A indústria de alimentos tende a ser a última a sofrer com eventuais restrições de comércio, avaliou o diretor de relações com investidores da JBS, Jeremiah O’Callaghan, ao abordar as propostas de protecionismo do presidente eleito dos EUA, Donald Trump. Segundo ele, o cenário é sustentado pelo efeito sobre a inflação e pela “inquietação social” provocada pela escassez de alimentos.
Durante seminário sobre o tema promovido pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), O’Callaghan considerou ainda que o futuro governo americano deverá se preocupar em preservar uma indústria que “gera tanto emprego”, lembrando que o grupo brasileiro emprega aproximadamente 70.000 pessoas nos Estados Unidos, onde entrou há mais de uma década.
O executivo avaliou que Trump assumirá a presidência de um país que apresenta sinais de crescimento econômico, com perspectiva de aumento de renda e investimentos, o que é positivo ao consumo. Sobre a possibilidade de o republicano tirar os Estados Unidos da Parceria Transpacífica (TPP) – que reduziria o custo no comércio com o Japão, um dos maiores mercados da JBS -, o diretor considerou que seria mais rentável exportar com menos tarifa, mas que a ruptura com a zona de livre-comércio não implicará uma “mudança radical” no posicionamento da empresa.