As constantes chuvas e inundações em grandes áreas de Buenos Aires, sul de Córdoba e Santa Fé e no oeste de La Pampa geraram perdas na ordem de US$ 750 milhões no setor agropecuário. As previsões otimistas do governo foram literalmente por “água abaixo” com a ocorrência de chuvas nos últimos 15 dias, as quais superaram os 200 mm e inundaram importantes hectares de terra. A colheita recorde estimada em 73,8 milhões de toneladas para safra de 2001/02 agora deve apresentar valores em torno de 71 milhões de toneladas.
Os números iniciais indicam uma perda direta de US$ 500 milhões na produção de grãos e mais US$ 200 milhões de perdas indiretas envolvendo os prejuízos causados por destruição de estradas e quedas na produção animal de carne e leite. O problema climático, em função da falta de estrutura hídrica que afeta várias províncias, foi ainda mais agravado durante as últimas semanas, levando à paralisação do plantio de milho e girassol, em algumas regiões, iniciando também problemas fitossanitários em áreas cujo trigo já foi plantado.
As perdas nas fazendas de leite somente poderão ser calculadas no próximo mês, quando serão contabilizados o número de animais mortos, “uma vez que muitos deles devem estar ‘ilhados’ em regiões mais altas e que contém ainda alguma reserva de alimentos”, segundo informações de especialistas no manejo de gado de leite.
Comentário BeefPoint: As chuvas não poderiam vir num momento pior, para a Argentina, que atravessa um dos piores momentos da sua economia. Do ponto de vista do mercado de leite, o país já não consegue colocar à venda o mesmo volume em nosso mercado, devido uma série de medidas adotadas pelo Brasil e principalmente, em função do câmbio desfavorável. Com relação à pecuária de corte, todo o trabalho envolvendo a abertura do mercado de exportação de carnes para a Europa – que encontra-se fechado em função dos surtos de aftosa – previsto, pelos argentinos, para dezembro deste ano, deve ser substancialmente prejudicado, por um possível atraso que venha envolver as campanhas de vacinação em diversas regiões afetadas no país.
Fonte: Ámbito Financiero (por Patricia Van Plöeg), adaptado por Equipe BeefPoint