JBS deve focar a desalavancagem em 2009

Após divulgar os resultados de 2008 e esperando para este ano um resultado operacional melhor, a JBS S.A, maior empresa global de carne bovina, se mostra mais cautelosa quando o assunto são novas aquisições. Jerry O´Callaghan, diretor de relações com investidores, disse que este ano a empresa seguirá em seu processo de desalavancagem.

Após divulgar os resultados de 2008, esperando para este ano um resultado operacional melhor e uma receita líquida superior a R$ 40 bilhões, a JBS S.A, maior empresa global de carne bovina, se mostra mais cautelosa quando o assunto são novas aquisições.

Esta mudança pode ser entendida como reflexos da crise financeira global. Segundo comunicou o presidente da empresa, Joesley Batista, “não estamos pensando em expandir em regiões novas” e “que não existe conversa de aquisição neste momento na JBS”.

No mesmo dia da divulgação dos resultados de 2008, a empresa informou que encerrou a negociação para a compra da americana National Beef, depois de o Departamento de Justiça dos EUA ter imposto, como condição para aprovar a operação, que a JBS vendesse duas das oito plantas da National. “Só que agora não existem compradores. Eles não quiseram ter uma terceira grande empresa para ter competição com Cargill e Tyson. Tornaram a vida de Cargill e Tyson mais fácil”, queixou-se.

Na conferência com jornalistas, para mostrar os resultados em 2008, Jerry O´Callaghan, diretor de relações com investidores, disse que este ano a empresa seguirá em seu processo de desalavancagem – no quarto trimestre de 2007, a relação dívida sobre o EBITDA era de 3,74X e caiu para 1,96X no último trimestre de 2008. “A desalavancagem é fundamental para a saúde da empresa num período de grande aperto de crédito (…) Ela nos blinda e preserva para crescer mais tarde”, disse. Segundo ele, essa relação pode chegar a “1,5X ou menos nos próximos meses”.

Além de mostrar mais cautela no que diz respeito a aquisições, a JBS indicou preocupação com os níveis do seu caixa. A empresa terminou 2008 com US$ 1 bilhão em caixa, e Batista disse que não há pretensão de recorrer a novos financiamentos, o que seria necessário se a compra da National Beef fosse concretizada.

O presidente da JBS afirmou que a crise afeta as exportações da empresa, que caíram de US$ 120 milhões mensais para US$ 60 milhões. Mas a JBS tem conseguido crescer “bastante” no mercado interno, disse. Para Batista, as grandes empresas exportadoras são as mais afetadas pela crise. “As pequenas, que não se alavancaram, continuam descontando sua duplicatinha no banco”, comentou.

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A matéria é de Alda do Amaral Rocha, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Sheilla Davoglio disse:

    Bem interessante a colocação do presidente da JBS, se referindo as pequenas empresas, ele só não pode esquecer que são a maioria delas que fazem os produtos da JBS serem comercializados dentro país e que já foi muito menos que isso.

  2. Vinicius Gimenes Moura disse:

    Devido ao porte da JBS qualquer operacao pode ser arriscada, entao melhor aguardar o momento certo e estabilizacao, para poder continuar a crescer com solidez.
    Mesmo sabendo que dependemos de industrias menores.

  3. Rafael Azambuja disse:

    Um ditado popular diz: “Quanto maior, maior é o tombo.”

    Imagine o tamanho do tombo que a JBS pode ter. E não digam que isso não pode acontecer, pois nada nem ninguém está imune!

    Abraços a todos!

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