As boas perspectivas para a nova safra de grãos (2021/22), que deve bater um novo recorde, motivaram um novo aumento do Índice de Confiança do Agronegócio (ICAgro) calculado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pela CropLife Brasil no terceiro trimestre deste ano, mas o otimismo foi limitado pelas atuais condições da economia no país, onde inflação e juros estão em alta e as previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) têm sido revisadas para baixo.
Segundo dados divulgados há pouco, o indicador fechou o período em 121,1 pontos, 1,2 ponto acima do resultado do segundo trimestre. Em relação ao recorde de julho a setembro de 2020, houve baixa de 5,9 pontos. A escala do IC Agro vai de zero a 200, e 100 é o ponto neutro. O resultado é dimensionado a partir de 1,5 mil entrevistas (645 válidas) com agricultores e pecuaristas de todo o país. Cerca de 50 indústrias também são ouvidas.
Indústrias
O avanço foi puxado pelo indicador que mede especificamente a confiança das indústrias que atuam antes e depois da porteira, que atingiu 121,9 pontos no terceiro trimestre, com alta de 3,4 pontos ante o período anterior. “Existe, entretanto, uma distinção entre as diferentes pontas da cadeia”, afirmou, em nota, o diretor titular do Departamento do Agronegócio (Deagro) da Fiesp, Roberto Betancourt. “O levantamento mostra um ganho de otimismo entre as empresas do pós-porteira, como as de alimentos e logística, e relativa estabilidade no segmento de insumos [pré-porteira[”, observou ele.
O material divulgado realça que, no período do levantamento, praticamente todos os insumos necessários para o plantio da safra de verão 2021/22 e boa parte do que será utilizado na safrinha já haviam sido comercializados. “As recentes altas dos preços de fertilizantes e defensivos desaceleraram as negociações para a safra 2022/23, que já tinham começado antecipadamente no primeiro trimestre do ano, e isso pode ter impedido um resultado melhor”, afirmou o presidente executivo da Croplife Brasil, Christian Lohbauer.
Produtores
O índice que mede a confiança dos produtores agropecuários voltou a recuar — desta vez 1,9 ponto, para 119,8 pontos, pressionado pela piora do humor dos pecuaristas, que continuam preocupados com a forte alta de custos
Fonte: Valor Econômico.