O índice de preços globais de alimentos da FAO, a agência das Nações Unidas para agricultura e alimentação, voltou a cair em julho, pelo segundo mês consecutivo. O indicador fechou o mês em 123 pontos, 1,2% abaixo de junho, pressionado por recuos de cereais, óleos vegetais e lácteos. Na comparação com julho do ano passado, contudo, a alta ainda foi de 31%.
No segmento de cereais, a baixa ante junho foi de 3%, para 125,5 pontos. Os preços do milho foram os principais responsáveis pela queda, devido a projeção de uma safra maior na Argentina e das melhores perspectivas de produção nos Estados Unidos. Os problemas climáticos que afetam a safrinha brasileira, contudo, são motivo de preocupação, segundo a FAO.
Os preços da cevada e do sorgo também caíram significativamente. No entanto, as cotações do trigo subiram 1,8% e alcançaram seu nível mais elevado desde meados de 2014 – em parte em razão de preocupações com o clima seco e as condições da safra na América do Norte.
O indicador dos laticínios, por sua vez, caiu 2,8% em julho ante o mês anterior, para 116,5 pontos, sob impacto do arrefecimento do mercado no Hemisfério Norte em decorrência das férias de verão.
No grupo de óleos vegetais, foi registrada a maior queda em cinco meses – 1,4% em relação a junho, para 155,4 pontos. Segundo a FAO, as baixas dos óleos de soja, canola e girassol mais do que compensaram o aumento do óleo de palma.
Em contrapartida, o indicador do açúcar subiu 1,7% no mês passado – foi a quarta alta mensal seguida -, para 109,6 pontos. “O aumento foi principalmente relacionado aos preços do petróleo mais firmes, bem como às incertezas sobre o impacto das geadas recentes sobre a produtividade do Brasil, o maior exportador mundial de açúcar. As boas perspectivas de produção na Índia impediram um salto maior”, disse a agência da ONU.
O índice de preços de carnes da FAO, finalmente, subiu marginalmente em relação a junho e atingiu 110,3 pontos, com as cotações de carne de frango subindo mais devido ao aumento das importações do Leste Asiático e a expansões de produção limitadas em algumas regiões. Os preços da carne bovina também se fortaleceram, impulsionados pelas elevadas importações da China e pela redução da oferta em importantes países produtores. A carne suína recuou, em linha com a retração das importações da China.
Fonte: Valor Econômico.