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Indústria de aves e suínos projeta avanços em 2021 e em 2022

A indústria de aves e suínos do país deverá apresentar crescimento considerável em 2021 e em 2022, conforme cenário traçado pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Segundo a entidade, neste ano e no próximo deverão aumentar a produção, as exportações e o consumo doméstico de ovos e de carnes de frango e suína. 

No mercado de ovos, a expectativa é de crescimento de 2% na produção deste ano, para 54,5 bilhões de unidades, e de alta de 3% em 2022. O consumo doméstico per capita tende a registrar aumentos de 1,5% e 2,5%, respectivamente (262 por habitante no ano que vem), enquanto os embarques deverão subir 42% em 2021, para 8,9 mil toneladas, e mais 6,5% no próximo ano.

Na área de carne de frango, a ABPA projeta produção de 14,1 milhões a 14,3 milhões de toneladas em 2021, com aumento de até 3,5%, e expansão de até 4,5% em 2022. O consumo interno foi calculado pela entidade entre 9,55 milhões e 9,8 milhões de toneladas em 2021, alta de até 2% ante 2020, e incremento de até 6,5% no ano que vem. Para as exportações, a expectativa é de volume entre 4,5 milhões e 4,55 milhões de toneladas este ano, aumento de até 7,5%, e de incremento de até 3,5% em 2022. 

No caso da carne suína, finalmente, a ABPA prevê produção de 4,65 milhões a 4,7 milhões de toneladas em 2021, com aumentos de até 6% ante 2019, e de até 4% em 2022. O consumo doméstico tende a atingir entre 3,5 milhões e 3,6 milhões de toneladas este ano, avanço de até 5,5%, e crescer até 5,5% no ano que vem. As exportações deverão somar de 1,1 milhão a 1,15 milhão de toneladas em 2021, expansão de até 12%, e aumentar mais até 13% em 2022. 

Crise econômica 

Em larga medida, produção e consumo de ovos e carne de frango estão aquecidos por conta da crise econômica no país, uma vez que são proteínas mais baratas que a carne bovina, por exemplo. No caso da carne suína, o destaque são as exportações para a China, que ainda estão recompondo seu plantel depois da crise da peste suína africana. 

Em entrevista coletiva, Ricardo Santin, presidente da ABPA, as empresas ligadas à entidade investiram cerca de R$ 1 bilhão para manter o ritmo de crescimento em meio à pandemia. Ele lembrou que a cadeia produtiva segue com margens apertadas, apesar do aumento no consumo interno e das exportações, devido à elevação dos custos. De janeiro de 2019 para cá, os preços do milho e do farelo de soja mais que dobraram, consolidando-se no que Santin acredita ser um novo patamar. 

O dirigente trabalha com a perspectiva de pequena queda dos preços dos insumos. Nesse contexto, a ABPA considerou “importantíssima” a isenção de PIS/Cofins sobre as importações de milho. A medida beneficia principalmente pequenos e médios produtores, que não têm acesso ao mecanismo de drawback. 

Santin sustentou que há oferta suficiente no mundo e que basta o dólar baixar um pouco para as compras ganharem corpo. Apesar da situação delicada, a ABPA vê um cenário global favorável às duas proteínas brasileiras. A Europa, maior exportadora de carne suína, deve vender 1,8% menos a outros países este ano, enquanto o consumo de yellow feathers (aves de pelagem amarela) nos wet markets da China deve cair e abrir espaço ao frango industrial. 

Além disso, em meio à pandemia, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) reconheceu mais Estados do Brasil como áreas livres de aftosa sem vacinação, o que possibilita acesso a novos mercados com grande poder aquisitivo, que podem ajudar a equilibrar as contas da indústria.

Fonte: Valor Econômico.

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