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Investidores apostam no carbono da pecuária

O mercado de créditos de carbono começa a ser descoberto no Brasil com o interesse dos estrangeiros no setor e a tecnificação dos pecuaristas. De acordo com o Banco Mundial, o movimento de crédito de carbono somou US$ 10 bilhões no ano passado. Analistas prevêem que esse total vai fechar o ano em US$ 30 bilhões.

O mercado de créditos de carbono começa a ser descoberto no Brasil com o interesse dos estrangeiros no setor e a tecnificação dos pecuaristas. De acordo com o Banco Mundial, o movimento de crédito de carbono somou US$ 10 bilhões no ano passado. Analistas prevêem que esse total vai fechar o ano em US$ 30 bilhões.

Os créditos de carbono podem ser gerados na bovinocultura através da biodigestão dos dejetos dos animais, processo que reduz a emissão de gás carbônico e pode produzir energia a partir de uma fonte renovável. Nos frigoríficos, é possível queimar resíduos do sistema digestivo dos animais, além de sangue e gordura levados na lavagem da carne.

Segundo reportagem de Luiz Silveira do Diário do Comércio e Indústria/SP, a consultoria ambiental irlandesa AgCert, líder no mercado brasileiro de créditos de carbono oriundos da suinocultura, começou a olhar para fazendas produtoras de leite e frigoríficos como potenciais investimentos.

A Metacortex, companhia de capital espanhol, português e brasileiro, destinou 1 bilhão de euros a projetos de crédito de carbono no Brasil e vai focar seus investimentos em bagaço de cana, frigoríficos e grandes confinamentos de gado bovino.

Segundo o diretor de Desenvolvimento de Negócios da empresa, Renato Girardi, a pretensão é atingir os dez principais frigoríficos do país e 23 dos 50 principais confinamentos, que representam 634,4 mil animais. “Segundo nossos cálculos, os principais confinamentos somados poderão gerar um número bem próximo da casa de 14 milhões de toneladas de gás carbônico”, previu.

Uma possível solução para incluir um número maior de bovinos no potencial de geração de créditos de carbono do Brasil está sendo buscada em uma parceria da Assocon com a consultora Fabiana Tessele e a Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).

Dos 191 projetos brasileiros de redução de emissão de gás carbônico apresentados à Organização das Nações Unidas, 101 estão relacionados ao agronegócio, mas nenhum deles vem da pecuária.

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