Depois de se manter em silêncio desde quinta-feira passada, o Independência realizou ontem no final da tarde uma apresentação na sede da ABIEC em São Paulo, sobre a situação atual da empresa, histórico recente e perspectivas. O diretor financeiro da empresa alegou cinco fatores interligados e interdependentes que causaram um cenário nunca visto pela empresa. Esses cinco fatores são uma combinação de problemas operacionais e financeiros.
Depois de se manter em silêncio desde quinta-feira passada, seguindo pedido de seus advogados, os irmão Roberto Russo e Miguel Russo Neto, acionistas do Independência e Tobias Bremer, diretor financeiro da empresa, fizeram ontem no final da tarde uma apresentação na sede da ABIEC em São Paulo, sobre a situação atual da empresa, histórico recente e perspectivas.
Os irmãos Russo explicaram que tentaram diversas outras opções, antes de avaliarem a concordata, que é a melhor forma para preservar companhia e seu caixa e que pode permitir sua rápida retomada. No entanto, é a medida que mais trará efeitos negativos para a reputação e credibilidade da empresa.
O diretor financeiro da empresa alegou cinco fatores interligados e interdependentes que causaram um cenário nunca visto pela empresa. Esses cinco fatores são uma combinação de problemas operacionais e financeiros. Desde o início do ano, todos esses pontos se agravaram, gerando resultados muito negativos para a empresa, que no momento atual, alega vender abaixo do custo de produção e ainda tem alto custo financeiro e elevada taxa de inadimplência.
Os cinco fatores apresentados são:
• inadimplência por um percentual significativo de seus clientes no exterior
• maior necessidade de capital de giro, visto que seus fornecedores (pecuaristas) buscavam pagamento a vista e seus clientes pediam ampliação do prazo
• aumento da diferença entre o preço do boi gordo (que caiu pouco) e da carne (que caiu muito)
• falta de demanda por carne bovina, seja no mercado externo, seja no interno, o que causou maior concorrência entre as empresas, com guerra de preços
• falta de liquidez
Todos esses fatores são comuns a todas as empresas do setor de frigoríficos no Brasil. O que complicou e acelerou o processo de redução do caixa da empresa e, por consequência, a decisão de pedido de concordata foi o fato de 85% da dívida ser dolarizada, o que alavancou o endividamento após a desvalorização do Real, além do BNDES ter suspendido o aporte para o frigorífico de R$ 200 milhões.
O frigorífico Independência tem hoje capacidade de abate de 10.800 cabeças por dia. Está presente em 7 estados brasileiros e no Paraguai com 12 plantas de abate e desossa, 3 curtumes, 3 fábricas de charque, 5 módulos de produção de biodiesel, com centros de distribuição em Cajamar, Itupeva e no porto de Santos. A empresa tem 11.300 funcionários.
No último trimestre com balanço público, faturou R$ 700 milhões (3T08). A empresa utilizou no 3T08 entre 75-80% de sua capacidade de abate. A empresa estava no fim do seu projeto de expansão e foram pegos pela crise, muito maior do que esperavam.
Roberto Gianetti, presidente da Abiec, fez um aparte na reunião, lembrando que a exportação tem imunidade tributária e que os créditos tributários estaduais e federais são dificilmente liberados pelos governos. Segundo Roberto Russo, só o Independência tem mais de R$ 250 milhões a receber, o que atrapalha em muito o fluxo de caixa da empresa.
Resumindo todos os fatores, a principal razão foi operacional: falta de capacidade de geração de caixa. Ou seja, por mais que a empresa trabalhasse, tinha prejuízo (boi estável, carne em queda, demanda em queda, custo financeiro e inadimplência aumentando). Apresentamos abaixo mais detalhes sobre histórico recente, situação atual e perspectivas da empresa, em tópicos.
A expansão da empresa:
• 85% dívida em dólar
• alavancagem, a relação dívida líquida/EBITDA subiu para 4,86x no terceiro trimestre de 2008
• investimento do BNDES de R$ 450 milhões, anunciado em novembro de 2008, em duas etapas, sendo que a segunda seria feita até março de 2009 (R$ 200 milhões) e não se realizou
• a meta da empresa era abrir capital
De setembro de 2008 em diante, o mundo mudou. O mercado da carne teve as seguintes alterações, segundo dados apresentados pela empresa ontem:
• boi caiu pouco de preço (-10%, de outubro/08 a janeiro/09)
• carne exportada caiu muito de preço (-30%)
• queda nos preços dos miúdos exportados (-17%) e do couro (-43%)
• vendas em dezembro abaixo do esperado
• demanda externa menor do que esperado
• com menor exportação, concorrência predatória entre frigoríficos no mercado interno
• menores preços da carne desossada no mercado interno, gerando melhor margem para supermercados, que não abaixaram os preços
• as aquisições da empresa fazem sentido, uma vez que segundo dados apresentados, os dois estados com melhor rentabilidade foram MT e RO, locais onde foram feitas as últimas aquisições
Uma observação é que desde 2008, a empresa vende volume considerável de carne em redes de supermercados no Brasil, que em geral, pagam os menores preços.
Efeitos da crise mundial na empresa:
• menos crédito disponível
• ACC mais caros e com menor prazo (de 5-7% para 15%, de 180 para 30-60 dias)
• importadores (clientes) também apresentavam dificuldade de crédito, pedindo mais prazo e atrasando pagamentos
• exposição ao risco cambial com derivativos (que causou grandes perdas para a Sadia) era pequena, cerca de 30% do volume mensal exportado
Problemas na operação da empresa:
• estocaram produção de outubro e novembro para ser vendida em dezembro, visando preços historicamente melhores nessa época (festas de final de ano), que não ocorreu
• apostaram na retomada das vendas em 2009, em especial demanda externa
• inadimplência dos importadores aumentou, não citaram número exato, alegando apenas que está nos 2 dígitos, ou seja, acima de 10%
Principais acontecimentos, das últimas semanas:
• BNDES não investiu R$ 200 milhões finais (sexta-feira antes do carnaval, 20/02)
• desistiram da recompra de títulos na segunda-feira de carnaval (23/02), visando preservar o caixa da empresa
• suspensão temporária dos abates na quinta-feira (26/02)
• pedido de recuperação judicial (concordata) na sexta-feira, 27/02
Próximos passos:
• retomar operação (abates), iniciando em RO e MT, onde o resultados são positivos
• inicialmente venderão carne com osso
• em até 60 dias, divulgação de plano de recuperação
• ainda não sabem quando e como vão pagar credores, incluindo pecuaristas
Perguntas não respondidas durante a reunião:
• qual o caixa atual da empresa (no final o terceiro trimestre de 2008 era de R$ 493 milhões)
• qual a dívida da empresa (segundo dados do pedido de concordata que foi dado entrada nos EUA, a dívida é de US$ 1,2 bilhão)
• qual o nível de inadimplência junto a clientes no exterior e valor total a receber
• quais os prazos para retomada dos pagamentos a credores, em especial pecuaristas (estima-se que uma dívida em torno de R$ 250 milhões com pecuaristas, ou R$ 10-15 milhões por dia de abate e trinta dias de prazo).
Questões chave para o futuro da empresa:
• BNDES vai investir outros R$ 200 milhões? Não investindo, o banco que trabalha sob influência do governo federal pode ajudar no corte de empregos, o que teria um preço político importante
• Qual o caixa atual da companhia? Se o caixa da empresa está preservado, será mais fácil a retomada das atividades com sucesso.
A empresa, no início e final da reunião, reafirmou seu comprometimento com a transparência em providenciar informações ao mercado, e promete atualizações à medida em que houver desenvolvimentos.
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Espero que seja resolvido essa situação da melhor forma possivel, para o bem do mercado brasileiro e principalmente para os proprios funcionarios da empresa.
Parabenizo o Independencia pelo gesto, até então inusitado, de abrir o histórico das suas dificuldades e divulgar as razões para o seu pedido de recuperação judicial.
Tambem parabenizo o BeefPoint porque está cumprindo a sua missão e indo até além em esclarecer os fatos como estes que foram apresentados pelo Independência, como tambem por resumir os fatores que levaram a empresa à situação atual.
Mais uma vez a expanção e aumento de capacidade de abate ficaram no primeiro plano e faltou, no meu ver, um planejamento adequado tanto na área financeira como também de gestão organizacional.
Quem abate mais de 10.000 cabeças por dia em vários frigoríficos movimenta verdadeiras fortunas diariamente tanto em matéria prima (gado) como também, e principalmente, uma quantidade gigantesca de produtos e deve ser um verdadeira corrida contra o tempo. Qualquer falha de infraestrutura logistica e financeira pode ser fatal, porque obriga a gente a trafegar nos caminhos mais indesejáveis de colocar produtos de qualquer jeito no mercado interno e externo.
É significativo que os resultados operacionais eram negativos.
A Independência vai ter que se re-estruturar e se adequar ao tamanho possivel e desejado.
Podemos sentir como é querido pelos pecuaristas a Independência e este é um capital enorme que está em caixa.
Gostaria de ver o organograma da Independência. Desejo sabedoria e boa sorte para que a empresa se levante com um perfil que inspire confiança a todos.
Bom exemplo do independencia em preservar sua relaçao com os os poecuarista e investidores, transparencia e sempre o melhor remedio em tempos de turbulencia.
Nota-se uma grande solidariedade dos pecuaristas para com o Indepêndencia, porém essa solidariedade é justamente com quem não tem nada a receber, pois quem tem a receber, tem seus compromissos e nada justifica o não pagamento aos fornecedores (pecuaristas).
É fato comum em quebra de frigoríficos, estes pagarem pouco mais que outros para comprarem mais gado e aí “darem o golpe”.
Isso ocorreu, pois eu mesmo caí no velho conto. Vendí com a promessa de receber um incentivo a mais pela boa carcaça, ou seja, uns R$ 0,50 a 1,00 mais pela arroba (incentivo este que estava suspenso 30 dias antes).
Quer dizer, prometeram pagar mais, bem como aumentaram o abate de aproximadamente 500 cabeças para 1000 cabeças nestes últimos dias e justamente 30 dias após essas compras, o frigorífico entra com pedido de recuperação (estranho).
Alega que o BNDS não depositou a 2º parcela que venceria em março de 2009, porém os atrasos nos pagamentos iniciaram em 25/02/2009.
Onde estão os bens dos proprietários.
Com Certeza, hoje, não estão nos nomes deles.
É tudo premeditado.
As explicações do grupo não passam a meu ver de meras desculpas, errar é humano, botar a culpa nos outros é muito mais.
Eu citaria algumas razões: má gestão, empresa familiar com pessoas despreparadas e vaidosas, envolvimento com política, gastou uma fortuna para ser suplente de senador aqui no MS, etc.
Com relação ao mercado, os frigoríficos que estão em operação aproveitam para comprar mais barato no momento, mas sabem que com a saída do Independência vai faltar carne e terão que sair a procura de boi gordo, que não está fácil, para atender a demanda.
Sendo assim na próxima semana teremos uma recuperação dos preços. Não podemos esquecer que os frigoríficos estavam operando com a metade das suas capacidades, voltando a capacidade plena já inibem a parada do Independência, o nosso grande sentimento é com este dinheiro dos pecuarístas, que a empresa embolsou e não pagou, que estava direcionado para a reposição.
Um abraço
Transparência é importante,
Mas a pergunta que não quer calar:
Quando nós, pecuaristas, vamos receber?
Espero que o Governo Federal tenha sabedoria suficiente para entender que o Brasil precisa muito que uma empresa deste nivel continue ativa para divulgação mundial da qualidade de carne e couro que o Brasil sabe produzir.
Obrigado Miguel por apresentar um quadro completo do que está acontecendo com o grupo Independência.
Realmente é um cenario de filme de terror o que está acontecendo com o setor. Agora só falta saber como os outros grupos estão enfrentando essa crise, pois isto nao é um previlégio do Independência. Espero que a empresa consiga reverter o quadro e retomar a posição de destaque no setor.
Parabenizo o Independência pela transparência, mas espero que não seja mais uma vez o produtor que pague o pato de toda esta crise, pois o Independência paralizou os abates na quinta-feira com os currais cheios, onde produtores sabendo do acontecido foram carregar seus animais de volta a suas propriedades, este fato ocorreu em Anastacio/MS.
Parabéns pela capacidade de sintese e analitica do problema.
A grande questão é que praticamente todos os pontos destacados, que levaram o Independência a esta situação, são comuns a toda a indústria frigorifica.
Acreditando na experiência e conhecimento do negócio, bem como na capacidade administrativa dos seus propietários, podemos por analogia afirmar que outras empresas do setor estejam também em situação delicada.
Não é um problema do Independência, é um problema da atividade. E enquanto em outros setores o governo age preventivamente, neste setor nem sequer age remediando.
O auxilio com linhas de crédito para exportação, reavaliação do aspectos tributário e fiscal, entre outros é fundamental.
Já que a máxima, antes prevenir do que remediar, não foi possivel, tentemos remediar enquanto é tempo.
Juan Lebrón – Assocon
Isso nos mostra mais uma vez que temos que ter muito cuidado e agir com a máxima cautela, o momento não é dos melhores para nós (frigoríficos), com a forte queda de consumo e desvalorização do estoque, em virtude da retração dos preços temos que ter o máximo de atenção e buscar alternativas para que nosso faturamento não sofra tamanho impacto.
Eu como ex-funcionário só tenho a lamentar. Não tenho palavras!
Creio que essas “recuperações judiciais” que estão acontecendo hoje no setor e no Brasil como um todo, seja um excelente negócio, em que os credores ficam obrigados a receber a qualquer proposta, pois se houver falência fica pior a situação, e a empresa pagando a conta com um bom desconto colocando simplesmente a culpa na crise.
Será chamado de burro, pelo empresariado brasileiro, aquele empresário que não à requerer (recuperação judicial). Momento melhor não há.
Aos credores restam olhar melhor para suas “comissões de credores”, aquelas que fazem o acerto, sempre dizendo sim ao modo de pagar. Pois tudo no Brasil é comprado.
Bons negócios!
Queremos crer que a história do Independencia e de seu grande fundador, Sr. Antonio Russo, será respeitada e preservada. Muito mais valioso do que seu caixa preservado, é seu patrimonio de funcionarios, fornecedores, pecuaristas e colaboradores e todos sabemos quantos anos são necessários para se construir um nome e esse patrimônio. Com certeza muitos pecuaristas e credores terão que vender propriedades e passar por dificuldades que já não eram poucas.
Que as soluções não sejam demoradas, que não venham tarde demais, sob pena de se matar a galinha dos ovos de ouro. A transparencia é um ponto bastante positivo, mas não basta. Além de palavras, o mercado espera atitudes coerentes com estas boas intenções para que se restaure o que há de mais valioso nos negocios: credibilidade, confiança.
Bonito gesto do Frigorifico Independencia , em expor as dificuldades momentaneas apresentadas , indicando que as atividades industriais serão retomadas , dando conforto aos seus clientes e fornecedores.
Como sempre, quem paga o pato é o mais fraco, ou seja, os pequenos e médios pecuaristas que nao sabem quando, e até mesmo, se vão receber os créditos relativos à venda de bois para o Frigorífico, e também como saldar os compromissos assumidos por conta dos animais vendidos recentemente ao Independência.
Parabéns novamente ao BeefPoint, primeiro meio de comunicação a dar informação séria e verdadeira.
Já fazem tantos dias que vivemos nesta agonia e até agora a rede globo não conseguiu nem escrever uma linha no site deles.
Pessoal do BeefPoint, vocês merecem um canal de televisão destinado apenas ao agronegócio, porque nós produtores não aguentamos mais ver no globo rural como plantar árvores e como fazer bolo de farinha.
Nós, pecuaristas dos vales do Araguaia e Xingú (ou vale dos esquecidos, como quem mora na região prefere chamar), estamos vivendo momentos de horror, acima da média do terror do MT, como sempre.
Com o fechamento do Margen, Quatro Marcos, Arantes, e agora Independência, perdemos tranquilamente mais de 65% de nossa capacidade de abate, e hoje estamos nas mãos de Bertin (Água Boa) e Friboi (Barra do Garças). Eram 7, hoje são só 2 plantas.
Apesar dos responsáveis pelas entidades que nos defendem no Estado, afirmarem que os frigoríficos que ainda estão atuando, não se aproveitariam da situação para abaixarem os preços, não é isto que está ocorrendo, pois observei uma queda de 5% no Bertin, justamente nestes dias de reboliço pela paralização de seu vizinho e ex-concorrente Independência.
O problema maior, é que os bancos com os quais temos compromissos, não querem saber se temos dinheiro para receber de BNDES, se não fizemos hedge, ou se estamos vendendo mais para o mercado interno (desculpas do Indepêndencia), etc. Os bancos cobram taxas de até 15% ao mês de quem está inadimplente, e não aceita desculpas esfarrapadas.
Encho algumas mãos, falando de pecuaristas, que como eu, mataram gado no Independência, para cobrir o furo deixado pelo Arantes, e agora estão à ver navios.
Não somos palhaços, mas estamos sendo tratados como se fossemos, pois depois, eles vêm com a conversinha mais mole do mundo e pagam todos como querem, com o prazo que querem e sem juros nem correção.
Este é o nosso Brasil e pior, este é o nosso Mato Grosso.
Insinuações positivas ou negativas neste momento, são o que menos interessam, pois credores vão chorar por seus créditos e os devedores chorar por seus prejuízos.
A única solução prática, honesta e de continuidade do grupo é sentar com seus credores, oferecer um cronograma de liquidação de seus créditos ou algum tipo de garantia (inclusive bens pessoais) e pedir apoio dos mesmos para que junto com os funcionários pressionem a liberação da 2ª parcela do BNDS, pois se houve a liberação da 1ª parcela é porque o projeto foi aprovado.
Mais um golpe na praça, a planta de Janauba/MG estava abatendo 500 animais/dia, quando aconteceu a paralizaçao dos abates, estava abatendo mais de 800 cabeças, basicamente aumentou o abate para reter mais bois, contando inclusive com pessoas da diretoria na nossa região para incentivar a compra do boi e garantir a liquidez do figorifico, conforme feito em palestras realizadas pelo grupo Independência, mais uma vez deram um cano na praça, esta dita planta, Janauba/MG, somando grupos anteriores que a operavam, deu o terceiro calote nos pecuaristas em poucos anos.
Mais uma vez vai ficar tudo numa boa.
Aqui entre nós, acho que os pecuaristas sofrem da “Síndorme do Rapto”, aonde o raptado fica com dó e passa a ter pena do seu malfeitor.
Tenha dó, agradecer o Independência por ter sido “honesto” em explicar seus problemas! Queria poder não pagar meus credores e depois de uma boa explicação pedir a paciência que vocês estão tendo. Ningúem está se lembrando que há dois anos quando nosso boi estava completamente desvalorizado, algum dos frigoríficos se preocupou em nos ajudar.
Trabalhávamos no vermelho e nem por isso alguém teve compaixão. Ao invés de melhorar nossos preços, se expandiram, sem qualquer planejamento.
Só em Campo Grande construiu-se uma planta do Bertin para 3,000 animais, o Friboi aumentou sua capacidade em 1,000 animais. Em dois anos nossa cidade viu um aumento na capacidade de abate de 4,000/dia e nós nos perguntávamos que cenário que eles viam e nós humildes pecuaristas não.
Gosto do Indepêndencia, mas tenho meus dois pés atrás.
Esta na hora de começarmos um movimento de venda à vista, coisa que diversos pequenos frigoríficos já realizam. Vamos parar de dar trabalho às nossas esposas, pois quando não conseguimos dormir quem “sofre” são elas.
Boa Sorte aos que estão com suas duplicatas na mão.
Má gestão e desculpas não pagam contas.
Mais uma vez quem paga a conta é o pecuarista, que não tem a quem dar desculpas.
Os problemas apontados pelo Independência, por certo apresentam relevância as atividades econômicas do mesmo. Porém levando-se em conta os riscos de operações fixadas em dólar e com a mudança relativa do mercado cambial, será que ninguem da estrutura financeira da indústria viu o tamanho do rombo? Pois em outubro de 2008 outras empresas nacionais apresentaram os mesmos problemas relativos a perda de capital por operações idênticas e conseguiram por meio de sua estrutura financeira prosseguirem no mercado.
Pois bem, a pergunta é simples, o produtor novamente vai ter que pagar pelo prejuizo de operações de crédito mal conduzidas da indústria?
E esse aportezinho de capital de US$ 250 milhões, uma semana antes, cadê? Se o mesmo não foi usado para o fim que foi liberado?
Será que não seria mais correto o Independência usar os recursos que detêm para amenizar o susto dos principais interessados? Os produtores. Pois para o mais leigo, uma empresa que consegue um aporte de capital desse montante, na véspera de um feriado nacional, e quando volta suas operações volta em caráter suspensivo, deixam no mínimo duas questões: Forjavam resultados positivos e tinham créditos bancários? Ou todos nós somos os patos mesmo?
O gesto foi muito bonito, o feio é a dívida com os pecuaristas.
Como se não bastasse o Frigoestrela que usou do mesmo artíficio e hoje apresenta um plano de recupaeração judicial que solicita 20 meses de carência para começar a pagar os credores e o parcelamento da dívida em 20 anos.
Creio que grande parte dos pecuaristas não viverão o bastante para ver a cor deste dinheiro, caso o plano seja aprovado. Não esperem nada diferente do “transparente” Independência.
É mais um caso de gestões familiares extremamente envolvidas em política e que por mera coincidência aguardaram o fim do ano eleitoral para darem o golpe de misericórdia.
Desse jeito vamos ficar sem ninguém para vender o nosso gado.
Meu comentário é de um pequeno produtor que tenta acompanhar o mercado e sua trajetória, eu assisti ontem o sr. Ronaldo Caiado descer a lenha na empresa em questão, e fiquei indignado pois esperava que o mesmo tivesse a atitude de intermediar a solução dos problemas dos pecuaristas (no caso credores) junto ao Independência (devedores), uma saída mais amena possível ao invés disto ele inflamou os ânimos.
No meu ponto de vista este tipo de político que faz sua carreira em cima das desgraças dos outros não passa de um urubu que nos ronda atrás de votos, e acima de tudo não apresentam soluções positivas para o setor, devem ser deletados da nossa classe, pois vivemos da produção que é um trabalho sério que não sobra espaço para este tipo de gente.
Espero que os produtores tenham êxito nos seus recebimentos, pois todos temos compromissos, e que a empresa que até hoje tem cumprido com os seus compromissos continue a sua história de honradês e honestidade.
E que apareçam lideranças no nosso meio que realmente estejam interessadas nos nossos problemas e não com o seu próprio umbigo.
Estamos todos torcendo para que o Independência não voltar às atividades com apenas duas unidades, mas que venha retomar com força máxima em todas unidades, porque não é qualquer empresa, que expõe seus problemas à parte de todos.
Atuando no SIF 615 (Anastácio-MS) há mais de 7 anos, sou testemunha da seriedade desta empresa, espero que deem a volta por cima e resolvam este imbróglio financeiro o mais rápido possivel, preservando seus funcionários e saldando seus compromissos com os fornecedores que nela confiaram, em especial aos pecuaristas.
Não vejo porque parabenizar o frigorífico. Temos recursos a receber de gado abatido e a notícia que recebo é que os fornecedores ficarão esperando a coisa se resolver.
Acho que é mais uma daquelas quebras sem explicação razoável. A indústria não avisou ninguém, ela apenas paralisou as operações no MS e pronto.
Isso é respeito pelo fornecedor? Só se for fornecedor de juros de banco!
Também tenho empresa e sei que não dá para contar com os ovos da galinha antes dela botar. Vender para receber com prazo e gastar o dinheiro antecipadamente é coisa de amador.
Agora, quem está de parabéns mesmo é o Miguel Cavalcanti. O artigo dele é coisa de professor. Didático!
Espero que a consciência destes diretores não prejudique os pequenos produtores que já pagaram até impostos antecipados e despesas de notas fiscais.
Lamentar não resolve, está na hora de se preparar para que esse dissabor não se repita.
Acredito que a exemplo da agricultra, que tem trabalhado com mais garantias para quem produz (falando do produtor) temos que pensar em um seguro do produto que tem um alto valor agregado e se entrega a um comprador (frigorífico) que historicamente de repente pede Concordata e as vezes decreta falência simplesmente e sobra apenas uma N.P.R. ou um cheque devolvido sem lastro para quem vendeu seu produto.
Os agentes financeiros tem mais facilidades em detectar esse ponto de fragilidade e assim como se faz nas seguradoras; estabelecer uma taxa que assegure os danos numa possivel inadimplencia.
Está na hora de rever conceitos; os produtores não tem como assimilar tamanhos prejuizos com uma margem apertada de ganho como estamos vendo hoje.
Quanto a indústria como vimos um endividamento de 1,2 bilhões, talvez esses recursos fossem mais viáveis na produção; não se tem abundancia sem produção.
Hoje ainda se abatem novilhas para girar mais rápido, pois a economia pede rapidez e lá se vão nossas “vacas de ventre de ouro”.
Bons negócios!
É lamentavel, uma empresa deste porte errar por gestão, desde que o mundo se globalizou, em nenhuma empresa de fundo de quintal se fala de estocar produtos, olha que erro. Outra será que os seus planejamentos estrategicos de 10 ou 20 anos não funcionam, parece que não, isto é falta de consultoria, sempre falo é o mais barato para uma empresa, somos familiar vamos atuar e alavancar, galinha que acompanha pato more afogada, quem coloca o chapeu onde a mão não alcança o tombo é grande, onde estão as empresas que calculam os riscos, deveriam alertar as empresas credoras sobre as empresas compradoras no exterior, o governo tambem tem sua culpa, por que não retornam os creditos às empresas, nós não aquentamos ser ancoras verdes destes malezados politicos sem formção, sem cultura, hipocritas, precisamos de homes serios com formaturas eclesiaticas sem eira e sem beira que sejam homens de carater, humbridade, e humildes.
Como acreditar que um negócio que vinha de “vento em popa” com lucratividade altissima devido crescimento das exportações de carne X compra de bois baratos (lembram da @ a R$45,00 / R$50,00 por vários anos) de repente em pouco tempo se transformou no pior negócio do mundo.
Alegar que o aumento do preço do boi foi um dos principais motivos da quebradeira é uma ofensa a inteligência dos produtores.
Depois da incompentecia gerencial, cirandas financeiras, etc. querem ajuda do governo federal.
No final das contas quem vai pagar o “pato” será os pecuaristas e os funcionários da empresa.
Se este fosse um país sério isto seria caso de polícia.
Imagino a situação dos pecuaristas que venderam seus bois ao Independencia, os pecuaristas só vendem para saldar seus compromissos, e agora? Vai ao banco ou credor e fala que não pode pagar porque não recebeu ou não vai receber, uma coisa é certa pelo que conheço os bancos eles vão esfolar ainda mais o s pecuaristas, com juros exorbitantese forçando os esfolados a comprar os produtos que o banco vendem. Que Deus ajude todos os pecuaritas que estão nessa situação
Assim como acontece com os bancos , deveria haver um maior controle sobre a vida financeira dos frigorificos . Deveria haver um Banco Central para acompanhar e avaliar constantemente suas operações , pois afinal , estão trabalhando com nosso capital e em caso de inadiplencia , como ficamos ?
Pelo o que entendi , o deputado Vadão Gomes , tinha um frigorifico no MT que quebrou , e depois abriu outro no Goias , que está mal , e aí ? como fica , quem fiscaliza ?
Vamos aproveitar e pedir a nossa representante , a Senadora Katia Abreu , para melhorar esse monitoramento , protegendo os pecuaristas , pois para o governo , nós não temos nenhum valor .
Somos fornecedores do Independencia.
Quero testemunhar a seriedade e a ética que tem sido demosntrado pelo Independencia.
Nestes tempos “bicudos” muita gente tido como boa, passa ao papel de vilão, ao contrariar os interesses de alguns que até ha pouco tempo vinham desfrutando as vantagens características propiciadas por uma companhia com longos anos de tradição e inquestionável reputação.
Desejamos ao Independencia que logo encontre o seu caminho, e que as instituições financeiras apoiadas com o aval governamental cumpram com sua real função, que é a de fomentar a produção.
Já pudemos comprovar que o lucro fácil pela especulação financeira não gera riquezas, porém enriquece alguns.
Inacreditável. Não há nada que justifique a irresponsabilidade com que todo este esforço de expansão foi empreendido, totalmente alicerçado, podemos notar agora, em cima dos recursos relativos ao capital de giro da organização.
Diz a boa prática de negócios que o que deve ser investido é o lucro. Estes malucos que quase acabaram com a atividade pecuária de 2004 para cá, não aguentaram o menor contratempo e já pediram água.
Deixemos de ser piegas, parabenizando os erros e desculpas empresários incompetentes. Veja o nível das argumentações em que buscam justificar as razões das dificuldades. Acham que somos idiotas. Quase todas jogam sobre terceiros as responsabilidade pela dificuldades em que se meteram. Inclusive a especulação com derivativos, no montante de 30,0% das expostações, jogaram em cima do aumento da taxa de câmbio. É claro, queriam o que? Ganhar sempre, com risco “zero”?
Estes frigoríficos nunca ganharam tanto dinheiro como nestes últimos 4 anos. Sabe o que fizeram, ao invés de acumular? Entraram numa disputa suicida pela liderança de mercado e acabaram se dando mal. Afinal 12 plantas frigoríficas! Abate de 12,0 mil bois! Quer mais o que? E abatendo 600 bois por dia em N.Andradina. Pode? Esse negócio estava abaixo do ponto de equilíbrio, eu sempre disse. Doze plantas operando abaixo do ponto de equilíbio é problema na certa. E o pior é que eles confirmam, agora, isso.
Portanto, mais uma vez quem ficará com o mico na mão será o pecuarista. Como sempre. Como afirma um amigo: Você acha que eles são burros de não ter um monte de dinheiro lá fora? Afinal, empresa quebrada e dono rico.
Eu pergunto: Você que está feliz com as explicações deles, o que acha? Vai entregar seu boi novamente?
Isso tudo é revoltante. Se tivessem ficado somente com a planta de N.Andradina, certamente, nada disso estaria acontecendo. A diferença é que, ao invés do jato, estariam ainda andando de Baron, não é? Deixe eu terminar para não soltar um palavrão.
Quanta confusão.
Como falou o Guilherme Honorio, o vale dos esquecidos no MT teve um ânimo maior com a chegada do Independencia em Nova Xavantina e agora o baque.
E assim foi o Margen na Barra do Garças e Arantes em Canarana; conheci vários pecuaristas com duplicatas na mão para receber. Minha família mesmo teve desacertos por lá para receber.
Neste momento a empresa pede um plano judicial como fez o Estrela, que operava em Goiás Velho, trabalha o dinheiro dos pecuaristas durante o calote, e simplesmente não paga os juros depois, paga os bois abatidos e ponto final.
Algo está errado, e pelo jeito muito.
Concordo com a revolta de todos!
Mas até agora não vi ninguém se manifestando em prol dos colaboradores dessa empresa, que dão o sangue todos os dias por essa empresa, e em troca recebem o seu salário e sua cesta básica (às vezes mais importante que o salário) hoje vive um ambiente de incertezas se vão ter o que comer amanha.
Precisamos sim e de unir forças e parar de criticar, juntar empresários, pecuaristas, governo e colaboradores e lutarmos para que outra empresa não vá a falência, ficando assim, pecuaristas no prejuízo, empresários na falência, quase 12 mil pessoas na fila do desemprego e o governo arcando com esse prejuízo.
Isso e hora de juntarmos força, confiar em administradores e pedirmos a deus que essa crise passe logo.
Para que assim o independência honre com seu compromissos e volte a ser essa empresa tão forte e sobrevive sempre a 31 anos.
Parabéns ao Miguel pelo artigo. Objetivo, sintético e bastante esclarecedor.
Evidente que não defendo o frigorífico, pois estou permanentemente na defesa do pecuarista, mas não posso deixar de cumprimentar ao Independência pela coragem e alguma transparência. Aqui no Rio Grande do Sul quando há problema com algum frigorífico, seus proprietários simplesmente desaparecem, sem dar qualquer explicação e sem deixar rastros.
Concordo, por outro lado, com o Louis Pascoal de Geer. Quanto a uma proposta de outro missivista no sentido de que as vendas sejam à vista, lembro que esta é uma decisão que cabe a nós pecuaristas e que, assim, pode ser implementada apenas pela nossa vontade, embora a prática seja bem diferente da teoria.
Finalmente, imagino que o Independência, na medida em que deseja retomar os abates, pague a todos os seus credores-pecuaristas. É o que espero que aconteça.
Parabéns ao artigo em destaque do colega Alexandre Raffi. Soube, como poucos, sintetizar a situação. Desde que me conheço por gente os frigoríficos “esfolam” a galinha dos ovos de ouro, ou seja, o pecuarista e agora que foram ineficientes, querem dar uma de coitados. E olha que tem gente inteligente caindo na deles.
Será que os bancos americanos que trabalhavam com crédito imobiliário de alto risco, não sabiam o que estavam fazendo? E olha só no que deu. Com o Independência não foi diferente, ou os senhores se esqueceram do valor da @ a 50 e poucos reais a apenas 2 anos atrás, no auge das exportações. Como sempre, naquela época, pecuaristas ganhando pouco e dólares de exportação muito bem vindos.
É muito cômodo transferir a culpa para a crise.
Independência, pare de tentar enganar os outros com esta conversinha fiada do tempo do vovô e tenha vergonha na cara.
Somos pecuarista em Canarana-MT, Fazenda Passo Fundo. Abatemos no frigorico Arantes tres dias antes de recebermos eles entram com pedido de recuperação judicial, moda esta, muito safada.
Empurramos os compromissos com juros caros, impagaveis pela a atividade. Para tapar o furo na conta, abatemos com os amigos responsaveis do Independencia, com isto se foram mais de trinta dias, quanto estavamos para receber na segunda-feira e pagar os furo deixado pelo Arantes, o Independencia entra com pedido de recuperação juducial. E agora nossos compromissos, vamos tapar os furos com que e de onde? Meus parceiros pecuaristas até quando vamos ser ovelhas conduzidas por um unico pastor?
Somos nós os fornecedores de sol a sol, as vezes sacrificando nossa familia e nossos desejesos humanos para entregar para empresas com donos estravagantes e vaidosos, mas com nosso dinheiro! É pasado da hora de nos unirmos e ditar as regras com as quais iremos trabalhar com mais segurança!
Vamos nos organizar. A Acrimat no Mato Grosso esta pronta para trabalhar, entrem em conato. É urgemtissimo.
Saudaçoes ruralistas.
Moro também no vale dos esquecidos, porém lembrado pelos espertos, pois vieram até nosso vale prometendo bons negócios, e que bom para eles?
Falou-se da coragem dos dirigentes de virem a público dar satisfações, porém lembro que se eu também desse um desses golpes, viria tranquilamente dar essas explicações esfarapadas, pois nada informaram aos credores, como vão pagar seus compromissos, se vendemos é porque temos compromissos a saldar.
Seriam de vasta coragem, se colocasem seu patrimônio pessoal a venda para saldar seus compromissos, pois nós como produtores quando não temos dinheiro para saldar nossas contas assim o fazemos.
Alegaram que o BNDS não liberou a segunda parcela, saudo o presidente do Banco por não liberar dinheiro nosso a uma instituição podre, pois de quem é o dinheiro do BNDS? E tenho minhas dúvidas de que isso não foi planejado, pois a alguns dias atras fui procurado através de telefonema pelo comprador do Frigorífico de Nova Xavantina para vender bovinos para eles, questionei sobre o fechamento da planta de Campo Grande e o mesmo deu-me uma série de esplicações, mas não efetuamos negócio, ainda bem, e hoje vindo de Barra do Garças para Água Boa, caminhões frigoríficos estão tansportando carne de Nova Xavantina para algum lugar.
Então devemos estar atentos, mas como em nosso país a corda estoura sempre do lado mais fraco, não é fácil.
Pessoal, os caras “frigorifíco”, dá o calote, assumi que também existiu má gestão, gasta uma grana monstruosa para ingressar na politíca, nao diz como, quando vai pagar. Ai vem uns parabenizando essa atitude. Certamente nao é pecuarista e nem tem dinheiro lá. Que absurdo, quanto hipócresia.
É lamentável, sem palavras e revoltado com tudo isso.
Já trabalhei nesta empresa, durante o período em que estive a seus serviços, sempre me pareceu uma empresa séria.
Só espero que os pecuaristas mais uma vez paguem pela imprudência desse frigorífico, em plena crise abrindo novas instalações.
Mantenho minhas palavras, pois não consigo, como pecuarista herdeiro de gerações passadas, ver outra coisa em tudo isso, senão, picaretagem, e da grossa.
A justiça, que já é cega de natureza, ao deferir um pedido leviano destes, de Recuperação Judicial, o faz analisando friamente o texto formal da lei, sem sequer lembrar quantas famílias terão os seus entes passando por privações de toda ordem, que vão das humilhações por atrasar com seus compromissos do dia a dia, até a fome mesmo. E tudo isso por culpa de maus empresários metidos a políticos.
Este é o nosso País chamado de Brasil, onde tudo acontece, menos a punição exemplar destas pessoas que promovem, de quando em quando, com o aval do Governo Federal através do BNDES, a “quebradeira do faz de contas”.
Infelizmente a dura realidade é que houve um misto de excesso de ousadia empresarial de um lado e aguda reversao da conjuntura economica do outro, uma dupla mortal.
Perdem os pecuaristas (fornecedores), perdem os funcionarios, perde o Brasil (divisas e impostos), perdem os credores em geral (bancos) e tambem perdem os controladores.
O triste e que o pecuarista acaba vitima de um risco que nao assumiu com conhecimento de causa. Nao vejo indicios de fraude, mas vejo prejuizos para toda a cadeia.
Espero que o governo tenha sensibilidade para apoiar a cadeia produtiva nesta hora e que a recuperacao do Independencia seja a mais rapida e menos dolorosa possivel.
Quero parabenizar os srs. Juizes por concederam estas recuperações judiciais a estes frigorificos mal intensionados. Vamos ver quantos mais se motivarão por estas decisões e vão querer tambem pegar este bonde prejudicando assim toda cadeia produtiva de carne, afinal o dinheiro não é destes juizes.
Espero queeste fantasma da “crise” passe logo e não v olte nunca mais. Conheço esta empresa que sempre foi séria com seus compronissos e principalmente com a integridade física de seus colaboradores.
Força Independencia, estamos todos torcendo por você para que se reestruture e volte com a credibilidade de sempre.
Parabens Sr. Claudecir Scarmagnani, parabens Sr. Eugenio Mario Possamai e outros que aqui estao indignados com esta situacao.
Nao entrei nesta divida, mas fico estarrecido quando vejo pessoas defendendo esta situacao. E´ um absurdo!
Alguém se lembra do procedimento do Kaiowa de Venceslau, quando os seus diretores suspenderam o abate daquele frigorífico?
Pois bem, ligaram para todos os pecuarista que tinham dinheiro a receber, informando-os que os abates seriam suspensos e que os créditos seriam pagos nos vencimentos estabelecidos. Afirmaram ainda que, caso o pecuarista se interessasse em antecipar o recebimento, estariam pronto para efetuar o pagamento, com o devido desconto relativo aos juros correspondentes aos dias restantes até o vencimento.
Alguém se lembra? Exatamente a mesma coisa que está acontecendo agora, alternativa tantas vezes usada pelo Geraldo Burdon ao longo de toda suas vida dedicada à produção de carne no Brasil. Não é mesmo?
O que precisamos na verdade é abater à vista com frigoríficos pequenos. Deixar os grandes garimparem os produtos excepcionais ofertados pelas leiterias.
Ainda outro dia ao abater um lote de gado em um frigorífico médio, perguntei se estavam tendo problemas para colocar a carne no mercado. A resposta pronta foi que não tem carne para quem quer.
Mas como? Pensei. Se os grandes estão alegando que os preços têm que ser reduzido exatamente porque não há quem queira compra.
Pura balela. O mercado existe e é imenso. O Independência está parado mas não para de sair caminhões frigoríficos de suas unidades industriais. Por que será? Para jogar a carne no mato? Quem sabe.
esperamos que volte o mais rapido possivel abater e que paquem os pecuarista que tanto ralam e demora tres anos para engordar um bois e depois nao tem posicao nehuma de quando vao receber isto e uma vergonha isto e brasil e oque temos que fazer e so matar a vista anoitece com conta positiva e amanhece com pedido de concordata quebra mais facil do que macarrao seco isto e marolinha esperamos que resolva o mais rapido posivel porque todo mundo tem seus compromisos
Sem entrar no mérito do problema, que sem dúvida é muito sério, principalmente para pecuaristas que venderam e não receberam, gostaria muito que nosso “governantes” olhassem em volta de seus narizes e percebessem que sem pecuária e agricultura não existe Brasil emergente.
Só eles não percebem que a geração de empregos da cadeia agropecuaria é muito maior do que o abismo que existe entre Brasilia e o resto do Brasil. Os efeitos indiretos da quebra desses frigorificos vão muito além do desemprego nas fazendas e alguns calotes em casas de insumos agropecuarios.
Mas infelizmente não somos banqueiros, o que não confere um “título honroso” no planalto das maravilhas, portanto não espero muita ajuda de nossos “governantes”.
Infelizmente, em um país que se diz emergente e que mata a fome dos seus com bolsa familia, a maioria gosta de ser fornecedor de grandes redes. Tenho muitos clientes e amigos que se vangloriam de serem fornecedores de grandes redes de supermercados que, pagam pouco, exigem muito e não geram lucros para seus fornecedores, mas dão “status” aos seus fornecedores.
Enquanto não cairmos na real e não tivermos o costume de colocarmos nossos ovos em várias cestas pequenas, estaremos sujeitos a esses dissabores.
Minha sugestão seria o pagamento dos fornecedores em primeiro plano, e depois, descontado esse valor do montante total, disponibilizar o restante para os frigorificos em dificuldades. Senão, corremos o risco de serem pagas dívidas que interessam mais as empresas e não aos fornecedores, que sem dúvida, são os que mais sofrem com o problema.
Abraço a todos
Se não houvesse a possibilidade de recuperação judicial, sera que os frigorificos e empresas de outros segmentos nao seriam mais cautelosas em suas açoes?
Hoje em dia, parece que todos querem crescer exponencialmente quando surgem relatorios indicando os potencias de mercado e alguns meses mais tarde começa a crise porque o mercado nao consegue absorver a oferta ou as tendencias nao se concretizam.
Meus amigos, o que estamos para presenciar em um futuro breve, é a aquisição do Frigorífico Independencia pelo JBS, e o pior, com a anuência do BNDS. Com isto estamos vendo o cartel cada vez mais fortalecido, Não foi por acaso a recusa do BNDS em liberar a segunda parcela do empréstimo ao Independência, que por acaso é praticamente o valor devido aos fornecedores/pecuaristas. E não esqueçam que o dinheiro do BNDS é dinheiro nosso, que será usado para cada vez mais aumentar o poder monopolizador do cartel de carne que age agora sem sombra de dúvida com o aval do governo.
Aliás, só para lembrar, o governo vem pondo a mão em tudo que é negócio no Brasil, desde a compra da Brasil Telecom pela OI, que é estatal, passando pela Vale, até chegar nas principais indústrias de carne do País, com participação acionária nas 5 maiores. Será acaso? Não acredito.
Pecuaristas, lutem, briguem, façam barulho, ameaçem, não aceitem mais uma ingerência, e por favor se organizem, o poder é de vocês, sempre foi, basta que aja organização.
Torço para que esta empresa se recupere logo, pois penso nos tantos funcionarios demitidos e suas familias, porque esse pessoal é a parte fraca dessa situação toda!
Boas novas.
“Kátia Abreu: Frigorífico Independência receberá R$ 200 mi” (http://www.estadao.com.br/noticias/economia,katia-abreu-frigorifico-independencia-recebera-r-200-mi,345834,0.htm)
Os pecuaristas devem se unir e acabar de uma vez com as vendas a prazo, só assim acabaria com os calotes, se a empresa tiver condições compra a vista, chega de trabalhar com dinheiro de pecuarista. A solução é acabar com vendas a prazo, se possível vender os animais na balança da fazenda.
Caros colegas pecuaristas.
Nas nossas fazendas quem não adotou novos processos de produção e quem não evoluiu em gestão teve suas margens achatadas, outros tiveram até que abandonar a atividade. Imaginem então como deve ser no segmento de frigoríficos.
Na maioria das empresas do país (fora os monopólios) as margens ficaram extremamente apertadas, a carga tributaria praticamente dobrou. Na maioria das empresas não há mais margem para erros, qualquer erro, por pequeno que seja, é fatal. E isso nós pecuaristas temos que ter sempre em mente.
Vejam uma empresa do porte da Sadia, seu presidente vem a público confessar que se encontram em dificuladades.
Assim, diante desse cenário não podemos ser imprudentes vendendo nossa produção à prazo. Quanto temos que perder, para aprender essa lição?
Temos que resistir à tentação de ganhar mais 3% no preço da @ a prazo. Não podemos mais arriscar 100% por causa de 3%. Todo pecuarista quer ser o sabidão, sempre quer contar bravatas que vendeu o seu boi pelo melhor preço, aí paga o pato merecidamente.
Vamos deixar de ser imprudentes (para não dizer burros) e vamos tentar vender nosso boi sempre à vista. Vamos deixar de ser vaidosos, vamos negociar um desconto razoável e ficar com a certeza do pagamento à vista.
Muitas vezes a vítima tem sua parcela de culpa.
Quem tanto elogia as atitudes do Independencia é por que não tem um centavo para receber e nem compromissos a serem sanados dependendo desse dinheiro.
Os pecuaristas precisam se organizar e não venderem mais a prazo, precisamos acabar com essa “cultura” de venda a prazo, pois está se tornando uma constante a quebra, ou concordata de frigorificos e quem paga a conta por essas incapaicidades administrativas é na realidade quem produz.
Os frigoríficos não tem que receber ajuda nenhuma de governo e sim investir em um sistema de gestão qualificado que saiba onde quer chegar, de que forma irá atingir os objetivos e qual o risco destas ações, quem for mais competente terá sucesso e vice-versa.Agora o orgulho e a vaidade imperam no ramo frigorífico porque se um grupo tem “x” plantas o grupo concorrente tem que de qualquer forma fazer o mesmo e ainda sem calcular o risco do negócio.Acho que o governo deveria valorizar os empreendedores que realmente tem compromisso e fazem a gestão empresarial correta.O governo deveria aglutinar esforços para que os créditos liberados ao frigorífico fossem destinados aos credores(pecuaristas) e que todo este lucro que com certeza houve por parte do independência em todas estes anos de atividade servisse para alavancar a volta da empresa no mercado interno e externo.pois dependem disto.Veja se as grandes empresas de sucesso de diversos ramos tem uma gestão empresarial amadora, então faço votos que o independência e outros frigoríficos mudem a forma de gerir seus negócios, porque se toda vez que a corda está no pescoço o governo tiver que injetar dinheiro fica difícil e muito suspeito.
Abraço a todos os pecuaristas
espero que seja resolvido esta situação com os pecuaristas de Rondonia,e outros estados uma vez que esse tipo de ação afeta toda area comercial ligadas ao seguimento.
A história se repete ha vários anos; tião maia- quebrou com o tminas e pediu concordata com o trio e tmaia- resultado: pessoa fisica milionaria.Maior fazendeiro da Australia e depois nos Estados Unidos.Potencia no Brasil, sócio do Banco Denasa e fortuna pessoal gigantesca.
Moacir Bordon seguiu a mesma trilha.Tem mais, Os Fialldinis outros mais.Somente com a mudança de comercialização poderemos mudar o rumo-vamos vender somente a vista e não teremos mais problemas.
O frigorifico de Janauba continua matando e exportando.Faço votos p/ a rápida recuperação do Independencia e que os Russo não sigam o mau exemplo acima citado.
Prezados amigos,
Ja tive a oportunidade de dizer neste excelente canal de comunicação,que a industria frigorifica que cresceu alavancada pelos creditos concedidos pelos pecuaristas e governo,tem que se profissionalizar, como todos os segmentos.
Temos clientes com serias dificuldades em virtude da inadimplência de alguns frigorificos, que não entenderam que o mundo mudou.
Infelizmente ou felizmente é hora do pecuarista dizer um basta!
Carne é comoditie,e como comoditie tem que ser paga a vista.
O momento é complicado para todos, mas o produtor é o que tem menos condições de assumir esta nova ordem nos negocios.
Difícil é saber o que realmente é verdade ou não quando os responsáveis pelo frigofífico fazem as declarações.Todo negócio seja ele qual for, quando não está indo bem os sintomas aparecem e vice versa, então todas estas declarações não passam de balela, pq uma empresa planejada, com profissionais adequados e preparados podem até passar por algumas dificuldades, mas com certeza não chegam a esta pouca vergonha que fizeram com os pecuaristas.