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Influência da produtividade no custo de volumosos

Os volumosos conservados com maior utilização na pecuária brasileira são a silagem de milho e de sorgo, segundo os dados coletados pelo site Beefpoint. Contudo, as silagens de capins tropicais e a cana-de-açúcar (in natura ou ensilada) possuem certa participação nas dietas de bovinos confinados.

Os volumosos conservados com maior utilização na pecuária brasileira são a silagem de milho e de sorgo, segundo os dados coletados pelo site BeefPoint, na Pesquisa Top BeefPoint de Confinamentos. Contudo, as silagens de capins tropicais e a cana-de-açúcar (in natura ou ensilada) possuem certa participação nas dietas de bovinos confinados.

Igarasi (2002) e Brioni (2003) realizaram um levantamento em propriedades que utilizavam silagem de capim ou cana na ração dos animais e entre perguntas que faziam parte desta entrevista existia a seguinte: “Por quê a propriedade utiliza este volumoso?”. E a grande maioria respondeu da seguinte forma: “Porque esta espécie (capim ou cana) apresenta alta produtividade.

No entanto, constatou-se grande amplitude de produção para essas culturas (Tabela 1). E valores mínimos muito abaixo dos preconizados para essas espécies, uma vez que a cultura do milho quando bem conduzida produz de 13 a 14 t MS/ha podendo chegar a 20 t MS/ha em condições ótimas.

Tabela 1 – Produtividade de capins tropicais e da cana-de-açúcar.


Fonte: Igarasi (2002) e Brioni (2003)

Ao comparar os valores obtidos para silagem de capim com a cana-de-açúcar, pode-se explicar parcialmente o porquê da redução da utilização das silagens de gramíneas tropicais em confinamentos. Além de apresentarem baixa produtividade (5,4 t MS/ha/corte), em média são necessários 4-5 cortes, aumentando a mão-de-obra para confecção da silagem.

No caso da cana-de-açúcar, a produtividade média observada (33 t MS/ha) foi quase o dobro do capim (17 t MS/ha) e essa produção é colhida em um único corte, mesmo se considerar o corte diário, esse é realizado uma única vez em cada área e também é realizado na época seca do ano, o que facilita o manejo.

Com o intuito de avaliar a importância da produtividade em relação ao custo de produção de volumosos, integrou-se os dados observados por Igarasi (2002) e Brioni (2003) com os valores do custo de produção de volumosos relacionados por Tonini (2007).

Atribuiu-se os valores dos custos de produção as médias dos levantamentos e calculou-se o impacto da redução e do aumento de produtividade, assumindo-se como premissa que todos os gastos para se produzir 1 ha de cada cultura teria sido o mesmo dentro da cultura. Sabe-se que esse fato não é totalmente correto, mas o exemplo serve para reafirmar a importância da produtividade dos volumosos.

Tabela 2 – Influência da produtividade sobre o custo de volumosos.


Adaptado de Igarasi (2002), Brioni (2003) e Tonini (2007)

Ao analisar o fracionamento do custo de produção de silagens, verifica-se que cerca de 50% do custo é referente a operações mecanizadas, isso implica que metade do custo praticamente não é elevado com o aumento da produtividade, na verdade o que acontece é a redução do peso das operações mecanizadas com o aumento da produtividade.

Colher um hectare de capim com produção de 8 t MS custa praticamente o mesmo que colher a mesma área com a produção de 24 t MS. No caso da silagem de capim, acredita-se que um dos principais limitantes é a baixa adubação praticada nas áreas destinadas a produção de silagem. A mesma inferência pode ser feita para a cana-de-açúcar, no entanto, essa tem grande influência da cultivar utilizada. No estudo de Andrade et al. (2003), observou-se variação da produtividade de 20,9 a 53,8 t MS, somente em função do cultivar.

Ainda segundo Tonini (2007) o custo da tonelada de silagem de milho seria de R$ 187,5, valor esse inferior a média da silagem de capim. Ressalta-se, dessa maneira, a importância de uma vez tomada a decisão pela produção das culturas de alta produtividade (cana e capim), que de fato elas sejam conduzidas para obtenção de alta produção, pois se elas apresentarem baixa produtividade tornam-se inviáveis economicamente.

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