar os resultados no campo, uma  integração entre a pesquisa e a assistência técnica, onde quem ganha é o produtor e a sociedade em geral”, conclui Fontaneli.

Fonte: Embrapa.

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