Exportações brasileiras de carne bovina crescem em junho e consolidam alta de 27,1% no primeiro semestre de 2025
8 de julho de 2025

Impasse com a China pesa fortemente nas exportações de carne bovina dos EUA em maio

As exportações de carne bovina dos EUA caíram em maio, devido principalmente a fortes quedas nos embarques para a China, segundo dados divulgados pelo USDA e compilados pela U.S. Meat Export Federation (USMEF).

Em abril e na primeira metade de maio, a tarifa total da China sobre a carne bovina dos EUA atingiu 147%. Mesmo após um anúncio conjunto em 14 de maio que reduziu temporariamente as tarifas por 90 dias, a taxa ainda permanece em 32%. Além disso, a maior parte da produção de carne bovina dos EUA está atualmente inelegível para exportação à China, já que o país não renovou, desde fevereiro, os registros de plantas frigoríficas e unidades de armazenamento a frio.

“A situação com a China teve obviamente um impacto severo nas exportações de maio, ressaltando a importância da diversificação e do desenvolvimento de mercados alternativos,” disse Dan Halstrom, presidente e CEO da USMEF. “O progresso nas negociações comerciais entre EUA e China é extremamente urgente, já que as tarifas podem voltar a subir em 12 de agosto. Esse prazo já está influenciando as decisões dos exportadores sobre continuar ou não produzindo para o mercado chinês. Por outro lado, apesar de toda essa incerteza, a demanda por carne bovina dos EUA continua forte em muitas regiões-chave.”

As exportações de carne bovina totalizaram 97.266 toneladas métricas ™ em maio, queda de 12% e o volume mais baixo em quase cinco anos. O valor exportado foi de US$ 798,7 milhões, queda de 11,5% e o menor em 18 meses. De janeiro a maio, as exportações caíram 5% em volume (508.293 tm) e 3% em valor (US$ 4,15 bilhões) em comparação ao mesmo período de 2024.

Exportações de carne bovina para a Coreia têm melhor desempenho em mais de dois anos

A carne bovina dos EUA teve um excelente desempenho em maio na Coreia do Sul, principal mercado, com exportações crescendo 40% em relação ao ano anterior, totalizando 25.228 tm – o maior volume desde março de 2023. O valor exportado atingiu US$ 233 milhões – alta de 39% e o maior valor desde junho de 2022. Com isso, as exportações de janeiro a maio somaram 106.867 tm (alta de 10%) e US$ 1,02 bilhão (alta de 12%).

Reforçar e expandir a demanda na Coreia é especialmente crítico diante dos obstáculos enfrentados na China, sobretudo para cortes de maior valor no mercado asiático.

América Central e América do Sul mantêm crescimento

Embora os embarques de carne bovina para a América Central em maio tenham aumentado modestamente em volume (2.045 tm, alta de 4%), o valor cresceu expressivos 36%, chegando a US$ 18,5 milhões. No acumulado do ano até maio, as exportações para a região seguem em ritmo recorde: 10.716 tm (alta de 8%) e US$ 89,2 milhões (alta de 31%), impulsionadas por embarques recordes para a Guatemala e crescimento em Costa Rica e Panamá. O aumento do turismo, especialmente em El Salvador e Guatemala, e a busca por cortes de maior qualidade também estão impulsionando essa demanda.

Na América do Sul, o crescimento no Chile e no Peru fez com que as exportações em maio atingissem 1.446 tm (alta de 3%) e US$ 32,3 milhões (alta de 21%). De janeiro a maio, o valor exportado cresceu 29%, alcançando US$ 56,4 milhões, apesar da leve queda de 2% no volume (7.770 tm). As exportações para a Colômbia estão se recuperando gradualmente após interrupções em 2024 causadas por restrições relacionadas à influenza aviária. No entanto, o Canadá ainda lidera como principal fornecedor de carne bovina para a Colômbia. No acumulado do ano, as exportações para a Colômbia caíram 30% em volume (1.501 tm), mas o valor subiu 4%, para US$ 13,5 milhões.

Destaques adicionais de janeiro a maio:

  • China: devido às altas tarifas e à falta de plantas habilitadas, as exportações de carne bovina para a China despencaram em maio para apenas 1.398 tm (queda de 91%), com valor de US$ 14,6 milhões (queda de 90%). Apesar de um primeiro trimestre relativamente forte, no acumulado do ano as exportações caíram 31% em volume (51.418 tm) e 32% em valor (US$ 449,3 milhões). A tarifa atual de 32% e a expiração dos registros das plantas tornaram o mercado praticamente inacessível.
  • Japão: resultados mistos em maio – volume subiu 4% (21.791 tm), mas o valor caiu 5% (US$ 156 milhões). No acumulado do ano: 104.012 tm (queda de 1%) e US$ 773 milhões (queda de 3%). O Japão mantém uma tarifa elevada de 21,6% sobre carne bovina dos EUA, a mesma aplicada a outros grandes fornecedores.
  • México: após um desempenho muito forte em 2024, as exportações para o México caíram em maio: 16.485 tm (queda de 12%) e pouco mais de US$ 100 milhões (queda de 10%). No acumulado: 89.022 tm (queda de 8%) e US$ 540,2 milhões (queda de 4%).
  • Taiwan: em maio, volume caiu 16% (4.934 tm) e valor 13% (US$ 55 milhões). No acumulado: volume caiu 7% (21.638 tm), mas o valor cresceu 1%, para US$ 256,7 milhões.
  • Caribe: liderado pelo crescimento na República Dominicana, Bahamas e Antilhas Holandesas, o valor exportado em maio subiu 25%, atingindo US$ 28,2 milhões, apesar da queda de 4% no volume (2.716 tm). De janeiro a maio, o valor cresceu 13% (US$ 137,8 milhões), com volume de 14.086 tm (queda de 5%). Embarques para a República Dominicana estão em ritmo recorde.
  • Oriente Médio: apesar da queda geral, os Emirados Árabes Unidos se destacaram com alta de 66% no volume (468 tm) e 47% no valor (US$ 6,2 milhões). No acumulado: volume ainda 15% menor (2.132 tm), mas valor subiu 12%, para US$ 32,5 milhões.
  • África: exportações para a África aumentaram 7% em maio (1.209 tm) e 18% em valor (US$ 2 milhões), impulsionadas por Costa do Marfim (635 tm, maior volume desde 2017). De janeiro a maio: 5.974 tm (alta de 14%) e US$ 9,4 milhões (alta de 27%).

Indicadores gerais de exportação

Em maio, o valor exportado de carne bovina por cabeça de abate foi de US$ 406,05 – queda de apenas 1% em relação ao ano anterior (com exportações para a China representando apenas US$ 7,40 por cabeça, contra mais de US$ 66 em maio de 2024). A média de janeiro a maio foi de US$ 413,37 por cabeça, alta de 1%.

As exportações representaram 13,4% da produção total de carne bovina em maio e 11,3% dos cortes de músculo, levemente abaixo dos índices de 13,8% e 11,4% do ano anterior. No acumulado do ano: 13,6% da produção total e 11,4% para cortes de músculo, comparado a 13,9% e 11,6% no mesmo período de 2024.

Fonte: U.S. Meat Export Federation, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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