Após reagir no quarto trimestre de 2014, sobretudo por causa da valorização do dólar em relação ao real, o Índice de Confiança do Agronegócio (ICAgro) calculado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) voltou a recuar no primeiro trimestre deste ano. Ainda que a moeda americana tenha subido mais em relação à brasileira no período, o ânimo do setor arrefeceu em virtude das incertezas econômicas e turbulências políticas no front doméstico.
A queda, expressiva, foi para 85,5 pontos, 8 a menos que entre outubro e novembro do ano passado e menor patamar da série, iniciada no quarto trimestre de 2013. A escala do indicador vai de zero a 200 e 100 é o ponto neutro. O resultado é dimensionado a partir de 1,5 mil entrevistas (645 válidas) com agricultores e pecuaristas de todo o país. Fiesp e OCB também ouvem 50 indústrias de insumos.
O índice que mede especificamente a confiança dos agricultores desabou de 97,2 pontos, no quarto trimestre de 2014, para 86,8 de janeiro a março deste ano. Isso por conta basicamente dos temores em relação à economia brasileira e da tendência de aumento dos custos de produção, principalmente de grãos.
Os pecuaristas reclamam dos mesmos pontos, e sua confiança também caiu em razão da queda das exportações para países como a Rússia, afetada por sanções e pela queda do petróleo. O índice de confiança nessa frente recuou de 98,3 pontos, no quarto trimestre de 2014, para 90,4 pontos no trimestre seguinte.
No primeiro trimestre de 2015, o indicador que capta exclusivamente a confiança das empresas de insumos ficou em 83,7 pontos, ante os 90,7 do período imediatamente anterior.
Apesar desse contexto, Fiesp e OCB também mostraram que as intenções de investimentos dos produtores agrícolas praticamente não sofreram alterações, enquanto a disposição dos pecuaristas para aportes até aumentou.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.