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Importadores russos pressionam renegociação de preços

Uma tentativa de renegociação de preços pelos importadores russos está retendo 30 mil toneladas de carne bovina no porto de São Petesburgo e em navios que se destinam àquele país.

Uma tentativa de renegociação de preços pelos importadores russos está retendo 30 mil toneladas de carne bovina no porto russo de São Petesburgo e em navios que se destinam àquele país, informou o Valor Econômico (notícia de Alda do Amaral Rocha). A estimativa de volume é de analistas e operados consultados pelo jornal.

A situação foi deflagrada depois que a importadora holandesa Van Luin Food Group, que atua na Rússia, decidiu pedir a renegociação dos preços de produto a frigoríficos brasileiros, há três semanas. Segundo o Valor, a empresa tenta baixar os preços porque após a reabertura dos mercado russo para a carne de São Paulo e Goiás no dia 6 de outubro, as cotações recuaram por conta da maior oferta.

Segundo o diretor-executivo da Abiec, Antonio Camardelli, não haverá renegociação de preço e se o produto importado não for pago, será redirecionado para outros clientes na própria Rússia.

As importações de dianteiro bovino, feitas entre setembro e outubro, para embarque à Rússia entre o fim de outubro e neste mês, foram fechadas por US$ 2.500 a US$ 2.600 por tonelada (FOB). A empresa quer reduzir o preço para US$ 2.000 FOB, patamar em que está o mercado, depois da reabertura dos dois estados brasileiros.

Além da carne retida em São Petesburgo ou em navios, há também volumes estocados em portos brasileiros que seriam destinados a importadores russos. No mercado, fala-se em volume semelhante ao retido no exterior, mas Camardelli, da Abiec, afirmou que os embarques à Rússia continuam e que os que seriam destinados aos clientes que tentam derrubar os preços serão redirecionados para outros mercados.

O problema, que pode ser solucionado com redirecionamento das cargas, já provocou queda de preços em mercados como o Egito, que compra cortes bovinos similares aos adquiridos pela Rússia. O dianteiro, por exemplo, caiu de US$ 2.100 por tonelada (FOB) para US$ 1.800 no mercado egípcio por conta da expectativa de maior oferta brasileira.

Em notícia de ontem da Agência Safras, o diretor de Mercado Externo da Divisão de Alimentos do Grupo Bertin, Marco Bicchieri, afirmou que foi um caso isolado de um importador russo que por falta de planejamento, agora quer renegociar os preços, mas a Abiec e o Bertin se negam a negociar.

Segundo a Safras, o boato de quebra de contrato de mercado russo teve impacto no mercado mundial da carne e fez inclusive com que alguns frigoríficos brasileiros falassem em férias coletivas aos funcionários em pleno mês de novembro, mas de acordo com a direção do Grupo Bertin a situação está sob controle.

“Não houve perda de prazo, os frigoríficos brasileiros estão cumprindo rigorosamente os acordos fechados e a situação desse importador, em particular, está sendo resolvida nesses próximos dias”, afirmou Bicchieri. Destacou ainda que o congestionamento no Porto de São Petersburgo nessa época é normal, que o Porto chega a congelar, mas que de modo algum está havendo atraso na entrega por parte dos frigoríficos brasileiros. Segundo ele, o próprio governo russo não está aceitando esse tipo de comportamento.

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