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Imea: principal problema é uma possível crise de imagem gerada pelo embargo americano

Tem importância: Na última semana um rebuliço tomou conta do mercado bovino brasileiro, primeiramente o Ministério da Agricultura (Mapa) do Brasil suspendeu as exportações para os EUA de cinco frigoríficos brasileiros e apenas um dia após a esta suspensão os EUA anunciaram a paralisação das importações de carne bovina in natura do Brasil. Nos dois casos o problema relatado envolvia questões de segurança sanitária (reações à vacinação contra aftosa). Apesar de representarem apenas 2,79% das exportações brasileiras de carne in natura (acumulado de janeiro a maio/17), os envios de proteína bovina para os EUA são envoltos de grande simbolismo, pois representam a entrada da carne brasileira no maior mercado consumidor de carne do mundo e um dos públicos mais exigentes. Diante disto, o impacto sobre a arrecadação com a exportação para os EUA pode não ser o principal problema, mas sim uma possível crise de imagem gerada pelo embargo.

– Os preços do boi gordo e da vaca gorda continuam recuando, nesta semana a queda foi de 0,52% e 0,45%, respectivamente, com a arroba do macho sendo cotada a R$ 119,37 e a da fêmea a R$ 112,87.
– Com uma movimentação um pouco maior dos compradores, o preço do bezerro de ano subiu pela segunda semana, sendo comercializado a R$ 1.086,29/cab, alta de 0,48% em relação à semana anterior.
– Com a desvalorização mais forte em São Paulo do que em Mato Grosso, o diferencial de base SP-MT registrou leve aumento de 0,44 p.p. nesta semana, partindo de – 9,06% para – 8,62%.
– Com a valorização dos cortes que o compõe, o equivalente físico voltou a subir em relação à semana anterior, alta de 1,96%.

OBSCURO: O contrato futuro do boi gordo para out/17 atingiu na última semana o menor valor desde que come- çou a ser negociado. Já é fato que a bovinocultura de corte enfrenta um dos piores anos da sua história e a sequência de “porradas” tem sido desestimulante ao produtor. Não bastasse isso, na última semana mais uma notícia ruim tomou conta do mercado (citada no texto acima), e movimentações técnicas foram acionadas, derrubando assim o valor do contrato futuro do boi gordo para outubro/17. A desvalorização semanal chegou a 4,38%, com o contrato saindo de R$ 126,32/@ no dia 19/06 para R$ 120,79/@ no dia 26/06 (preços já descontado o Funrural). Nota-se, desta maneira, uma expectativa ainda mais pessimista para o futuro, no entanto, vale ressaltar que ainda estamos a quatro meses do encerra-mento do contrato futuro de out/17 e muita coisa pode mudar até sua liquidação.

Observações:
8 – Considera-se para o cálculo do equivalente físico do boi gordo um animal de 17 arrobas ou 255 quilogramas de carcaça; 49% do peso advém do traseiro com osso, 39% do dianteiro com osso e 12% da ponta de agulha, todos os cortes com osso no atacado.
9 – Consideram-se para o cálculo equivalente físico do boi gordo + couro/sebo os pesos dos cortes cárneos com osso e o peso do couro e sebo obtido no abate de um bovino.
10 – Consideram-se para o cálculo equivalente físico do boi gordo + couro/sebo + subprodutos o peso dos cortes cárneos com osso no atacado, o peso do couro e sebo e os pesos dos subprodutos da indústria.
11 – Consideram-se para o cálculo equivalente dos cortes desossados + couro/sebo + subprodutos o peso dos cortes cárneos desossados no atacado, o peso do couro e sebo e o peso dos subprodutos da indústria.
12 – Para o cálculo da relação de troca entre o boi gordo e o bezerro de 12 meses considera-se um boi gordo de 17 arrobas.

Fonte: Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).

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