A JBS teve de convencer o mercado sobre as vantagens da captação por meio de uma oferta pública de ações para conseguir concretizar a operação. Nas reuniões com investidores para apresentar a oferta, a JBS destacou que a operação proporcionará o aumento da distribuição direta da empresa e resultará na melhora de resultados e margens.
A JBS teve de convencer o mercado sobre as vantagens da captação por meio de uma oferta pública de ações para conseguir concretizar a operação. A companhia fechou anteontem o preço da distribuição, que ficou em R$ 8 por papel, um desconto de 1,3% sobre o valor na bolsa.
Nas reuniões com investidores para apresentar a oferta, a JBS destacou que a operação proporcionará o aumento da distribuição direta da empresa e resultará na melhora de resultados e margens.
Nas conversas com o mercado, a JBS reforçou dois pontos principais, segundo apurou o Valor. O dinheiro captado está carimbado – será inteiramente usado no plano que prevê o aumento da distribuição direta, hoje responsável por 6% dos negócios, mas que deverá chegar a 60% em um prazo de dois ou três anos. Se no meio do caminho a empresa tiver novos planos, como oportunidades de aquisições, lançará mão de outras operações de financiamento.
O outro ponto destacado é que a oferta aumenta a quantidade ações da JBS em circulação no mercado dos atuais 12% para 19%. Os controladores, as famílias Batista (JBS) e Bertin, juntas na FB Participações, tiveram seu percentual reduzido de 59% para cerca de 55% – ainda com folga para novas emissões sem que a diluição implique perda de controle.
Dentro da estratégia de ampliar a distribuição direta, a JBS vai reduzir ao máximo o número de intermediários nas vendas internas e externas de seus produtos. Nas contas da empresa, implicará um aumento de dois pontos percentuais na margem lajida, que saíra da casa dos 7% para a de 9%. A margem lajida indica a relação entre o lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização (lajida) e a receita líquida da empresa.
A notícia agradou os investidores e fez com que muitos deles não esperassem o fechamento do preço da oferta para comprar as ações da JBS, o que explica a alta das cotações na bolsa.
O plano detalhado aos investidores apresenta custos estimados para a operação de aumento da distribuição direta de US$ 1,95 bilhão, valor inicialmente pretendido para a captação da empresa no exterior e menor do que a companhia captou na oferta no mercado doméstico. Mas a JBS acredita que o plano será sustentado também pela sua geração de caixa.
A empresa deverá comprar as unidades daqueles que hoje trabalham com seus distribuidores e quer fazer isso com rapidez para que os eles não tenham tempo de encontrar um plano B, fechando negócios de fornecimento para outras redes e reduzindo a dependência da JBS.
O quadro apresentado aos investidores mostra que 72% do programa de US$ 1,95 bilhão serão aplicados nas Américas do Sul e do Norte. Na primeira região, a distribuição direta passará de 23% a 70%, com custo estimado de US$ 500 milhões. Na América do Norte, a distribuição direta deverá subir de 7% para 55%, com gastos de US$ 900 milhões. Para a Europa, US$ 300 milhões serão alocados, e a distribuição direta passará de 20% para 70%. Na Ásia, subirá de 5% para 40%, ao custo de US$ 150 milhões. Na África, irá de 40% para 75%, com US$ 100 milhões.
As apresentações que a empresa fez aos investidores tiveram duas etapas. Na primeira, executivos da companhia falaram sobe o negócio. Depois, os investidores foram convidados para conversas com Pratini de Moraes, ex-ministro da Agricultura e hoje conselheiro da empresa. Pratini discorreu sobre o setor de proteínas no Brasil.
A matéria é de Ana Paula Ragazzi, publicada no Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
0 Comments
Ao abandonar a venda de couro cru e ingressar no mercado de curtume, apesar de ter sido um operação muito menor e mais simples do que seu ingresso no varejo da carne, o JBS causou um aumento imediato e significativo nos preços do couro cru do mercado interno.
Sem dúvida o gigantismo atual da operação do JBS confere um poder inédito que sem dúvida pode ajuda-lo a ser bem sucedido na nova iniciativa. Só que para atingir as metas anunciadas o JBS terá também que enfrentar as grandes metrópolis. E certamente os gigantes do varejo (WalMart, Carrefou, Paõa de Açucar, etc) não vão ficar simplesmente adimirando a iniciativa do JBS. Briga para gente grande.
Para os pecuaristas o ideal é que a briga, a longo prazo, reduza as margens do comércio e consequentemente os preços na ponta do consumidor. Assim os pecuaristas serão beneficiados indiretamente com o aumento no consumo de carne….que como todos sabem vem dos bois!
Att,
É, quero ver onde isso irá parar.
E que interessante, o EBTIDA agora virou LAJIDA.
Bem ao estilo Paulo Freire!!!